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hist ó ria d a Educação - Acervo Digital da Unesp

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importante em que foram lançados, por D. João VI, os germes de numerosas instituições nacionais<br />

de cultura e de educação, tais como a Escola nacional de Belas Artes, o Museu Real,<br />

o Jardim Botânico e a Biblioteca Pública, com acervo de, aproxima<strong>da</strong>mente, sessenta mil<br />

volumes trazidos <strong>da</strong> Biblioteca do Palácio <strong>da</strong> Aju<strong>da</strong>. Também é fato que o ensino superior foi<br />

a maior preocupação, ficando os demais níveis relegados à pr<strong>ó</strong>p<strong>ria</strong> sorte, mas, com essa obra<br />

teve início o processo de autonomia que i<strong>ria</strong> resultar na independência política.<br />

A independência, proclama<strong>da</strong> em 1822, com a fun<strong>da</strong>ção do Império do Brasil, trouxe<br />

consigo a promessa de uma nova orientação político-educacional, com a vit<strong>ó</strong><strong>ria</strong> dos liberais<br />

sobre os conservadores e com os consequentes debates na Constituinte de 1823, onde não s<strong>ó</strong><br />

os deputados, mas inclusive o pr<strong>ó</strong>prio D. Pedro I - sessão de 3/5/1823-, diziam-se preocupados<br />

em atender às exigências <strong>da</strong> organização e legislação do ensino.<br />

O projeto de Constituição apresentado a primeiro de setembro de 1823 estabelecia a<br />

c<strong>ria</strong>ção de um sistema escolar completo, composto de escolas primá<strong>ria</strong>s, ginásios e universi<strong>da</strong>des,<br />

além de consagrar a liber<strong>da</strong>de <strong>da</strong> iniciativa priva<strong>da</strong> no campo <strong>da</strong> instrução pública.<br />

Autori<strong>da</strong>des, como o deputado Maciel <strong>da</strong> Costa, Marquês de Queluz, iam mais longe, solicitando<br />

a inclusão do sexo feminino no magistério, não vendo razões para “privar uma tão<br />

grande e tão interessante porção do gênero humano, destina<strong>da</strong> pela natureza e pela socie<strong>da</strong>de<br />

a tão importantes funções”. (BAUAB, 1972, v. 1, p. 16-17). Mas a Constituição outorga<strong>da</strong> a<br />

25 de março de 1824 apenas garantia a gratui<strong>da</strong>de <strong>da</strong> instrução primá<strong>ria</strong> e previa a c<strong>ria</strong>ção<br />

de colégios e universi<strong>da</strong>des.<br />

Infelizmente, as agitações políticas dos primeiros anos de vi<strong>da</strong> do Brasil como nação<br />

independente não permitiram a concretização de providências mais efetivas no setor educacional.<br />

As medi<strong>da</strong>s toma<strong>da</strong>s pelo governo no tocante à instrução pública, além de não<br />

corresponderem a nenhum plano sistemático, não foram capazes de desenvolver a educação<br />

popular no país e, em alguns casos, até mesmo obstaculizaram qualquer progresso.<br />

A Lei de 15 de outubro de 1827 - que determinava a c<strong>ria</strong>ção de escolas de primeiras<br />

letras em to<strong>da</strong>s as ci<strong>da</strong>des, vilas, e lugares mais populosos, bem como escolas para meninas<br />

nas ci<strong>da</strong>des e vilas maiores -, produziu poucos frutos, por não prever os meios econômicos e<br />

técnicos para sua aplicação. Essa lei era inspira<strong>da</strong> no projeto de Januário <strong>da</strong> Cunha Barbosa,<br />

que privilegiava ideias como a <strong>da</strong> educação como dever do Estado, <strong>da</strong> distribuição racional<br />

de escolas de diferentes níveis por todo o territ<strong>ó</strong>rio do país e <strong>da</strong> graduação do processo educativo.<br />

Como alegou Geraldo Bastos Silva:<br />

Se a denominação de escola primá<strong>ria</strong> representa<strong>ria</strong> política e pe<strong>da</strong>gogicamente<br />

a permanência <strong>da</strong> ideia de um ensino público suficientemente difundido<br />

e realmente formativo, a classificação de escolas de primeiras letras<br />

simbolizava, antecipa<strong>da</strong>mente, a tibieza congênita que irá marcar a maior<br />

parte dos esforços de educação popular durante o Império, e até mesmo na<br />

República. (SILVA, 1969, p. 193).<br />

<strong>hist</strong><strong>ó</strong><strong>ria</strong> <strong>da</strong> <strong>Educação</strong><br />

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