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O Ribatejo
19­01­2012
Do lado da UGT o presidente
da estrutura distrital António
Carvalho Carreira diz que rece
beu a notícia da Unicer como
um balde água fria sobre
tudo porque é uma empresa
que não está em dificuldades
financeiras e recebeu bastantes
incentivos para se instalar em
Santarém Esta intersindical
reuniu esta semana com sindi
catos afetos aos trabalhadores
da cervejeira e promete lutar
pela manutenção dos postos
de trabalho
Entre as situações acompa
nhadas pela UGT no distrito
estão também casos de encer
ramentos no setor bancário
nomeadamente o Montepio
que segundo António Carreira
irá fechar duas agências uma
em Santarém e outra no Car
taxo e o BPN que se encontra
em processo de reestruturação
em todo o país Em ambos os
casos não são esperados despe
dimentos mas apenas mudança
de local do posto de trabalho
com transferência para outras
agências
Acabo de saber de uma for
ma que me deixa chocado tris
te dececionado desta decisão
que terá todos os seus critérios
de gestão bem definidos e bem
claros mas é um choque para o
concelho de Santarém disse o
presidente da Câmara de San
tarém Francisco Moita Flores
no final de uma reunião com o
presidente da Unicer Pires de
Lima A Unicer garantiu que vai
manter em Santarém a produ
ção de refrigerantes e a unidade
de logística da empresa repre
sentando a decisão anunciada
uma quebra de emprego de 50
por cento
Os deputados do PS elei
tos pelo Distrito de Santarém
António Serrano Idália Salva
dor Serrão e João Galamba
apresentaram na sexta feira
um requerimento no qual
questionam o Governo sobre
o encerramento da unidade de
produção da UNICER em San
tarém A Unicer anunciou na
sexta feira uma reestruturação
das suas instalações localizadas
em Santarém que resultará no
encerramento da produção de
cervejas em Março de 2013
Esta decisão coloca em causa
os 133 empregos ligados a esta
linha de produção No mesmo
comunicado a Unicer deixa a
porta aberta para a eventual
deslocação de alguns trabalha
dores para o centro de produ
ção do Porto Os deputados do
PS questionam se o Governo
tem conhecimento de benefí
cios fiscais que a Unicer tenha
usufruído para a instalação da
unidade de produção em Santa
rém cuja reestruturação agora
anunciou
Nãohájustificação
parafecharafábrica
de cerveja
fundador Albertino Pisca
Eugénio deu os melhores
anos da sua vida à constru
ção e desenvolvimento da
fábrica de cerveja da Unicer
em Santarém que iniciou a
sua laboração industrial a
25 de Fevereiro de 1975 A
cerveja de nome Clok iniciou
a sua comercialização a 1 de
Abril desse mesmo ano
Pisca Eugénio foi o promotor
do pedido de alvará em 21 de
Março que seria concedido
no final de 1971 e fundou a
empresa Copeja Companhia
Portuguesa de Cerveja SARL
no final de 1972 Recorde
se que esta empresa foi a
primeira a instalar se na
zona industrial de Santarém
abrindo caminho à criação
desta área de localização
empresarial Pisca Eugênio
permaneceu à frente da
fábrica até a 1 de Janeiro de
1994 saindo por motivo de
doença irreversível Cum
primos todos os objetivos
resistindo a todas as dificul
dades como a nacionalização
da fábrica em 30 de Agosto
de 1975 a constituição da
empresa pública Unicer em
30 de Dezembro de 1977 a
privatização parcial e total
concretizada no ano de 1991
Trabalho que lhe valeu a con
decoração pelo Presidente
da República com o título de
Comendador da Ordem do
Mérito Industrial
Não existe justificação plau
sível para o encerramento
da fábrica de Santarém que
sempre teve uma rentabilida
de superior a todas as outras
fábricas do grupo muito gra
ças aos trabalhadores de pri
meira categoria que formá
mos e à existência de água
de qualidade que é a princi
pal matéria prima declara
Pisca Eugénio a O Ribatejo
Por tudo isto o comendador
considera que o anúncio
deste encerramento é uma
ofensa para as gentes de San
tarém e devia merecer uma
