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Matt Paradise - Associação Portuguesa de Satanismo

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REFLEXÔES<br />

SATANISMO<br />

e<br />

Música<br />

Ou como a resposta mais óbvia<br />

nem sempre é a mais correcta<br />

Não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser curioso o<br />

caminho que percorremos quando<br />

<strong>de</strong>ixamos a nossa mente divagar à<br />

vonta<strong>de</strong>. Como num imenso <strong>de</strong>lta,<br />

percurso leva a percurso, ramifi cação<br />

a ramifi cação, numa sequência<br />

infi nita <strong>de</strong> opções e <strong>de</strong>cisões, e<br />

quando nos apercebemos, estamos<br />

num sítio totalmente diferente<br />

daquele on<strong>de</strong> começamos.<br />

Ao ouvir casualmente uma<br />

música, que mais à frente irei<br />

nomear, este percurso iniciou-se na<br />

minha mente, nas águas da relação<br />

entre a música e o <strong>Satanismo</strong>. E,<br />

naturalmente, ao ser um oceano tão<br />

vasto o <strong>de</strong> esse assunto, é natural<br />

que se <strong>de</strong>more algum tempo a<br />

percorrê-lo. Mas tentarei ser breve.<br />

O <strong>Satanismo</strong> sempre teve uma<br />

relação bastante íntima com a<br />

música, sendo eu próprio um exemplo<br />

<strong>de</strong>sse caso. Estas linhas estão a ser<br />

escritas ao som <strong>de</strong> música do meu<br />

agrado (não irei referir qual a banda,<br />

dado o contexto <strong>de</strong>stas linhas), o que<br />

normalmente acontece com tudo o<br />

que faço. Sendo a música algo que<br />

comunica connosco a um nível tão<br />

primordial, é natural a sua relação<br />

com o <strong>Satanismo</strong>.<br />

Antes <strong>de</strong> continuar, talvez<br />

seja relevante uma pequena<br />

contextualização. Mais do que um estilo ou género musical, a música<br />

que me apela <strong>de</strong> uma forma especial é composta por um conjunto <strong>de</strong><br />

componentes que a tornam tão especial aos meus ouvidos. Des<strong>de</strong> logo,<br />

ritmo e harmonia. De seguida, emoção e sentimento. E fi nalmente, com<br />

signifi cado literário. Não ouço “<strong>de</strong> tudo um pouco”, e realmente abomino<br />

essa expressão. Mas a minha discoteca é bastante ecléctica. Imagino a<br />

cara <strong>de</strong> algumas das pessoas que lêem as minhas <strong>de</strong>ambulações se elas<br />

fossem acompanhadas pela música ao som da qual foram escritas ou se<br />

vissem a minha discoteca, e isso coloca um sorriso nos meus lábios.<br />

Curiosamente, a música associada ao <strong>Satanismo</strong> sempre teve uma<br />

forte ligação ao mundo do Metal, particularmente do Black Metal. E se<br />

analisarmos friamente as razões, chegamos facilmente à conclusão que<br />

normalmente são as erradas. Felizmente que existem valiosas excepções<br />

2 | INFERNUS V<br />

a esta minha afi rmação.<br />

Tendo assistido <strong>de</strong> perto à “explosão”<br />

e “queda a pique” do Black Metal,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu Un<strong>de</strong>rground (quantos<br />

<strong>de</strong> vós se lembram do tape-trading?),<br />

passando pelo boom caracterizado pelo<br />

aparecimento em massa <strong>de</strong> bandas a<br />

(tentar) tocar este estilo musical (com<br />

o consequente <strong>de</strong>créscimo abismal<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>), e fi nalizando no quase<br />

eclipse total do género, penso que<br />

posso falar com algum à vonta<strong>de</strong> sobre<br />

o assunto em questão. Naturalmente<br />

pelo meu ponto <strong>de</strong> vista.<br />

Sem querer alongar em <strong>de</strong>masia<br />

um assunto sobre o qual livros foram<br />

já escritos, o carácter marcadamente<br />

anti-cristão e <strong>de</strong> adoração ao diabo<br />

era uma “imagem <strong>de</strong> marca” do Black<br />

Metal. Fiz um pequeno exercício:<br />

peguei num álbum <strong>de</strong> uma banda <strong>de</strong><br />

Black Metal <strong>de</strong>ssa altura (sim, também<br />

os tenho na minha discoteca), e lendo<br />

as letras das músicas encontro em<br />

todas elas referências ao <strong>de</strong>mónio,<br />

satanás, <strong>de</strong>us, crucifi xo, sangue, morte,<br />

<strong>de</strong>struição, céu, inferno, sagrado, enfi m,<br />

uma parafernália <strong>de</strong> termos religiosos,<br />

ten<strong>de</strong>ncialmente cristãos.<br />

Um pequeno parêntesis: quem tiver<br />

lido o parágrafo anterior e achar que<br />

satanás e inferno não têm nada a ver<br />

com religião, faça-me o favor <strong>de</strong> parar<br />

<strong>de</strong> ler este escrito e pegue antes numa cópia do livro “The Satanic Bible”<br />

para tentar or<strong>de</strong>nar as i<strong>de</strong>ias.<br />

Naturalmente que o meu exercício não representa <strong>de</strong> forma alguma<br />

uma amostragem <strong>de</strong>monstrativa seja do que for, e claro que po<strong>de</strong>ríamos<br />

arranjar exemplos contraditórios (como disse anteriormente, há<br />

honrosas excepções a esta minha linha <strong>de</strong> raciocínio), mas penso que<br />

seja difícil <strong>de</strong> contestar a afi rmação que uma gran<strong>de</strong> maioria das bandas<br />

<strong>de</strong> Black Metal não falam <strong>de</strong> <strong>Satanismo</strong> nas suas letras, nem seguem<br />

uma i<strong>de</strong>ologia Satânica. No entanto, em muitos casos, apelidam-se <strong>de</strong><br />

Satanistas.<br />

Os motivos para esse apropriamento in<strong>de</strong>vido do título <strong>de</strong> Satanistas<br />

são naturalmente vários, e nem sequer os irei abordar. Se alguém tem<br />

dúvidas sobre quais são e como se manifestam, bem, é só ir falar com

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