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comentários à recensão crítica de Eduardo Tuffani - cursos de tupi ...

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4. Ao discorrer sobre os Tupiniquím, p. xxix, Navarro afirma: “Essas<br />

referências a <strong>tupi</strong>niquins em São Vicente permanecem ainda<br />

enigmáticas e somente a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> novos documentos históricos<br />

po<strong>de</strong>rá lançar luzes sobre essa questão [!].” É mais do que sabido que<br />

os Tupí <strong>de</strong> São Vicente também eram chamados <strong>de</strong> Tupiniquím<br />

(Métraux 1928: 14-15, E<strong>de</strong>lweiss 1947: 44).<br />

Obcecado por opiniões <strong>de</strong> E<strong>de</strong>lweiss, que tal ajuizou em 1946, <strong>Tuffani</strong><br />

ignora autores mais mo<strong>de</strong>rnos que cuidaram <strong>de</strong>ssa questão. Se<br />

conhecesse o livro Os indígenas do Planalto Paulista, <strong>de</strong> Benedito<br />

Prezia (Humanitas, USP, 2000), o melhor estudo sobre esse assunto até<br />

agora publicado, veria que essa questão é problemática e não diria o que<br />

disse. Ali lemos, na p. 162:<br />

TUPI OU TUPINIKIM?<br />

Quanto aos moradores do planalto, sempre pairaram dúvidas sobre seus<br />

etnônimos. Foram chamados <strong>de</strong> Tupi, Tupinakim/Tupinikim e, algumas<br />

vezes <strong>de</strong> Guaianã/Goaianá/Goyanazes.<br />

Compulsando a documentação da época, percebemos uma incidência muita<br />

gran<strong>de</strong> do etnônimo Tupi usado por aqueles que viveram com os indígenas<br />

do planalto e <strong>de</strong> São Vicente, sendo mais raro o registro do etnônimo<br />

Tupinakim.<br />

E na p. 165 (ibi<strong>de</strong>m):<br />

...Po<strong>de</strong>-se verificar que os missionários e portugueses que viviam ou<br />

estavam em contato com os indígenas <strong>de</strong> São Paulo e Piratininga, ao<br />

nomearem estes grupos, nas 22 ocorrências por nós citadas, em 16<br />

(75%) utilizaram o etnônimo Tupi, ao passo que em apenas cinco (25%)<br />

usaram o etnônimo Tupinakim. Destas cinco ocorrências, apenas duas<br />

(9,5%) referiam-se aos indígenas <strong>de</strong> São Vicente. As outras três (15,5%)<br />

referiam-se aos indígenas que viviam mais distantes ou eram indicações<br />

genéricas, como fizeram os camaristas <strong>de</strong> São Paulo.” (grifos nossos)<br />

5. Ao tratar <strong>de</strong> <strong>tupi</strong>nismos, p. xiv, Navarro cita “ficar com nhenhenhém,<br />

ficar jururu, ir para a cucuia, chorar as pitangas, etc.”. Certos termos<br />

e expressões <strong>de</strong>vem ser evitados pelos <strong>tupi</strong>nólogos pois possuem<br />

etimologias ainda não esclarecidas: é o caso <strong>de</strong> “nhenhenhém” e<br />

“jururu”.<br />

<strong>Tuffani</strong> evi<strong>de</strong>ncia em tal passo que não conhece a literatura <strong>tupi</strong>:<br />

nhe’e nhe’enga (etim. - ficar falando) (s.) - discurso, sermão, NHENHENHÉM: ...abaré<br />

nhe’e nhe’enga renduba... - ouvir o sermão do padre (Ar., Cat., 12)<br />

aruru (s.) - tristeza, estado <strong>de</strong> JURURU, melancolia; (adj.) - triste, JURURU, tristonho,<br />

melancólico: N<strong>de</strong> arurupe abá n<strong>de</strong> rapixara rerekó-katureme? - Tu te entristeceste ao alguém<br />

tratar bem teu próximo? (Ar., Cat., 102); Xe aruru (ou Xe aruru nhe ). - Eu estou triste. (VLB,<br />

II, 45)

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