43248732.pdf (973869 bytes) - Portal de Comunicação da ...
43248732.pdf (973869 bytes) - Portal de Comunicação da ...
43248732.pdf (973869 bytes) - Portal de Comunicação da ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ID: 43248732 12-08-2012 | 2<br />
Tiragem: 46144<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
RUI GAUDÊNCIO E NUNO SOUSA<br />
Pág: 15<br />
Cores: Cor<br />
Área: 27,36 x 31,90 cm²<br />
Corte: 4 <strong>de</strong> 8<br />
sentir uma respiração. Mas eram sempre experiências<br />
individuais, talvez <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s à sugestão.<br />
A história que Ana Maria Magalhães recor<strong>da</strong><br />
como mais impressionante foi presencia<strong>da</strong><br />
por muita gente. Em simultâneo. “Uma vez<br />
<strong>de</strong>mos uma festa e, lá para o fi nal, um grupo<br />
<strong>de</strong> umas 20 pessoas fi cou a conversar na sala.<br />
O avô Gaspar não gostou e a luz apagou-se.<br />
Alguém a acen<strong>de</strong>u. E ela apagou-se <strong>de</strong> novo.<br />
Como era um interruptor <strong>da</strong>queles antigos,<br />
com uma piruleta bem evi<strong>de</strong>nte, viu-se bem<br />
quando voltou a mexer-se sem ninguém lhe<br />
tocar e a luz se apagou. A cena repetiu-se várias<br />
vezes e a certa altura houve gente que <strong>de</strong>satou<br />
a fugir esca<strong>da</strong> abaixo (a sala era no primeiro<br />
an<strong>da</strong>r) e até quem fi zesse tenção <strong>de</strong> se atirar<br />
<strong>da</strong> janela...”, conta à revista 2.<br />
Mesmo habitua<strong>da</strong> a esta e outras experiências,<br />
a escritora <strong>de</strong> livros infanto-juvenis (em<br />
parceria com Isabel Alça<strong>da</strong>) garante que nunca<br />
dormiria naquela casa sozinha. Sim, aproveitou<br />
alguns dos episódios <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong> pessoal<br />
para o enredo do livro Uma Aventura na Casa<br />
Assombra<strong>da</strong>, não surpreen<strong>de</strong>ntemente o maior<br />
dos sucessos <strong>da</strong> dupla. Mas há limites que não<br />
atravessou. O seu fi lho dormiu na casa sozinho<br />
durante uma tempora<strong>da</strong> e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ouvir ruídos<br />
estranhos, suspiros, uma noite viu “uma<br />
senhora vesti<strong>da</strong> <strong>de</strong> branco, como um holograma,<br />
a pairar num corredor” e fez as malas <strong>de</strong><br />
imediato.<br />
Ana Maria Magalhães não procura uma explicação<br />
racional para os episódios que lhe aconteceram.<br />
Usa-os para estimular ain<strong>da</strong> mais a<br />
sua veia criativa. “Congratulo-me por ter vivido<br />
alguns momentos <strong>de</strong> arrepio. Há horas em<br />
que é difícil acreditar, outras em que é difícil<br />
não acreditar. Há gente que acredita sempre,<br />
gente que nunca acredita. E, <strong>de</strong>pois, a maioria<br />
é como eu...”<br />
Na expedição do Team Anormal também<br />
há diferentes sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />
Depois dos dois <strong>de</strong>sapontamentos<br />
iniciais, o grupo divi<strong>de</strong>-se. Joaquim<br />
e Jessika continuam, irredutíveis, a<br />
mergulhar entre as árvores. Hugo,<br />
que se apo<strong>de</strong>rou <strong>de</strong> um dos monitores<br />
Gauss, fá-lo <strong>de</strong>slizar à sua<br />
frente, muito <strong>de</strong>vagar, ao longo dos<br />
caminhos, seguido <strong>de</strong> perto por<br />
Sónia. David fi ca para trás, insistindo que, se<br />
forem <strong>de</strong>scobrir algo <strong>de</strong> anormal ali, será nos<br />
locais associados à len<strong>da</strong> do local. O motivo,<br />
afi nal, pelo qual ali estão.<br />
E a len<strong>da</strong> está grava<strong>da</strong> numa pedra mesmo<br />
ao início do parque. Conta que há muitos, muitos<br />
séculos, uma princesa moura se apaixonou<br />
por um sol<strong>da</strong>do romano. A família <strong>de</strong>la, como<br />
é normal nestas histórias, não gostou <strong>da</strong>quele<br />
amor entre pessoas tão diferentes, mas <strong>de</strong>sta<br />
vez não houve mortes nem encarceramentos<br />
ou exílios forçados. A moura e o seu sol<strong>da</strong>do,<br />
simplesmente, construíram um palácio subterrâneo,<br />
ali mesmo, naquele monte, on<strong>de</strong> “viveram<br />
felizes para sempre”. O que se diz também<br />
é que em noites “<strong>de</strong> muito luar” é possível ver<br />
os dois apaixonados a passear pelos seus domínios,<br />
<strong>de</strong> mãos <strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />
David quer que os esforços <strong>de</strong> contacto se<br />
centrem junto à pedra on<strong>de</strong> está escrita a len<strong>da</strong><br />
ou perto do portão que simula a entra<strong>da</strong> do<br />
palácio, mas que não vai <strong>da</strong>r a lado nenhum.<br />
Joaquim há-<strong>de</strong> regressar ali, mas, para já, an<strong>da</strong><br />
perdido no meio <strong>da</strong>s árvores.<br />
Actualmente, Joaquim trabalha como DJ num<br />
bar <strong>de</strong> Santa Maria <strong>de</strong> Lamas. Foi ele que, com<br />
um amigo, criou o Team Anormal, há cerca<br />
<strong>de</strong> dois anos. A curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a tentativa <strong>de</strong><br />
perceber o que lhe aconteceu quando tinha<br />
cerca <strong>de</strong> 12 anos levam-no a não <strong>de</strong>sistir <strong>de</strong>stas<br />
buscas nocturnas que o <strong>de</strong>ixam carregado<br />
<strong>de</strong> dúvi<strong>da</strong>s.