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Ouvir, descobrir, explorar, encantar e aprender. A ... - HypnoSaúde

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<strong>Ouvir</strong>, <strong>descobrir</strong>, <strong>explorar</strong>, <strong>encantar</strong> e<br />

<strong>aprender</strong>. A magia de uma história reside<br />

nessa capacidade de comunicar<br />

mensagens importantes recorrendo ao<br />

fantástico e, porque resulta, é hoje um<br />

importante instrumento terapêutico de<br />

promoção do bem-estar físico e mental.<br />

Todos nos lembramos do prazer que sentíamos,<br />

em crianças, ao ouvir as histórias que a mãe, o<br />

avô ou um tio costumavam contar. <strong>Ouvir</strong> uma<br />

história encanta, envolve e frequentemente<br />

fica guardada na memória, associada a uma<br />

emoção. Podemos esquecer um discurso, um<br />

“sermão”, mas raramente esquecemos uma<br />

história que nos tocou.<br />

A história recorre frequentemente à metáfora,<br />

criando universos de significados e de<br />

identificação. “A metáfora é. uma figura de<br />

estilo da linguagem humana Desde Aristóteles<br />

que se entende a sua força nos processos<br />

psíquicos. Enquanto transmite ao consciente<br />

uma ideia literal e racional, transporta em si<br />

uma mensagem emocional, mais primária<br />

com uma linguagem mais percetível para o<br />

nosso inconsciente”, explica Rui Pinheiro,<br />

psicólogo e um dos terapeutas da<br />

Hypnosaúde. “Em termos neurológicos, a<br />

metáfora comunica com os dois hemisférios<br />

do nosso cérebro. Compreendida literalmente<br />

pelo lado esquerdo, associado à mente<br />

consciente, lógica e racional, onde se<br />

encontram as estruturas corticais responsáveis<br />

pelo processamento da linguagem, ao mesmo<br />

tempo é compreendida no seu sentido<br />

figurado pelo lado direito, associado à mente<br />

inconsciente, intuitiva, criativa, emocional e<br />

sábia”.<br />

Os contos de fadas são exemplo desse<br />

instrumento pedagógico e terapêutico que se<br />

constitui num terreno privilegiado para a<br />

projeção de fantasias inconscientes, ao<br />

mesmo tempo que ajudam a elaborar<br />

conflitos inerentes ao processo de<br />

desenvolvimento e socialização.<br />

A arte da metáfora terapêutica foi uma<br />

técnica desenvolvida por Milton H. Erickson,<br />

psiquiatra que se dedicou à hipnose clínica e<br />

à terapia familiar, e fundador da Sociedade<br />

Americana de Hipnose clínica. Enquanto<br />

instrumento terapêutico, é amplamente aceite<br />

como forma de exercício da capacidade<br />

intuitiva e de abstração da criança no seu<br />

desenvolvimento emocional. Atualmente, em<br />

hipnose clínica, a metáfora é usada na<br />

criança e no adulto.<br />

Mudar para melhor<br />

“A metáfora pode ser vista como a porta de<br />

entrada para o inconsciente, a qual permite à<br />

pessoa processar uma informação de forma<br />

descomplicada, distanciada e segura, e assim<br />

resolver o seu conflito”, afirma Leonor<br />

Ferreirinho, hipnoterapeuta da <strong>HypnoSaúde</strong> e<br />

professora assistente de Reiki. Porém, em<br />

hipnose clínica, a utilização desta ferramenta


deve-se ainda a outro motivo: resistência.<br />

“Num paciente resistente a algum tipo de<br />

técnicas, a metáfora permite baixar as<br />

defesas, tornando-o mais cooperante no que<br />

respeita ao objetivo terapêutico”, esclarece a<br />

terapeuta.<br />

Desenhada “para ser usada em contexto<br />

terapêutico, deve respeitar a história pessoal<br />

do sujeito em causa. Importa criar uma história<br />

que tem em conta as necessidades<br />

específicas daquela pessoa”, sublinha Leonor<br />

Ferreirinho. Depois, “o seu uso, através da<br />

componente terapêutica, propicia ao seu<br />

utilizador descobertas importantes,<br />

conscientes ou inconscientes, potenciadoras<br />

de novos comportamentos. Pode ser<br />

naturalmente um fator de mudança, uma vez<br />

que leva o paciente a encontrar, de forma<br />

inconsciente, perspetivas ainda não<br />

equacionadas para a resolução dos seus<br />

conflitos ou problemas”.<br />

