Bairro Castelo sofre com o crescimento desordenado

6 Abril de 2013
se r v i ç o s
Transporte público deficitário
irrita moradores do Castelo
Problema é antigo e os usuários não crêem em melhoria
a rotina do aposentado Francesco
Del Gaudio, 73, morador
do bairro Castelo há 15 anos,
tem sido a mesma ultimamente:
sair cedo de casa, na rua
Desembargador José satyro e
seguir de ônibus até a casa da
filha, também no Castelo. Mas,
segundo ele, o prazer de encontrar
com a filha pela manhã
seria mais intenso não fosse
o stress causado pela espera,
por horas, de um ônibus pequeno
e cheio. Ele se refere a
linha s54.
o transporte público é outra
reclamação comum entre os
moradores e precisa ser estudado
para que possa atender à
crescente população de maneira
eficiente. Além da linha S54,
circulam pelo bairro as linhas
3301 e 1404. ainda assim, os
moradores reclamam da falta de
ônibus e dos atrasos, principalmente
nos horários de pico.
“Sempre tenho dificuldade
para pegar o ônibus. Paraentrar
no ônibus um que consigo
entrar deixo passar três. É uma
verdadeira sardinha nos horários
de pico. Em alguns períodos
da manhã é mais tranquilo.
Tenho pena de quem
mora longe e trabalha aqui no
bairro”, disse Francesco.
a linha s54 opera saindo do
bairro Dom Bosco e indo até o
shopping Del rey, com característica
circular e sublinhas
operando nos dois sentidos:
sublinha 1 – via Castelo e sublinha
2 – via Padre Eustáquio.
atualmente, as duas linhas
fazem 131 viagens nos dias
úteis, 103 aos sábados e 73 aos
domingos.
a Empresa de Transportes
e Trânsito de Belo Horizonte
(BHTrans) informou que não
há déficit na frota das linhas
convencionais (1404 e 3301)
FoTos Livio BarBosa
O aposentado Francesco Del Gaudio está insatisfeito com o transporte público
e que a quantidade de ônibus é
calculada em função do número
de viagens necessárias para
transportar os passageiros que
utilizam as linhas e o tempo de
viagem para realizá-las.
ainda de acordo com a
BHTrans, os consórcios responsáveis
pelas linhas devem
cumprir o funcionamento do
quadro de horários. Quanto ao
serviço da linha suplementar
(s54), a empresa ressaltou que
as permissões são individuais
e a inclusão de novos veículos
será por meio de nova licitação,
mas que ainda não há previsão
para realizá-la.
ar t i g o
Po r de P u ta d o es ta d u a l Fr e d co s t a (Pen)*
Confins:
atraso sobre
atraso
Em 4 de dezembro de 2012, realizei uma audiência pública na
assembleia Legislativa de Minas Gerais (aLMG) para tratar especificamente
dos atrasos excessivos das obras do aeroporto de Confins.
as obras se iniciaram em outubro de 2011. No entanto, por uma série
de erros de planejamento cometidos pela infraero, as intervenções
de novembro do ano passado eram referentes apenas ao terceiro mês
do cronograma. ou seja, um atraso de nove meses. Na audiência, o
superintendente regional da infraero disse que uma nova empresa já
havia sido contratada para recuperar o tempo perdido, e prometeu
entregar a obra concluída em dezembro de 2013, sem que fosse empenhada
nenhuma nova despesa. Concluir o serviço com a metade do
tempo planejado e sem custos adicionais? Na época não acreditei que
a matemática da infraero fechasse, mas aguardei por quatro meses.
Pedi por uma nova audiência, que ocorreu no dia 9 de abril. Nela,
a infraero reconsiderou a sua previsão, e disse que apenas 75% das
obras estariam prontas até dezembro. a outra garantia venceu, e uma
nova promessa foi dada: “abril”. abril de 2014. Dois meses antes
da Copa do Mundo. a tolerância acabou! Não há mais espaço para
adiamentos. Já irei agendar uma nova audiência para agosto. se o
planejamento não estiver sendo estritamente cumprido dessa vez, teremos
que repensar em atitudes mais drásticas.
soubemos que teríamos problemas na copa ainda em 2010. os
menores aeroportos das cidades sedes na Copa da África do sul estavam
pelo menos no nível de Guarulhos, conforme se veiculou na
mídia brasileira à época. Confins, então, tem problemas estruturais
gravíssimos. o estacionamento é pequeno, com capacidade de apenas
1.300 vagas. o check-in é desconfortável. os locais de embarque
e desembarque estão aquém em termos de atendimento aos usuários.
aliás, começa-se a tratar minimamente bem o usuário do aeroporto,
oferecendo-lhe uma melhor segurança. Já nesse quesito básico,
o governo federal se mostra negligente com Minas Gerais. a agência
Nacional de aviação Civil (anac) implantou em 12 aeroportos um
projeto para monitorar a segurança operacional, para que irregularidades
sejam sanadas. No entanto, nenhum aeroporto do nosso estado
foi contemplado. Geograficamente, Minas é um dos maiores estados
da federação, e o segundo mais populoso. Além disso, Confins é o
quinto aeroporto mais movimentado do país. Deveríamos ter sido
priorizados, mas novamente nos deparamos com o descaso do governo
federal. Há muitas possibilidades para melhoras, mas quem está
dando as cartas negligencia o nosso estado.
a Copa do Mundo é um evento efêmero. sem metrô e com um
aeroporto limitado, será sofrível receber milhares de turistas, mas depois
de um mês já acabou. o mais importante é que as melhorias na
infraestrutura fiquem para a população depois das competições. Belo
Horizonte é uma cidade que tem um grande fluxo de pessoas. É uma
cidade de turismo e negócios em todos os dias do ano. Precisamos
estar bem preparados para receber esses passageiros, pois são consumidores
e investidores que fazem o capital girar. Mais do que receber
bem quem vem de fora, precisamos de um aeroporto que esteja à
altura do belo-horizontino.
*Presidente d a Fr e n t e Pa r l a M e n ta r eM deFesa d a Mo B i l i d a d e d e ur B a n a
e Fr e n t e Pa r l a M e n ta r eu Qu e r o Me t r ô Bh/co n t a g e M/BetiM
co M u n i c a ç ã o de P u ta d o Fr e d co s t a (Pen) ra Q u e l sa n t i a g o: 8674-
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