resposta da Câmara bem
mais veemente do que dizer
que está chocado com a deci
são Mas o que custa mais
a Pisca Eugénio é o avilta
mento das pessoas tratadas
como animais que se levam
do Ribatejo para o Porto
como se não tivessem casa e
família
Periodicidade: Semanal
Temática: Economia
Classe:
Âmbito:
Tiragem:
Informação Geral
Regional
13000
Autarcas deputa
dos e trabalhadores
foram apanhados
de surpresa por esta
decisão
desempregoA Tegael de Coru
che vai encerrar a atividade e
colocar no desemprego cerca de
400 trabalhadores A empresa
alega dificuldades de mercado e
decidiu se por fazer a cessação
da atividade programada em
vez de abrir o habitual processo
de falência
O anúncio apanhou de sur
presa o concelho de Coruche
onde esta empresa é o maior
empregador privado O pre
sidente da Câmara Dionísio
Mendes fala num grave pro
blema social e económico para
o concelho e diz que é difícil
entender que uma empresa
com viabilidade vá encer
rar
Segundo Dionísio Mendes
mais de 300 dos trabalhadores
são do concelho e este despedi
mento vai atingir entre 60 ou
70 por cento das pessoas sendo
que alguns dos trabalhadores
podem vir a ser colocados nou
tras empresas do grupo em que
a Tegael está inserida
Alguns dos 20 ou 30 por
cento que ficarão a trabalhar
será noutras empresas ficarão
deslocalizados de Coruche com
encargos maiores em termos
de deslocação com um ven
cimento porventura menor e
para a economia do concelho
Dimensão: 1275
Imagem:
S/Cor
Página (s): 4 a 5
é um prejuízo brutal alertou
o autarca
No comunicado que emitiu a
empresa diz que foram envida
dos todos os esforços por parte
da administração de forma a
minimizar os impactos nega
tivos que a cessação de ativi
dade implicará para todas as
partes envolvidas A empresa
adianta ainda que este processo
é uma situação de cessação de
atividade programada e não
de insolvência garantindo o
total cumprimento das respon
sabilidades assumidas Para o
efeito a empresa já criou uma
comissão de cessação de ativi
dade para a qual deverá ser
convidado um representante
dos trabalhadores
A empresa alega que vem
apresentando uma contração
acentuada da sua atividade não
se prevendo mesmo a prazo
uma inflexão da mesma tradu
zindo se assim numa situação
que se antevê de média longa
duração Segundo Dionísio
Mendes a Tegael tinha já um
plano para dispensar 70 pes
soas que foi comunicado em
dezembro passado mas não
terá conseguido obter o finan
ciamento de 500 mil euros
na Caixa Geral de Depósitos
parte de um empréstimo de
1 5 milhões para levar a cabo
a estratégia Decidiram depois
encerrar a empresa explicou
o autarca que considera esta
nega da Caixa como uma ati
tude criminosa por parte do
banco estatal
Em 2010 a empresa de
telecomunicações e energia
registou prejuízos de pratica
mente três milhões de euros
e as vendas caíram 20 Um
ano antes a Tegael apresentava
lucros de 448 mil euros Esta
viragem é explicada por uma
quebra abrupta nas vendas
que passaram de 28 6 para 22 8
milhões de euros De acordo
com as contas da empresa
o passivo situava se em 30 6
milhões de euros dados de
2010 Ainda de acordo com o
relatório de contas a empresa
empregava em 2010 mais de
500 trabalhadores e os custos
com pessoal alcançaram 11 1
milhões de euros Tem vindo
a acumular prejuízo estando
a perder 10 000 euros por dia
devido às dificuldades do negó
cio no mercado interno onde
tem entre os seus principais
clientes a PT e a EDP
Tem ainda uma forte pre
sença internacional operando
em mercados como Irlanda
Escócia Inglaterra Marrocos
África do Sul Angola e Brasil
Esperava a concretização de
dois contratos em Angola que
poderiam ajudar na recupera
ção da empresa
A Tegael atua nas áreas das
infraestruturas elétricas do
gás e das telecomunicações e
é detida na sua maioria pela
Telcabo Ficou conhecida pelas
obras que levou a cabo no mer
cado irlandês numa altura em
que o seu acionista maioritário
era a construtora Somague