19.05.2013 Views

e resumo expandido (de até 9 - Anpocs

e resumo expandido (de até 9 - Anpocs

e resumo expandido (de até 9 - Anpocs

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

“Toda representação coletiva <strong>de</strong>ve servir, no plano prático, aos<br />

indivíduos; isto quer dizer que ela <strong>de</strong>ve suscitar atos que sejam ajustados<br />

às coisas, às realida<strong>de</strong>s correspon<strong>de</strong>ntes. Ora, para po<strong>de</strong>r suscitar esses<br />

atos, é necessário que a representação seja ela própria adaptada a essas<br />

realida<strong>de</strong>s” (Durkheim, 2004, p.191).<br />

Durkheim <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que a realida<strong>de</strong> tem uma função especulativa, pois a verda<strong>de</strong> não é <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>m puramente racional. Ao lado das verda<strong>de</strong>s científicas, sempre haverá verda<strong>de</strong>s<br />

“mitológicas”; estas exprimem realida<strong>de</strong>s incontestáveis, ou seja, realida<strong>de</strong>s sociais. “São<br />

nossas i<strong>de</strong>ias, nossas crenças que conferem aos objetos do pensamento sua realida<strong>de</strong>”<br />

(Ibid., p. 187).<br />

Desta forma, a i<strong>de</strong>ia é verda<strong>de</strong>ira em função <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r criador, não em razão <strong>de</strong> sua<br />

conformida<strong>de</strong> com o real. Essas i<strong>de</strong>ias se originam das representações coletivas criadas a<br />

partir <strong>de</strong> um pensamento coletivo em comum. É a coletivida<strong>de</strong> que promove as i<strong>de</strong>ias e<br />

representações.<br />

“Ora, todas as representações coletivas são, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua própria<br />

origem, revestidas <strong>de</strong> um prestígio graças ao qual elas têm o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> se<br />

impor. Elas possuem uma energia psicológica maior do que as que<br />

emanam dos indivíduos. É o que faz com que elas se instalem com tanta<br />

força na consciência. Aqui resi<strong>de</strong> a própria força da verda<strong>de</strong>” (Ibid.,<br />

187).<br />

Por exigir que as consciências individuais estejam em acordo, a socieda<strong>de</strong> não po<strong>de</strong><br />

tomar consciência <strong>de</strong> si mesma sem ter alguma relação com as coisas. Para que isso<br />

aconteça, cada uma <strong>de</strong>las <strong>de</strong>ve se manifestar. Durkheim (2004) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que isso só<br />

ocorre quando as coisas são tomadas como símbolos. “É porque a socieda<strong>de</strong> se expressa<br />

por meio das coisas, que ela é levada a transformar, a transfigurar o real” (Ibid., p.191).<br />

A crença é uma regra <strong>de</strong> ação, pois na prática, toda representação coletiva <strong>de</strong>veria servir<br />

aos indivíduos, gerando atos que se ajustem às realida<strong>de</strong>s correspon<strong>de</strong>ntes. “Para suscitar<br />

esses atos, é necessário que a representação seja ela própria adaptada a essas realida<strong>de</strong>s”<br />

(Ibid., p.191). Destarte, não se po<strong>de</strong> separar as criações mitológicas do real uma vez que<br />

a realida<strong>de</strong> é a própria socieda<strong>de</strong>.<br />

14

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!