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Radis - Portal ENSP - Fiocruz

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<strong>Radis</strong> 82 • Jun/2009<br />

[ 6 ]<br />

Rio a p R o va c R i a ç ã o d E os<br />

Câmara Municipal do Rio aprovou<br />

A (5/5) por 38 votos a 11 o projeto<br />

de criação das Organizações Sociais<br />

(OS) para as áreas de saúde, educação,<br />

esportes, cultura, meio ambiente, ciência<br />

e tecnologia. Em agosto o modelo<br />

já deverá estar em funcionamento nas<br />

oito vilas olímpicas da cidade. A prefeitura<br />

prevê economia de até 20% em<br />

relação aos contratos com ONGs e cooperativas.<br />

As 254 creches municipais,<br />

que atendem 29.347 crianças, serão a<br />

segunda área gerida pelas OS (Globo,<br />

6/5). a saúde ainda não tem prazo<br />

para mudar a gestão. O modelo carioca<br />

dispensa licitação, mas a prefeitura<br />

publicará editais com exigências.<br />

As OS já existem em 13 estados, e<br />

a lei federal que permitiu sua criação<br />

no Brasil completou 10 anos em 2008.<br />

a gestão por meio de Os “não significa<br />

privatização, como alguns acusam<br />

levianamente”, escreveu no Jornal do<br />

Brasil (5/5) o chefe da Casa Civil, Pedro<br />

Paulo Teixeira (PSDB). “O modelo<br />

será utilizado apenas quando a estrutura<br />

da administração municipal direta<br />

e indireta se mostrar deficitária e não<br />

atender aos padrões de qualidade que<br />

a população carioca merece”.<br />

Para Tatiana Dahmer, da Abong,<br />

“as OS são a estrutura mais perversa<br />

de precarização do Estado”, afirmou<br />

à agência ibase (8/5). “Com as Os,<br />

o estado para de contratar, não abre<br />

concursos e se isenta de uma responsabilidade<br />

que é dele”. Wiria Alcântara,<br />

do sindicato Estadual dos Profissionais<br />

de Educação, cita o exemplo dos<br />

governos anteriores. “Víamos profissionais<br />

de creches sem pagamento,<br />

creches sem estrutura, tudo entregue<br />

às ONGs e não dava certo”.<br />

São Paulo adotou as OS ainda<br />

em 1997. “Quem faz sabe que está<br />

violando a Constituição”, afirmou à<br />

<strong>Radis</strong> (nº 43) em 2006 o professor<br />

da Unicamp Nelson Rodrigues dos<br />

Santos, o Nelsão.<br />

O governo do Estado do Rio<br />

decidiu-se pelo modelo da fundação<br />

estatal. Em 6/5, o Conselho nacional<br />

de saúde (http://conselho.saude.gov.<br />

br/) publicou apelo ao Congresso para<br />

que não vote o PLC 92/2007 (o projeto<br />

das fundações) em regime de urgência.<br />

“A apreciação de maneira apressada<br />

impossibilita o debate — fundamental<br />

num regime democrático”.<br />

Súmula<br />

ca m p o t E v E 28 assassiNatos, d i z cpt<br />

número de conflitos no campo<br />

O teve queda em 2008, mas se<br />

manteve igual o número de pessoas<br />

assassinadas: 28, informou (28/4) a<br />

Comissão Pastoral da Terra em seu<br />

balanço anual da violência no campo.<br />

Para a CPT, o dado indica aumento da<br />

violência, pois em 2007 computava-se<br />

uma morte para cada 54 conflitos; em<br />

2008, uma morte para cada 42 conflitos.<br />

Os dados mostram ainda que 72%<br />

dos assassinatos no campo ocorreram<br />

na Amazônia e mais da metade dos<br />

conflitos atingem as populações tradicionais,<br />

deixando claro o interesse do<br />

capital sobre seus territórios.<br />

Segundo a comissão, 2008 foi marcado<br />

por nova onda de criminalização dos<br />

movimentos sociais rurais e suas lideranças.<br />

Em alguns estados, houve repressão<br />

violenta da polícia. No Legislativo, aumentaram<br />

os ataques aos movimentos.<br />

Mas foi no Judiciário que se sentiu de<br />

forma mais dura esta tendência, com<br />

