Câmara Municipal de Montalegre
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As Águas<br />
Ponte velha no Rio Salas - Tourém<br />
Para além do Parque Nacional a natureza continua presente em Barroso. Nos gran<strong>de</strong>s planaltos nascem os rios, como é<br />
o caso: na segunda maior serra nacional – o Larouco, nasce o segundo maior rio nacional – o Cávado; ali bem perto nasce<br />
o Regavão e logo ao lado o Beça – três rios extremamente ricos que a administração pública alienou prejudicando os<br />
montalegrenses: neles se fizeram enormes barragens para fornecer energia aos gran<strong>de</strong>s centros e às zonas industrializadas<br />
mas o fornecimento <strong>de</strong> energia que nos reservaram é <strong>de</strong>plorável; <strong>de</strong>pois, via Serviços Florestais e Aquícolas, lançaram nas<br />
nossas águas espécies assassinas <strong>de</strong> peixes que levaram à extinção os maravilhosos e incomparáveis escalos e trutas indígenas;<br />
as gigantescas albufeiras ocuparam alguns dos nossos melhores vales <strong>de</strong> cultivo e <strong>de</strong> forragens. Enquanto isso, o barrosão<br />
emigra…e “come o pão que o diabo amassou pelo mundo além”! Agora vem aí outra “agressão” se os homens bons <strong>de</strong>sta<br />
terra (a começar pelo Presi<strong>de</strong>nte da <strong>Câmara</strong>) se não acautelarem!...A mãe <strong>de</strong> todas as barragens barrosãs – a Barragem <strong>de</strong><br />
Pisões – vai dar água a meta<strong>de</strong> do distrito <strong>de</strong> Vila Real! Primeiro ficámos sem os campos, agora pagamos a energia (fraca e<br />
incerta) tão cara como os mais e, mais tar<strong>de</strong>, nem campos,<br />
nem peixes, nem água!!! A ver vamos!<br />
Apesar <strong>de</strong> tudo ainda temos mais <strong>de</strong> mil fontes por<br />
esses recantos e algumas, que abasteceram as povoações,<br />
merecem uma visita! São as fontes <strong>de</strong> mergulho ou <strong>de</strong><br />
chafurdo: em Mourilhe, Arcos, Vila da Ponte, Meixedo,<br />
Telhado, Via<strong>de</strong> <strong>de</strong> Baixo… Quase todas as povoações<br />
tinham a sua.<br />
Essas mesmas encostas que assistem impavidamente ao<br />
murmúrio das águas correndo para os vales ainda guardam<br />
religiosamente os seus penedos mais famosos. Tão famosos<br />
que, como as águas e as encostas, as árvores e os homens,<br />
os bois e os campos, também foram baptizados e têm<br />
nome. Em Barroso tudo tem nome, tudo recebeu a água<br />
lustral do baptismo. Por isso dizemos que este chão é<br />
sagrado, muito antes das divinais e correctivas visitas <strong>de</strong><br />
Frei Bartolomeu dos Mártires.<br />
Rio Rabagão