4 Geral MITOS SOBRE CONSUMO DE ÓLEO LUBRIFICANTE Em primeiro lugar, é necessário saber distinguir o que é consumo normal de óleo e por que ele acontece. Outra situação é um consumo de óleo causado pelo excessivo desgaste do motor. Neste tópico irei esclarecer a primeira condição. O consumo de óleo, está diretamente ligado ao projeto de construção do motor e condições de uso ( entenda-se aqui o consumo normal de óleo ). Nos motores atuais, as folgas internas de montagem são cada vez menores e as exigências cada vez maiores. Isso acarreta o desenvolvimento de lubrificantes cada vez mais eficientes e que tem mais funções além de simples lubrificação. Em alguns motores, o óleo é aspergido diretamente nas partes inferiores dos pistões para proporcionar uma refrigeração mais eficiente dos mesmos. Com essa condição, motores usados em médias e extremas exigência. Ex; ( altas rotações, trânsito congestionado) tem a tendência de consumir óleo porque ele simplesmente entra em estado de evaporação, devido a alta temperatura que é submetido. O consumo de óleo também está diretamente ligado à condição de uso ao qual o motor será submetido,a qualidade do lubrificante e especificação correta do mesmo. De nada adianta usar um lubrificante de última geração e caro se não for especificado para o tipo de motor do seu carro, A quantidade consumida considerada normal, a marca e especificação correta do óleo lubrificante, você vai encontrar especificada no manual do automóvel. As quantidades variam de um modelo de motor para outro. Alguns motores chegam a consumir 1.0 litro de óleo por 1.000 km. Consumo considerado normal pelo fabricante. CONCLUSÃO: Motor em perfeitas condições consome óleo, mas não faz fumaça. Duvidas e sugestões: edsonreinicke@gmail.com Até na próxima. TESTO NOTÍCIAS Semana de 27 de julho de <strong>2012</strong> Léa Hoge Hass - 60 anos de serviços prestados ao cartório Nem bem completou 14 anos de idade, Léa Hoge já queria trabalhar fora e ter seu próprio salário. A personalidade decidida e dinâmica já despontava naqueles anos de adolescente. O escrivão do cartório, na época Wadislau Constansky, pediu ao pai de Léa, Alfredo Hoge, empresário de uma indústria de artefatos de barro, que deixasse a filha dele auxiliá-lo no cartório. Como os dois eram amigos Léa conseguiu o tão sonhado emprego. Para poder trabalhar ela fez um curso de datilografia em Blumenau. “Gostava de fazer atendimento ao público e preferia trabalhar no cartório a fazer os serviços domésticos”, conta. Como aprendiz Léa não recebeu salário durante cerca de dois a três meses. Ela começou a trabalhar no dia 4 de dezembro de 1952, quando o cartório era chamado de Escrivania de Paz do Distrito do Rio do <strong>Testo</strong>. Do primeiro salário ela ainda lembra muito bem. “Recebi 150 cruzeiros, com os quais comprei uma bicicleta Afrente do quadro de Wadislau para ir trabalhar”. Morava perto do trabalho, mas de bicicleta facilitava mais. No início ela usava a máquina de escrever para datilografar todos os documentos e fazia os registros de casamentos, óbitos, escrituras, dentre outros. Uma inovação para época onde tudo era feito a mão com caneta tinteiro. Tudo era feito em um único lugar, pois só havia um cartório na cidade. Com os anos de dedicação ao trabalho presenciou o desenvolvimento de cada integrante da comunidade, como namorados que se casaram e tiveram filhos. Ela fez registros de casamento, certidão de nascimento, como também teve que registrar a separação dos casais, fazer a divisão de bens, ou seja, toda a parte burocrática necessária perante a justiça. Um momento inusitado foi na década de 60 quando uma mulher foi registrar o óbito do marido. “Como era sexta-feira, no final da tarde, ficou faltando documentação que a mulher levaria na segunda-feira. Neste tempo foi descoberto que na verdade o marido não tinha falecido. Ele tinha problemas psicológicos e convenceu a mulher a ir ao cartório para registrar seu óbito. Ainda bem que nem tínhamos feito o documento”, lembra sorrindo. A