Edição 87 - Março - Paróquia Santa Cruz Contagem
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VATICANO<br />
PERGunTAS FREquEnTES – SÉ VACAnTE<br />
As respostas às perguntas a seguir são<br />
fornecidas pela Rádio Vaticano (www.<br />
radiovaticana.va) e Agência Zenit (www.<br />
zenit.org)<br />
Quais papas já renunciaram?<br />
De acordo com o Vice-Prefeito da Biblioteca<br />
Apostólica Vaticana, Dr. Ambrogio<br />
Piazzoni, que escreveu um livro sobre a história<br />
da eleição dos papas, alguns Pontífices<br />
renunciaram obrigados e outros por livre<br />
e espontânea vontade. Papa Ponciano,<br />
em 235, foi condenado a trabalhar numa<br />
mina na Sardenha. Papa Silvério, em 537,<br />
foi obrigado a abdicar e exilar-se na Ásia<br />
Menor. Martino V foi preso e mandado<br />
para a Criméia. Sobre o Papa João XVIII,<br />
em 1009, não se tem muita certeza, mas é<br />
muito provável que tenha renunciado. Bento<br />
IX, em 1044, renunciou e, após, voltou<br />
ao papado. Posteriormente, Celestino V<br />
que reconheceu não estar preparado e, por<br />
fim, Gregório XII em 1415.<br />
A renúncia de um Papa está prevista na<br />
Igreja?<br />
Sim. A renúncia de um Papa está prevista<br />
e regulamentada pelo Código de Direito<br />
Canônico.<br />
Qual é o termo correto para descrever o<br />
que o Papa fez?<br />
“Renúncia” seria o termo mais específico e<br />
técnico. “Demissão” não, porque pressupõe<br />
que alguém aceita a demissão para que<br />
tenha efeito e, no caso do Papa, isso não é<br />
necessário. “Abdicação” seria o termo mais<br />
adequado para um rei.<br />
O Anel: poderá ser destruído como o<br />
selo papal?<br />
O anel do pescador é o sinal visível da autoridade<br />
do Papa, que ele recebe no momento<br />
solene no início do Pontificado e que usa<br />
no dedo anular direito. Esta insígnia papal é<br />
documentada desde o tempo de Clemente<br />
IV (por volta de 1265) e era utilizada como<br />
selo secreto para correspondências privadas.<br />
Durante a solene celebração do início<br />
do Pontificado, o Cardeal Decano do Sacro<br />
Colégio o coloca no anular da mão direita<br />
do novo Papa. O anel, confeccionado em<br />
ouro, além de gravado o nome do Pontífice,<br />
tem a imagem em relevo do Apóstolo<br />
Pedro pescando sobre uma barca. Com<br />
a morte de cada Papa, o Cardeal Camerlengo<br />
o retira do dedo e, na presença dos<br />
representantes do Colégio dos Cardeais,<br />
quebra-o indicando com tal gesto o final do<br />
pontificado.<br />
A Quarta Encíclica sobre a Fé: será<br />
publicada até o final de fevereiro?<br />
O texto não está em condições de ser<br />
traduzido e publicado. Assim, este permanece<br />
como um documento que poderá vir a<br />
público posteriormente, mas talvez não na<br />
forma de Encíclica.<br />
O que faz a Igreja durante a Sé Vacante?<br />
Segundo a Constituição Apostólica Universi<br />
Dominici Gregis, “em tempo de Sé Vacante<br />
e, sobretudo, durante o período em que se<br />
desenvolve a eleição do sucessor de Pedro,<br />
a Igreja está unida em modo todo particular<br />
com os sagrados Pastores e especialmente<br />
com os Cardeais eleitores do Sumo<br />
Pontífice e implora a Deus o novo papa<br />
como dom de sua bondade e Providência.<br />
A exemplo da primeira comunidade cristã,<br />
da qual se fala no Ato dos Apóstolos (cf.<br />
At 1,14), a Igreja Universal, espiritualmente<br />
unida com Maria, Mãe de Jesus,<br />
deve perseverar unanimemente na oração;<br />
assim, a eleição do novo Pontífice não será<br />
um fato isolado do Povo de Deus e dizendo<br />
respeito somente ao Colégio dos eleitores,<br />
mas, num certo sentido, uma ação de toda<br />
a Igreja”.<br />
Neste sentido, o beato João Paulo II pediu<br />
neste documento que “em todas as cidades<br />
e nos outros lugares, pelo menos os mais<br />
distintos, assim que se tenha a notícia da<br />
vacância da Sé Apostólica e, de modo<br />
particular, da morte do Pontífice, após a<br />
