Distribuir Alegria! - Carvalhal
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Mosaico de Contos,<br />
Lendas e Costumes<br />
Antigos da Freguesia<br />
do <strong>Carvalhal</strong><br />
Nesta edição do boletim, recuperámos algumas tradições da nossa freguesia. Consultando edições da bibliotecamuseu<br />
António Moura e recolhendo algumas tradições orais.<br />
Umas das tradições mais marcantes desta Freguesia são as Luminárias de S. José. Tentamos desvendar as origens<br />
desta tradição que ainda hoje subsiste.<br />
Celebracoes de S. Jose<br />
Do inicio do século XX chegam-nos informações das celebrações<br />
de S. José realizadas na aldeia do <strong>Carvalhal</strong>.<br />
As celebrações religiosas iniciavam-se com uma novena<br />
que principiava nove dias antes de 19 de Março. Neste<br />
dia celebrava-se missa solene, na capela do Santíssimo<br />
Sacramento, sendo ainda recordados os sermões do<br />
pregador de Óbidos, o padre José de Almeida.<br />
Seguia-se a procissão<br />
com o andor de S.<br />
José levado aos ombros<br />
pelos rapazes<br />
solteiros e o de Nossa<br />
Senhora pelos homens<br />
casados. Nesta procissãoincorporavamse<br />
duas Irmandades: a<br />
das Almas e a do Santíssimo,<br />
acompanhas<br />
pela Filarmónica.<br />
A aldeia do <strong>Carvalhal</strong><br />
ornamentava-se com<br />
verduras e arcos revestidos a hera e murta, faziam-se<br />
“cordões”, que se penduravam de janela em janela,<br />
por sobre as ruas que, também eram atapetadas. E um<br />
ano houve em que até um pessegueiro em flor foi colocado<br />
para embelezar o largo do jogo. Por vezes os arcos<br />
tinham um varandim, onde as crianças deitavam flores<br />
sobre os andores à passagem da procissão.<br />
Pelas dimensões e peso dos arcos, estes tinham de ser<br />
erguidos com a<br />
ajuda de ranchos<br />
de trabalhadores,<br />
que de manhã<br />
bem cedo,<br />
passavam a caminho<br />
da Quinta<br />
dos Loridos, a<br />
cuja mata – até<br />
ao seu corte em<br />
1935 – se ia colher a murta em carros de bois.<br />
Conta-se que em 1908, veio ao <strong>Carvalhal</strong> no dia de S.<br />
José, a então existente Tuna de Torres Vedras, animar o<br />
serão, percorrendo as ruas e tocando as suas guitarras<br />
e bandolins.<br />
<br />
Luminarias<br />
É tradição oral que na última década do século XIX, um<br />
pároco que então exercia no <strong>Carvalhal</strong>, sugeriu à população<br />
que na noite de 19 de Março, se iluminassem as<br />
ruas com cascas de caracóis,<br />
como ele já vira<br />
fazer noutra terra. A<br />
experiência foi um sucesso<br />
e continuou com<br />
regularidade.<br />
As cascas de caracóis,<br />
cheias de azeite, com<br />
as pequenas torcidas<br />
seguras por alfinetes,<br />
2º Semestre - Julho 2009 3