EDUCAÇÃO COM AFETIVIDADE - Fundação Educar DPaschoal
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A FAMÍLIA E A<br />
<strong>AFETIVIDADE</strong><br />
Família é um conjunto de pessoas que se unem pelo desejo de<br />
estarem juntas, de construírem algo e de se complementarem. É<br />
através dessas relações que as pessoas podem se tornar mais<br />
humanas, aprendendo a viver o jogo da afetividade de maneira<br />
adequada. Mas para que essa adequação ocorra é preciso que haja<br />
referências positivas, cuidadores encarregados de estabelecer os limites<br />
necessários ao desenvolvimento de uma personalidade emocionalmente<br />
equilibrada.<br />
Para os jovens, as referências são pessoas, palavras, gestos que vão<br />
proporcionar a formação da identidade. Jovens que estabelecem<br />
vínculos harmoniosos nos seus momentos de frustração, por meio dos<br />
quais recebem amor e compreensão, desenvolverão uma identidade<br />
sadia, conseguindo suportar frustrações até o momento adequado para<br />
realizar seus desejos.<br />
O que verificamos atualmente é que um grande número de pais acreditam<br />
no falso mito da liberdade total. Libertam os filhos antes mesmo de<br />
eles terem criado asas para vôos mais altos, e o resultado disso é um<br />
comportamento desastroso na maioria das vezes. O jovem que se<br />
deixa levar pelo impulso em direção ao prazer imediato (natural do ser<br />
imaturo) vai dirigir seu vôo para alturas inadequadas ao tamanho de<br />
suas asas, e, com certeza, se desorganizar e se ferir. E a permissividade<br />
dos pais será sentida como desinteresse, abandono, desamor,<br />
negligência.<br />
A família tem a função de sociabilizar e estruturar os filhos como seres<br />
humanos. Vários estudos e pesquisas têm demonstrado que jovensproblemas<br />
são fruto de famílias que, independentemente do nível<br />
socioeconômico, não lhes ofereceram afetividade suficiente. A violência<br />
na infância e na adolescência, por exemplo, existe tanto nas camadas<br />
menos favorecidas como nas classes média e alta. O que faz a diferença<br />
é a capacidade de a família estabelecer vínculos afetivos, unindo-se no<br />
amor e nas frustrações.<br />
A família é o âmbito em que a criança vive suas maiores sensações de<br />
alegria, felicidade, prazer e amor, o campo de ação no qual experimenta<br />
tristezas, desencontros, brigas, ciúmes, medos e ódios. É na família<br />
que se aprende a linguagem mais complicada da vida: a linguagem<br />
da afetividade -- amor acompanhado de medo, raiva, ciúme... Sim,<br />
brigamos mais com quem mais amamos; temos medo de perder as<br />
pessoas que mais amamos. Logo, é na família que se deve encontrar o<br />
maior dos amores e também o maior dos ódios.<br />
Por isso, a família é o campo de ação de brigas e gritos, mas também do<br />
amor. Uma família sadia sempre tem momentos de grata e prazerosa<br />
emoção alternados com momentos de tristeza, discussões e desentendimentos,<br />
que serão reparados através do entendimento, do<br />
perdão tão necessário e da aprendizagem de como devemos nos<br />
preparar adequadamente para ser cidadãos sociáveis.<br />
Quando falta a um jovem essa estrutura familiar (ausência de pai e<br />
mãe), outras pessoas (parentes ou mesmo a sociedade) poderão<br />
assumir o papel de cuidadores, respeitando as necessidades desse ser<br />
em formação: alguém que lhe proporcione a oportunidade de<br />
viver muito amor, acompanhado de medos, raivas e ciúmes.<br />
Convém ressaltar que a tarefa de cuidar adequadamente de um ser em<br />
formação é extremamente difícil, pois exige dos educadores capacidade<br />
de lidar com os conflitos gera dos pelos impulsos dos jovens em direção<br />
ao prazer imediato e às necessidades biopsíquico-sociais de cada<br />
momento.<br />
Os adolescentes precisam de educadores (pais, professores) que lhes<br />
proporcionem a vivência da afetividade. É através de experiências<br />
vividas com os cuidadores que eles vão estruturar as relações que<br />
estabelecerão com a sociedade de modo geral.<br />
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