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10 | JORNAL DAS MISSÕES | Sábado, 25 de maio de 2013<br />

Santo-angelense vai disputar<br />

concurso Miss Plus Size RS<br />

Atalia Biagi foi selecionada para disputa que acontece em setembro<br />

Atália Biagi diz que não é feio ser gordinha e que a mulher precisa ter vaidade e se cuidar<br />

Cristiano Devicari<br />

cristiano@jornaldasmissoes.com.br<br />

A<br />

santo-angelense<br />

Atália Biagi vai<br />

participar do concurso<br />

de beleza Miss Plus<br />

Size RS, que acontecerá<br />

em Porto Alegre no dia<br />

14 de setembro. A jovem<br />

de 21 anos, com 96 quilos,<br />

vestindo manequim 48, é<br />

a atual Miss Plus Size Santo<br />

Ângelo.<br />

Atália conta que no dia<br />

27 de abril ela recebreu a<br />

faixa como representante<br />

de Santo Ângelo no concurso.<br />

"Fiz a inscrição no<br />

site do concurso e os organizadores<br />

do Miss Plus<br />

Size me selecionaram<br />

para participar da competição.<br />

Fiquei muito feliz<br />

porque mudou a minha<br />

vida", diz.<br />

"Antes eu não me cuidava<br />

e percebi que a mulher,<br />

mesmo sendo gordinha,<br />

pode ser bonita. Feio<br />

não é ser acima do peso,<br />

mas não se cuidar", afirma<br />

Atália.<br />

A modelo, casada há<br />

sete anos e mãe da pequena<br />

Giovana de 5 anos, revela<br />

que vem tendo apoio<br />

de toda a família para<br />

participar do Miss Pluz<br />

Size. "Todos estão muitos<br />

felizes e acompanham minha<br />

carreira. Meu marido<br />

está ao meu lado sempre<br />

me apoiando", ressalta.<br />

WORKSHOP<br />

A jovem do Bairro<br />

Dido conta que no início<br />

do ano já havia particicipado<br />

de um workshop de<br />

moda, antes de começar<br />

a trabalhar como modelo<br />

em desfiles nas cidades<br />

de Porto Alegre e Pelotas.<br />

"Está sendo uma expe-<br />

riência gratificante para<br />

mim. Esse novo momento<br />

melhorou minha autoestima<br />

e me sinto uma<br />

mulher mais confiante.<br />

Aquela pessoa descuidade<br />

não existe mais", revela.<br />

INFÂNCIA<br />

A modelo Atália Biagi<br />

observa que desde a infância<br />

foi gordinha. Também<br />

lembra que, por um<br />

breve período da adolescência,<br />

ficou magra, mas<br />

logo voltou a engordar.<br />

SAÚDE<br />

Apesar de estar acima<br />

do peso, Atália Biagi<br />

conta que faz exames e<br />

cuida da saúde. "Ser gordinha<br />

não é o problema.<br />

O que se tem que cuidar<br />

são os exageros. Nem gor-<br />

Odair Kotowski/JM<br />

da e nem magra demais.<br />

É preciso viver bem com<br />

qualidade", frisa.<br />

CONCURSO<br />

O concurso Miss Plus<br />

Size RS está sendo organizado<br />

por Nanda Colmenero,<br />

atual miss estadual,<br />

e Joane Richter, Plus Size<br />

Destaque.<br />

No total serão 40 candidatas<br />

participando do<br />

concurso de beleza, na<br />

capital.<br />

SANTO ÂNGELO<br />

A Miss Plus Size Santo<br />

Ângelo, Atália Biagi,<br />

revela que será realizada<br />

a apresentação de todas<br />

as candidatas na cidade.<br />

A modelo está buscando<br />

patrocínio para consolidar<br />

esse projeto.<br />

Na foto Joane Richter, Atália Biagi e Nanda Colmenero<br />

Divulgação/JM<br />

Eduardo Matzembacher Frizzo<br />

eduardo7frizzo@hotmail.com<br />

Para além do<br />

proibicionismo<br />

Partindo do fato de que pelo termo<br />

“drogas” podemos entender toda<br />

e qualquer substância, natural ou<br />

sintética, que uma vez introduzida no organismo<br />

modifica suas funções, é nítida<br />

a constatação de que seu uso acompanha<br />

a trajetória humana desde os primórdios<br />

da civilização. Inicialmente restritas aos<br />

rituais religiosos, contemporaneamente as<br />

drogas ganharam um novo status, o qual<br />

se convencionou denominar como “recreativo”.<br />

Esse uso “recreativo”, entretanto,<br />

causou e causa inúmeros problemas sociais,<br />

considerando-se que os mais nítidos<br />

estão para a saúde pública e para a criminalidade,<br />

ambos relacionados com a ilegalidade<br />

do uso e comércio de certas substâncias.<br />

Contrapondo-se à criminalidade<br />

gerada pelo tráfico, internacionalmente se<br />

adota uma política proibicionista, a qual,<br />

deve-se admitir, gerou um único efeito positivo:<br />

a comprovação empírica de que é<br />

impossível coibir totalmente o uso e a comercialização<br />

de entorpecentes ilegais.<br />

Nas últimas semanas, a imprensa nacional<br />

vêm divulgando determinado programa<br />

do Estado de São Paulo apelidado<br />

maldosamente de “Bolsa Crack”. Fala-se<br />

que as famílias dos usuários de crack irão<br />

receber auxílio estatal, hipotética política<br />

pública condenada pela maioria esmagadora<br />

das vozes. Ocorre que a desinformação<br />

é a tônica dos argu-<br />

mentos que se posicionam<br />