destaque para o Rio Grande do Sul, onde<br />

o conselho superior do Ministério Público<br />

propôs a extinção do MST.<br />

a CPT citou o jurista Jacques Távora<br />

Alfonsin, que ao analisar as ações<br />

do MPE, disse: “Por uma síndrome<br />

medrosa e preconceituosa, todo o povo<br />

pobre ativo — como são os sem-terra<br />

que defendem seus direitos — é visto<br />

como perigoso e tendente a praticar<br />

crimes. A mídia, com raras exceções,<br />

se encarrega de alimentar esse preconceito”.<br />

(Íntegra do balanço: www.<br />

cptnac.com.br/?system=news&action<br />

=read&id=2803&eid=6)<br />

mst Fa z b a l a N ç o d a p o l í t i c a a g R á R i a<br />

Após jornada de protestos em 15<br />

estados e Distrito Federal contra<br />

a precária situação dos trabalhadores<br />

rurais e a gravidade da crise<br />

no campo, a Secretaria Nacional<br />

do MsT divulgou (17/4) balanço da<br />

política agrária federal, que, para o<br />

movimento, mostra retrocesso. “Os<br />

latifúndios do agronegócio já desempregaram<br />

270 mil trabalhadores<br />

assalariados a partir de novembro de<br />

2008” e “as 20 maiores agroindústrias<br />

desempregaram quase 100 mil operários<br />

de suas fábricas”, afirma a nota.<br />

“Mesmo assim, continuam recebendo<br />

apoio governamental”.<br />

Entre os 11 pontos criticados, o<br />

primeiro foi o corte de recursos para<br />

desapropriação em 2009, de R$ 957<br />

milhões para R$ 561 milhões; o penúltimo:<br />

a MP 458, enviada ao Congresso,<br />

“praticamente legaliza todas as terras<br />

públicas griladas na Amazônia”. (Íntegra<br />

no <strong>Radis</strong> na Rede: www4.ensp.<br />

fiocruz.br/radis/rede/168.html)<br />

tR a N s g ê N i c o s sEm c o N t R o l E<br />

Folha de S. Paulo publicou (10/5)<br />

A extensa reportagem sobre a primeira<br />

safra de milho transgênico do<br />

país, que começa a ser colhida, calculada<br />

em 17,4 milhões de toneladas. O<br />

repórter do jornal visitou regiões produtoras<br />

no interior do Paraná e ouviu<br />

de agricultores e cooperativas que não<br />

há estrutura para separar a colheita,<br />

o transporte e a armazenagem da<br />

produção transgênica da convencional.<br />

“A exemplo do que ocorreu com<br />

a soja transgênica, hoje quase que<br />

totalmente misturada às variedades<br />

convencionais, o milho, segundo os<br />

produtores, terá o mesmo destino”,<br />

escreveu o repórter. O Ministério da<br />

agricultura afirma que o controle existe,<br />

mas os produtores negam.<br />

O agrônomo ambientalista Gabriel<br />

Fernandes, assessor técnico da AsPTA<br />

(Assessoria e Serviços a Projetos em<br />

Agricultura Alternativa), que integra a<br />

Campanha por um Brasil Livre de Transgênicos,<br />

foi enfático: “O governo mentiu.<br />

Disse que o Brasil tem espaço para todas<br />

as variedades, quando se sabia que não<br />

tinha”, disse à <strong>Radis</strong>. “O resultado é que<br />

o agricultor perdeu o direito de escolher<br />

o que quer plantar e o consumidor perdeu<br />

o direito de escolher o que quer comer”.<br />

Para Gabriel, foi importante que a reportagem<br />

tenha saído na Folha, jornal<br />

que sempre defendeu os transgênicos.<br />

“O país todo foi informado, e o governo<br />

será obrigado a dar uma resposta concreta”.<br />

(Íntegra da reportagem no <strong>Radis</strong><br />

na Rede: http://www4.ensp.fiocruz.<br />

br/radis/rede/174.html)<br />

Nã o-íNdios d E i x a m Ra p o s a<br />

Cerca de 300 agentes da Polícia<br />

Federal e da Força Nacional de Segurança<br />

começaram, na madrugada de<br />

1º de maio, a operação de retirada de<br />

não-índios da reserva indígena Raposa<br />

Serra do Sol, em Roraima (Agência Bra-

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