Julho / Agosto / Setembro / 2011 - GTACC
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<strong>GTACC</strong><br />
VIAGEM INTERNACIONAL<br />
Eles acreditam que se erradicassem todas as<br />
plantas contaminadas, a produção seria menor<br />
do que produzir usando um programa nutricional,<br />
mas ainda tem muitas dúvidas sobre sucesso<br />
desses tratamentos e não aderiram em todas as<br />
propriedades. Há uma nova forma de aplicação<br />
de inseticidas para controle de Larva Minadora,<br />
chamada de Splat, na qual o produto em forma<br />
de pasta contendo feromônios é aplicado na<br />
planta, causando desorientação no inseto e<br />
atrapalhando o acasalamento. Informaram que<br />
há pesquisa em andamento, na Flórida University,<br />
com o mesmo tipo de produto, porém com<br />
voláteis da goiaba (DMDS), visando desorientar<br />
o inseto quanto ao processo de alimentação que<br />
vai poder ser usado para Psilídeos transmissores<br />
do Greening. O pesquisador brasileiro Agenor<br />
Mafra está trabalhando nesta tecnologia na<br />
Califórnia.<br />
Também conversaram muito sobre a situação<br />
do Cancro Cítrico no Brasil e EUA, destacando<br />
que o clima esse ano foi muito propício para a<br />
doença. “Esse clima tornou o controle da doença<br />
muito complicado durante essa temporada, vai<br />
acabar sendo o principal transtorno dessa safra”,<br />
apontam os técnicos.<br />
Apresentaram dois slides com gráficos mostrando<br />
a evolução do Greening nas propriedades<br />
da empresa. São três áreas, entre elas aquela<br />
que foi vendida ao governo, onde em 2009<br />
encerraram o controle de Greening. Entretanto,<br />
enquanto não passam a área para o Estado,<br />
continuam explorando a colheita das laranjas.<br />
As outras duas áreas são Devil’s Garden e Drummond<br />
Álamo, atualmente com 30% e 22% de<br />
plantas contaminadas, respectivamente. Para<br />
manter a produção, continuam replantando e<br />
O Cancro Cítrico pode ser visto frequentemente<br />
aplicando seis inseticidas por ano para tentar<br />
“tirar” as mudas no meio dos pomares contaminados.<br />
Analisaram que 0,5 % de plantas com<br />
Psilídeos por inspeção significa 5,0 % de plantas<br />
contaminadas por Greening no próximo ano e<br />
concluíram que o mais importante nessa doença<br />
é monitorar e controlar os Psilídeos para se ter<br />
sucesso no controle.<br />
Encerrando a visita, falaram sobre perspectiva<br />
da citricultura geral. Eles prevêem que a<br />
próxima safra na Flórida deva ser de 140 milhões<br />
de caixas. Os produtores acreditavam em<br />
pomares de mais de 30 anos e isso não deve<br />
acontecer: os dados apontam que nas condições<br />
atuais, não é possível ter pomares de mais de<br />
15 anos economicamente ativos. Outra questão<br />
observada é que as frutas infectadas não têm<br />
sabor tão agradável quanto as frutas sadias.<br />
Falou-se que não devem mais ter outra<br />
grande safra na Flórida. Rafael acredita que todos<br />
os pomares terão Greening e que manterão as<br />
produções com programas nutricionais, mas não<br />
sabe o que deve acontecer daqui a 10 ou 15<br />
anos.<br />
Orange & Co<br />
Dando continuidade às visitas, foram à Orange<br />
& Co, onde os agrônomos Jerry, Bud e Limnyng<br />
os receberam. Eles disseram que 90% da Flórida<br />
não remove mais as plantas de Greening e estão<br />
muito preocupados com a qualidade da frutose<br />
do suco nos próximos 10 anos, quando a maioria<br />
dos frutos forem de Greening. Pensando nisso, a<br />
companhia já está testando o sabor desse suco<br />
com consumidores próximos a Miami.<br />
Os americanos conversaram bastante com a<br />
equipe da Syngenta sobre o uso dos sistêmicos e<br />
puderam discutir sobre concentrações. Disseram<br />
que compraram um equipamento que faz leitura<br />
de ppb - partes por bilhão, para saber quais<br />
produtos afastam os Psilídeos e estão testando<br />
para verificar quais doses repelem os insetos.<br />
Estão investindo quase 18 milhões de dólares,<br />
mas ainda sem os resultados que esperavam.<br />
As duas grandes questões que eles levantam<br />
são: com qual porcentagem de plantas contaminadas<br />
devem parar de erradicar e com qual idade<br />
não compensaria mais se fazer as erradicações.<br />
Em plantas novas, com até três anos, as<br />
infecções são mais severas, mas o tratamento<br />
<strong>GTACC</strong><br />
Sintomas de Greening e Cancro na mesma planta<br />
sistêmico funciona melhor. Assim, apenas plantas<br />
maiores de três metros estão sendo testadas<br />
para verificar se o produto funciona bem nas<br />
extremidades, mas questionam muito se os<br />
tratamentos de sistêmicos funcionam. Com esse<br />
espectrofotômetro que apresenta resultados de<br />
200 ppb, não acreditam nesses números, mas<br />
continuam estudando se é possível ter esses<br />
resultados.<br />
Estão estudando resistência ao Cancro<br />
Cítrico, pois é um problema sério nesses anos.<br />
Já pulverizaram ‘Hamlin’ cinco vezes, ‘Valência’<br />
duas vezes e laranjas de meia estação três vezes.<br />
Quando as vegetações são novas, do tamanho de<br />
um diamante, o risco de contaminação é maior<br />
e o controle adotado é o mesmo da Estrelinha.<br />
Estão estudando cobres nutricionais, com aumento<br />
de Cobre nas folhas e nas plantas, para<br />
driblar os limites de pulverizações imposta pelos<br />
programas americanos.<br />
Possuem um agressivo programa de inspeção<br />
e começaram a fazer esse controle regionalmente.<br />
Começaram a pulverizar no período de<br />
dormência com piretróides, o mesmo tratamento<br />
usado na Southern Garden.<br />
Uma das grandes inovações da Orange & Co,<br />
foi um portal na internet que foi criado para poder<br />
se comunicar regionalmente, a fim de decidir<br />
que produto aplicar juntos. No portal as pessoas<br />
escolhem se querem participar das pulverizações.<br />
Muitos têm participado e, como estão notando<br />
resultados, cada vez mais produtores tem aderido<br />
ao projeto. As pulverizações aéreas, inclusive<br />
sobre locais de mato, têm funcionado bem.<br />
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Revista Ciência & Prática<br />
<strong>Julho</strong> / <strong>Agosto</strong> / <strong>Setembro</strong> / <strong>2011</strong><br />
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