de forma contrária ao projeto.<br />

Primeiramente, cumpre<br />

referir que o benefício<br />

será usado para a recuperação<br />

de dependentes químicos<br />

em entidades especializadas,<br />

direcionado ao<br />

tratamento de usuários de drogas que procurarem<br />

ajuda voluntariamente. O chamado<br />

“Cartão Recomeço” trará os dados<br />

do dependente e será encaminhado para a<br />

entidade definida para o acolhimento, servindo<br />

para monitorar as atividades prestadas<br />

no serviço de reabilitação e controlar<br />

a frequência do usuário. O dependente e<br />

sua família, dessa maneira, não serão alvo<br />

do auxílio de R$ 1.350,00, o qual servirá<br />

unicamente para o seu tratamento, sendo<br />

pago às entidades especializadas.<br />

Muitos argumentos contrários ao programa<br />

sucintamente referido, aduzem que<br />

o Estado deveria investir em educação em<br />

vez de investir na reabilitação de usuários.<br />

Diante dessa premissa, cabe uma afirmação<br />

e duas perguntas: 1) ninguém nega<br />

que a educação para a prevenção quanto<br />

ao uso de drogas é fundamental; 2) na medida<br />

em que inexiste essa negação, o que<br />

fazer com aqueles que já tiveram a vida<br />

corroída pela dependência química?; 3)<br />

caberia ao Estado tão-somente segregálos<br />

do convívio social e da possibilidade de<br />

reabilitação, criando “guetos” nos quais<br />

esses cidadãos seriam confinados para<br />

morrer ao deus-dará da sua malfadada<br />

sorte? A consciência advinda das possíveis<br />

GERAL<br />

respostas a essas questões e da inevitável<br />

concordância com a afirmação acima,<br />

responde que o Estado deve investir sempre<br />

e cada vez mais em políticas educacionais<br />

que visem a prevenção quanto ao<br />

uso de entorpecentes, mas também não<br />

pode simplesmente execrar socialmente<br />

aqueles indivíduos que sofrem de dependência<br />

química. Defender a educação sem<br />

pormenorizar os demais enleios envolvidos<br />

na temática, implica na ocorrência de<br />

uma falácia da prioridade.<br />

Transcendendo os parâmetros expostos,<br />

importante dizer que é irracional toda e<br />

qualquer discussão que pretenda criar vetores<br />

unívocos quanto às drogas. O discurso<br />

proibicionista, apegado à criminalização<br />

dos entorpecentes, simplesmente não<br />

funciona. O Projeto de Lei nº 7.663/2010<br />

de autoria do deputado federal Osmar<br />

Terra (PMDB-RS), por exemplo, o qual<br />

prevê, dentre outros pontos, internações<br />

involuntárias de usuários, financiamento<br />

de comunidades terapêuticas mantidas<br />

por grupos religiosos e elevação da pena<br />

mínima para traficantes de cinco para oito<br />

anos de prisão, implica em um apego a um<br />

pensamento ultrapassado por políticas<br />

públicas de vários países, como Uruguai<br />

e Portugal. A sociedade brasileira precisa<br />

perceber que qualquer debate racional sobre<br />

drogas deve extrapolar a binariedade<br />

É preciso que o Supremo Tribunal Federal<br />

declare com urgência a inconstitucionalidade<br />

das regras criminalizadoras da<br />

posse de drogas ilícitas para uso pessoal<br />

“contra”/”à favor”, notando que a pecha<br />

da ilegalidade que recai em certas substâncias<br />

é o fator fundamental que fomenta<br />

graves problemas no campo da criminalidade<br />

e da saúde pública.<br />

Conforme a Carta de Brasília em Defesa<br />

da Razão e da Vida, proveniente do<br />

Congresso Internacional sobre Drogas<br />

realizado entre 3 e 5 de maio de 2013 no<br />

Museu da República da Capital Federal,<br />

é preciso que o Supremo Tribunal Federal<br />

declare com urgência a inconstitucionalidade<br />

das regras criminalizadoras da<br />

posse de drogas ilícitas para uso pessoal.<br />

Derradeiramente, a legalização, a regulamentação<br />

e a taxação de todas as drogas,<br />

priorizando a redução de riscos e danos,<br />

anistiando infratores de crimes não-violentos<br />

e investindo em emprego, educação,<br />

saúde, moradia, cultura e esporte, seriam<br />

medidas capazes de acabar efetivamente<br />

com o tráfico e com a violência. Talvez se<br />

trate de um horizonte utópico frente ao<br />

que todos os dias se vê no cenário brasileiro<br />

e mundial. Mas distante dessa suposta<br />

utopia, certamente inexiste qualquer futuro<br />

pacífico e justo.<br />

É necessário pensar para além do proibicismo.<br />

Mestre em Direitos Humanos e Desenvolvimento pela Unijuí. Especialista em Docência para o Ensino Superior e graduado<br />

em Ciências Jurídicas e Sociais pela CNEC/Iesa Santo Ângelo. Advogado e professor universitário nos cursos de Direito e<br />

Biomedicina da CNEC/Iesa Santo Ângelo. Diretor Jurídico da Sociedade Racionalista (www.sociedaderacionalista.org). Editor e<br />

responsável pelo blog Não é céu. (www.naoeceu.blogspot.com).

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