21.06.2013 Views

VIDA DE MENINA - FICI - Festival Internacional de Cinema Infantil

VIDA DE MENINA - FICI - Festival Internacional de Cinema Infantil

VIDA DE MENINA - FICI - Festival Internacional de Cinema Infantil

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

9<br />

Língua Portuguesa, História<br />

O pai <strong>de</strong> Helena parece fora <strong>de</strong> si e arrisca tudo<br />

na esperança <strong>de</strong> encontrar diamantes nas lavras<br />

esgotadas. Assim como ele, Fernão Dias era<br />

obcecado pelo sonho das pedras preciosas.<br />

Apresente o poema o Caçador das Esmeraldas,<br />

<strong>de</strong> Olavo Bilac, para uma análise literária e<br />

<strong>de</strong>staque a figura do ban<strong>de</strong>irante, sua vida e<br />

morte, absolutamente obcecado pela idéia <strong>de</strong><br />

encontrar pedras preciosas.<br />

Trechos do poema:<br />

O Sertanista ousado agoniza, sozinho...<br />

Empasta-lhe o suor a barba em <strong>de</strong>salinho;<br />

E com a roupa <strong>de</strong> couro em farrapos, <strong>de</strong>itado,<br />

Com a garganta afogada em uivos, ululante,<br />

Entre os troncos da brenha hirsuta – o<br />

Ban<strong>de</strong>irante<br />

Jaz por terra, à feição <strong>de</strong> um tronco <strong>de</strong>rribado...<br />

E o <strong>de</strong>lírio começa. A mão, que a febre agita,<br />

Ergue-se, treme no ar, sobe, <strong>de</strong>scamba aflita,<br />

Crispa os <strong>de</strong>dos, e sonda a terra, a escarva o<br />

chão:<br />

Sangra as unhas, revolve as raízes, acerta,<br />

Agarra o saco, e apalpa-o, e contra o peito o<br />

aperta,<br />

Como para o enterrar <strong>de</strong>ntro do coração.<br />

Ah! mísero <strong>de</strong>mente! O teu tesouro é falso!<br />

Tu caminhaste em vão, por sete anos, no encalço<br />

De uma nuvem falaz, <strong>de</strong> um sonho malfazejo!<br />

Enganou-te a ambição! mais pobre que um<br />

mendigo,<br />

Agonizas, sem luz, sem amor, sem amigo,<br />

Sem ter quem te conceda a extrema-unção <strong>de</strong> um<br />

beijo!<br />

E foi para morrer <strong>de</strong> cansaço e <strong>de</strong> fome,<br />

Sem ter quem, murmurando em lágrimas teu<br />

nome,<br />

Te dê uma oração e um punhado <strong>de</strong> cal,<br />

– Que tantos corações calcaste sob os passos,<br />

E na alma da mulher que te estendia os braços<br />

Sem pieda<strong>de</strong> lançaste um veneno mortal!<br />

E ei-la, a morte! E ei-lo, o fim! A pali<strong>de</strong>z aumenta;<br />

Fernão Dias se esvai, numa síncope lenta...<br />

Mas, agora, um clarão ilumina-lhe a face:<br />

E essa face cavada e magra, que a tortura<br />

Da fome e das privações maceraram – fulgura,<br />

Como se a asa i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> um arcanjo a roçasse.<br />

18 <strong>VIDA</strong> <strong>DE</strong> <strong>MENINA</strong><br />

Cala-se a estranha voz. Dorme <strong>de</strong> novo tudo.<br />

Agora, a <strong>de</strong>slizar pelo arvoredo mudo,<br />

Como um choro <strong>de</strong> prata algente o luar escorre.<br />

E sereno, feliz, no maternal regaço<br />

Da terra, sob a paz estrelada do espaço,<br />

Fernão Dias Paes Leme os olhos cerra. E morre.<br />

Poema completo: http://www.bibvirt.futuro.usp.br/<br />

content/view/full/2038<br />

Biografia:<br />

Fernão Dias Paes Leme (1608-1681) nasce<br />

provavelmente na vila <strong>de</strong> São Paulo do Piratininga,<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte dos primeiros povoadores da<br />

capitania <strong>de</strong> São Vicente. A partir <strong>de</strong> 1638,<br />

<strong>de</strong>sbrava os sertões dos atuais estados do<br />

Paraná, <strong>de</strong> Santa Catarina e do Rio Gran<strong>de</strong> do<br />

Sul, chegando ao Uruguai. Em 1661 fixa-se nas<br />

margens do rio Tietê, perto da vila <strong>de</strong> Parnaíba, e<br />

administra uma al<strong>de</strong>ia com cerca <strong>de</strong> 5 mil índios<br />

escravizados. Em julho <strong>de</strong> 1674, parte <strong>de</strong> São<br />

Paulo à frente da ban<strong>de</strong>ira das esmeraldas, da<br />

qual fazem parte o genro Manuel da Borba Gato<br />

e os filhos, Garcia Rodrigues Paes e José Dias<br />

Paes. Este último conspira contra o pai, que<br />

manda enforcá-lo como exemplo. A expedição<br />

alcança o norte <strong>de</strong> Minas Gerais, e por mais <strong>de</strong><br />

sete anos o ban<strong>de</strong>irante explora os vales dos<br />

rios das Mortes, Paraopeba, das Velhas, Aracuaí<br />

e Jequitinhonha. Encontra turmalinas, que pela<br />

cor ver<strong>de</strong> confun<strong>de</strong> com esmeraldas. Morre <strong>de</strong><br />

malária, ao retornar a São Paulo.<br />

Fonte: http://www.meusestudos.com/biografias/<br />

fernao-dias-paes-leme.html<br />

10<br />

Ciências Humanas<br />

Os negros, recém-libertos, participam o tempo<br />

todo da vida <strong>de</strong> Helena e ela tem por eles especial<br />

carinho e amiza<strong>de</strong>. Mas em várias cenas, fica<br />

claro o que as pessoas pensam e o quanto os<br />

consi<strong>de</strong>ram inferiores. Peça que relembrem e<br />

analisem as cenas a seguir, comentando-as.<br />

O pai (inglês) diz: “Negros, são negros...”<br />

A avó diz que foi a única que a Lei Áurea não<br />

libertou porque ficou com a casa cheia <strong>de</strong> negros<br />

velhos e negrinhos.<br />

O pai diz que ela vai para o céu dos brancos e não<br />

dos africanos.<br />

Depois peça que escolham uma <strong>de</strong>ssas cenas e<br />

escrevam um texto, comentando-o.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!