celebração das solenes exéquias, se elevem<br />
humildes e insistentes orações ao Senhor<br />
(cf. Mt 21,22; Mc 11,24), para que ilumine<br />
a alma dos eleitores e os torne assim concordes<br />
na sua tarefa, que se obtenha uma<br />
solícita, unânime e frutuosa eleição, como<br />
exige a saúde das almas e o bem de todo o<br />
Povo de Deus”.<br />
Quais as atribuições do Cardeal Camerlengo?<br />
O Camerlengo, atualmente o cardeal<br />
italiano Tarcisio Bertone (nomeado em<br />
4 de abril de 2007), é quem preside a<br />
Câmara Apostólica e que exerce a função<br />
de cuidar e administrar os bens e os direitos<br />
temporais da <strong>Santa</strong> Sé. No período da Sé<br />
Vacante, ele está entre aqueles que não<br />
entregam seu cargo e que continuam a<br />
exercer suas funções ordinárias, submetendo<br />
ao Colégio cardinalício aquilo que<br />
deveria ser apresentado ao Sumo Pontífice.<br />
Segundo a Constituição Universi Dominici<br />
Gregis, compete a ele:<br />
• colocar os selos que lacram os aposentos<br />
do Papa, dispondo que as pessoas que<br />
habitualmente frequentam o apartamento<br />
privado, possam permanecer até depois do<br />
sepultamento (em caso de morte do Pontífice),<br />
quando então todo o apartamento<br />
pontifício será fechado e selado;<br />
• comunicar a morte do Papa tanto ao Cardeal<br />
Vigário de Roma, que por sua vez, dá<br />
a notícia ao Povo de Roma com notificação<br />
especial, quanto ao Cardeal Arcipreste da<br />
Basílica Vaticana;<br />
• tomar posse da Residência Apostólica<br />
Vaticana e, pessoalmente ou por delegado,<br />
das Residências de Latrão e de Castel<br />
Gandolfo;<br />
• estabelecer, ouvidos os Cardeais Chefes<br />
das três Ordens, tudo aquilo que concerne<br />
à sepultura do Pontífice;<br />
• presidir a Congregação particular<br />
constituída pelo mesmo Cardeal e por três<br />
Cardeais Assistentes e que tem a tarefa de<br />
administrar as questões de menor importância;<br />
• decidir o dia em que devem iniciar as<br />
Congregações gerais para a preparação da<br />
eleição do Papa;<br />
• predispor, junto aos Cardeais que desempenhavam<br />
respectivamente a função<br />
de Secretário de Estado e de Presidente da<br />
Pontifica Comissão para o Estado da Cida-<br />
de do Vaticano, as dependências da Domus<br />
Sanctae Marthae para a conveniente acomodação<br />
dos Cardeais eleitores e prover<br />
com eles os detalhes para a preparação da<br />
capela Sistina, a fim de que as operações<br />
relativas à eleição possam se realizar facilmente,<br />
de modo ordenado e com a máxima<br />
reserva;<br />
• Se a Sé do Penitenciário Mor estiver<br />
vacante, presenciar junto aos três Cardeais<br />
Assistentes à abertura das cédulas para a<br />
sua eleição que se dá por meio de votação<br />
secreta de todos os Cardeais eleitores presentes;<br />
• conceder permissão para eventuais<br />
fotografias a título de documentação do<br />
Pontífice defunto;<br />
• desde o início do processo da eleição<br />
assegurar com a colaboração externa do<br />
Substituto da Secretaria de Estado o fechamento<br />
da Domus Sancatae Marthae e da<br />
Capela Sistina e dos ambientes destinados<br />
às celebrações litúrgicas às pessoas não<br />
autorizadas;<br />
• receber o juramento dos cardeais sobre a<br />
observância do segredo do voto;<br />
• É obrigado a vigiar com diligência, junto<br />
aos três Cardeais Assistentes pro tempore,<br />
para que não seja de modo algum violada a<br />
confidencialidade do que ocorre na Capela<br />
Sistina, recebendo dos Cardeais eleitores,<br />
onde se realizam as operações de votações<br />
e dos espaços adjacentes, tanto antes<br />
quanto durante e depois tais operações, os<br />
escritos de qualquer natureza, que tenham<br />
consigo, relativos ao êxito de cada escrutínio,<br />
a fim de que sejam queimados com as<br />
cédulas.<br />
Fonte: Site CNBB.<br />
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Jornal Partilhando - <strong>Edição</strong> <strong>87</strong>