documentação feita no cartório continua sendo: lavraturas de escrituras, procurações, protesto de títulos, reconhecimento de firmas, autenticações entre outras e também casamentos, registros de nascimento e óbitos. “Entre os fatos curiosos a habilitação de casamentos, quando os nubentes (noivos) vêm dar entrada na documentação e duas semanas depois pedem para cancelar o casamento”. No caso dos registros de óbitos durante a madrugada, ela explica que são feitos devido a transladação do corpo para outra cidade. “Outro fato interessante são os nomes curiosos dados aos filhos”, relata. Os anos dedicados ao serviço cartorário fez com que Léa conhecesse toda a comunidade. Por isso, muitos a procuravam e até hoje procuram para ouvir seus conselhos. O trabalho de conselheira é feito gratuitamente até os dias atuais. “Com muita conversa consegui ajudar muitas pessoas e até a salvar casamentos”. Quando ela começou a trabalhar ainda menina não imaginava que chegaria a ser a tabeliã de Notas e Protestos. Há 30 anos não existiam advogados na cidade, mas muito interessada nas leis, Léa lia muito e sempre estudou todas as novas normas e regulamentações, tornandose uma conhecedora no que se refere às leis. Devido ao conhecimento, os pomerodenses a procuravam para se aconselharem sobre negócios (transferência de imóveis) e também sobre separação, divórcio, etc. Em 2010 foi homenageada pela Câmara de Vereadores por serviços prestados à sociedade quando completou Geral TESTO NOTÍCIAS | Semana de 27 de julho de <strong>2012</strong> 5 58 anos de atividades. Mas as homenagens também eram informais quando as pessoas se aconselhavam e faziam bons negócios traziam galinha, pato, verduras. “Tudo que ganhava, dado com carinho pela gratidão das pessoas, sempre foi bem-vindo”. No início só trabalhavam duas pessoas: ela e o Wadis- Na década de 70 lau. Atualmente são 11 pessoas contando com ela e o marido Wigold Hass contador aposentado voluntário no cartório para ajudar a esposa. Aos 20 anos ela casou-se com Wigold, com quem teve a filha Leane, engenheira Civil e depois de 25 anos de trabalho foi trabalhar com a mãe no cartório. O segundo filho Marcos (mais conhecido por Chico Hass) também é formado engenheiro agrônomo, mas depois de um convite da mãe também trabalha no cartório como Tabelião Substituto. Ao todo ela fez dois concursos públicos um para o registro civil e outro para o tabelionato. Todos os trabalhos realizados no cartório são fiscalizados pelo Tribunal de Justiça do Estado. A partir de setembro a fiscalização dos atos passará a ser diária pois será feita digitalmente. Dedicada ao trabalho, Léa hoje aos 73 anos de idade ainda se dedica integralmente ao cartório. Das atividades acredita ser o mais complexo a elaboração de escrituras, pois requer muitos detalhes. Ao lado da família durante o trabalho e dos netos Elise,31, Martin, 27, filhos de Leane e de Julia,13 e Heloisa,5 anos, filhas de Marcos em momentos de lazer. Ela passa seus dias ainda preocupada com o andamento dos trabalhos no cartório, atende no balcão, faz escrituras, aconselhamentos, ou seja, ainda atua com o mesmo vigor, porém com muito conhecimento adquirido durante anos. No caso dos registros de óbitos são momentos dos quais relembra com tristeza. “Fiz a certidão de óbito para amigos e até famílias inteiras que morreram em acidente”. Mas a emoção maior foi quando teve que fazer o registro de óbito dos pais e do irmão, “feitos com muita emoção”. Léa ressalta que por ser “concursada e ter prestado compromisso com a justiça de desempenhar o cargo com fidelidade e honradez, nunca deixei de cumprir o referido compromisso, atendendo na forma legal e em horári- Com os filhos os também estabelecidos pelo Tribunal de Justiça do Estado, a quem devo respeitar como serventuária que sou”. Questionada sobre se valeu a pena se dedicar tanto ao trabalho que até hoje nem férias tira direito, pois precisa assinar documentos como atestado de óbito, normalmente feitos de madrugada, ela responde: “sim, com certeza”!