história das inundações em joinville 1851 - Instituto Viva Cidade
história das inundações em joinville 1851 - Instituto Viva Cidade
história das inundações em joinville 1851 - Instituto Viva Cidade
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
necessário importá-los de municípios distantes do que resultava alteração nos preços. A<br />
falta mais sensível foi a de lenha, cujo preço os primeiros fornecedores tentaram<br />
duplicar. Mas a reação popular, antes que surgiss<strong>em</strong> providências <strong>das</strong> autoridades,<br />
impôs-se com energia. Ninguém a adquiria de preço alterados, preferindo enfrentar a<br />
necessidade com aproveitamento de madeira velha e caixotes usados. E o preço logo se<br />
normalizou. Existia naquele t<strong>em</strong>po consciência do valor do dinheiro, fruto do esforço e do<br />
trabalho.<br />
A noticia do flagelo repercutiu no Brasil inteiro e até nos países estrangeiros. Festivais,,<br />
subscrições públicas, dádivas espontâneas de <strong>em</strong>presas comerciais e industriais<br />
contribuíram para a minoração da miséria e do desespero <strong>das</strong> nossas populações.<br />
Vieram generosos socorros de quae todos os Estados brasileiros, da Argentina, do Chile<br />
e da Al<strong>em</strong>anha, cujo governo jamais olvidava os patrícios que lutavam para sobreviver e<br />
progredir nas terras escolhi<strong>das</strong> para nova pátria. O próprio Imperador enviara, de sua<br />
reserva particular, uma contribuição numerária. A maior parte dessas dádivas foi<br />
encaminhada ao governo do Estado, o coronel Vidal Ramos, considerado um padrão de<br />
honestidade e retidão. Os verdadeiros necessitados não ficaram, assim, desamparados.<br />
O dinheiro excedente foi utilizado para completar a construção dos edifícios escolares<br />
erigidos no vvale do Itajaí, já que a reforma do ensino, motivo preferencial daquele<br />
governo, estava exigindo verbas especiais para o seu compl<strong>em</strong>ento.<br />
A natureza, que tão madrasta se nos havia apresentado, parece que se arrpendeu do<br />
excessivo rigor com que nos castigou, e entrou a nos favorecer com as mais<br />
exuberantes colheitas agrícolas registra<strong>das</strong> <strong>em</strong> todo o vale, fato que surpeendeu<br />
agrônomos e lavradores, que atribuíram tão espontânea, imprevista e oportuna<br />
fertilidade à abundância de húmus carregado pelas águas e depositado sobre os<br />
terrenos marginais do Itajaí-Açu.<br />
Assim, transcorri<strong>das</strong> que foram poucas s<strong>em</strong>anas, a região começou a recuperar-se dos<br />
danosos efeitos da inundação e uma série de dias favoráveis e risonhos surgiu,<br />
animando a vida e compensando o trabalho; as esperanças ressuscitaram com o retorno<br />
dos dias fartos, a marcha para o futuro voltou a processar-se com redobrado vigor e<br />
confiança (LINHARES, 1997).<br />
Fev. 1912: as chuvas cahi<strong>das</strong> na s<strong>em</strong>ana passada causaram muitos prejuízos neste<br />
Municipio. No Pirahy, as águas carregaram não só uma grande ponte sobre o rio do<br />
mesmo nome como mais duas menores rio abaixo. O Rio Cubatão por sua vez inundou,<br />
causando sérios prejuízos aos moradores, arrastando casas e devastando as plantações<br />
(GAZETA DE JOINVILLE, 1912).<br />
Jan. 1913: a impertinente chuva que por alguns dias reinou, bastante damnificou a linha<br />
da Estrada de Ferro, no Pirahy. Nas Estra<strong>das</strong> do Norte e D. Francisca uma grande<br />
73