Por seu turno, na criança, as técnicas de<br />

narrativa de histórias associadas à metáfora<br />

produzem uma ressonância fantástica capaz<br />

de expressar uma realidade interna e externa,<br />

a qual contribui para um maior equilíbrio<br />

emocional e para a resolução de situações de<br />

impasse no seu desenvolvimento. Mais:<br />

oferece um distanciamento seguro que<br />

possibilita à criança aproximar-se dos seus<br />

conflitos sem que se sinta ameaçada.<br />

“Uma metáfora para crianças pode ser<br />

utilizada com adultos, mas nem sempre uma<br />

metáfora de adultos pode ser interpretada por<br />

crianças”, refere Luís Bartolomeu, terapeuta da<br />

<strong>HypnoSaúde</strong>. “Escolho sempre expressões e<br />

palavras simples, até porque pretendemos que<br />

a metáfora seja interiorizada ao nível<br />

inconsciente e sabemos que esta linguagem é<br />

simples, quase infantil”. Segundo o terapeuta<br />

“a metáfora é olhada de forma diferente<br />

consoante o estado de espírito, necessidade,<br />

referências, etc. A mesma história pode ser<br />

interpretada de modo distinto pela mesma<br />

pessoa em momentos da sua vida diferentes.<br />

Por isso, ainda que seja criada com um<br />

objetivo inicial o seu efeito é sempre único”.<br />

Depois, não basta contar uma história, há que<br />

saber contá-la. “Uma criança tem de ser<br />

cativada. O ritmo deve ser ativo,<br />

acompanhado por diferentes entoações,<br />

entre graves e agudos, de forma a captar a<br />

atenção total”. Naturalmente, as crianças<br />

identificam-se com algum dos personagens,<br />

noutros projetam as suas angústias e medos.<br />

No final, pretende-se, na criança como no<br />

adulto, promover uma mudança no sentido<br />

do restabelecimento do equilíbrio e bem-estar<br />

físico e mental.<br />

Vantagens da metáfora<br />

Considerada uma técnica terapêutica não<br />

manipulativa, permite à criança ou ao adulto<br />

extrair o seu próprio significado, atribuindo os<br />

seus próprios valores à história.<br />

No processo de compreensão, a criança ou<br />

o adulto adota uma orientação interna - vai<br />

para dentro de si e usa a sua própria<br />

experiência para dar sentido à história.<br />

Muitos processos terapêuticos incluem a<br />

introspeção como uma "ferramenta"<br />

primária. Este processo permite ao sujeito<br />

começar a confiar em si mesmo e nos seus<br />

próprios recursos.<br />

Analisada tanto consciente como<br />

inconscientemente, o seu principal valor<br />

como intervenção terapêutica é o de ajudar<br />

o sujeito a conectar-se aos seus recursos<br />

inconscientes. O inconsciente é um vasto<br />

depósito de experiências e aprendizados


que pode ser usado para conseguir as<br />

mudanças desejadas.<br />

O que é a Hypnosaúde?<br />

A <strong>HypnoSaúde</strong> é uma marca registada de três<br />

terapeutas portugueses com formação ligada<br />

à hipnose clínica e à psicoterapia. Rui Pinheiro,<br />

Leonor Ferreirinho e Luís Bartolomeu trabalham<br />

em diversas áreas comportamentais,<br />

promovendo alternativas criativas às técnicas<br />

chamadas convencionais.<br />

História para ouvir em casa<br />

Consciente do poder da metáfora, a<br />

<strong>HypnoSaúde</strong> desenvolveu um de conjunto de<br />

histórias dedicadas às crianças,<br />

disponibilizadas em CD. O projeto visa<br />

promover mais uma forma de ouvir histórias,<br />

tornando-as num hábito nos mais variados<br />

contextos, seja no domínio escolar, familiar ou<br />

outros. O CD inclui quatro histórias narradas e<br />

devidamente enquadradas em contexto<br />

musical, considera diversos objetivos,<br />

nomeadamente estimular a autonomia, a<br />

concentração e potenciar a capacidade de<br />

adaptação à mudança. Ainda sem data<br />

prevista de lançamento, saiba mais em<br />

www.hypnosaude.com<br />

Texto: Edite Espadinha e Hipnoterapeutas<br />

Leonor Ferreirinho, Luís Bartolomeu e Rui<br />

Pinheiro.<br />

Fotografia: <strong>HypnoSaúde</strong> e Cidália Espadinha<br />

In: Revista Saúde Actual Nr46<br />

Pgs: 50 e 51<br />

Redigido ao abrigo do novo acordo ortográfico.

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