A PRESERVAÇÃO DO ACERVO IMAGÉTICO DO ... - Funarte
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da Universidade Federal de Santa Catarina, sob a guarda do Museu Universitário<br />
Professor Oswaldo Rodrigues Cabral em junho de 1981. Tendo em vista o relato de<br />
experiência, apresentaremos nossas pesquisas constituintes do estudo da preservação de<br />
uma coleção de arte em um Museu, observando que a construção do conhecimento a<br />
partir da preservação de objetos contribui para o desenvolvimento histórico e artístico.<br />
Ressaltando que o resultado esperado nesse trabalho é a promoção de discussão<br />
a respeito dos estudos da imagem, da representação e da preservação de um acervo<br />
imagético, apresentaremos neste artigo a participação do museu na conservação e<br />
preservação da Coleção Professora Elizabeth Pavan Cascaes, especificamente os<br />
desenhos e esculturas. Através da reunião de um acervo num só lugar e do cuidado com<br />
o mesmo, busca-se demonstrar a importância da preservação do acervo imagético na<br />
produção do conhecimento histórico e artístico da cidade de Florianópolis.<br />
É sabido que o museu tem uma história e através dos anos muitas modificações<br />
ocorreram na forma de pensá-lo e executá-lo, tanto nas suas práticas expositivas quanto<br />
no trato com o acervo. Ao lidar com o acervo e trabalhando no museu, questões desta<br />
natureza estão presentes na atividade museológica. Observamos que os museus<br />
ofereceram às obras de arte um espaço de exposição, criando um ambiente mítico e<br />
sacralizado, dando às obras a noção de imutabilidade e posteridade. Segundo Mario<br />
Chagas, pode também ser um espaço de conflito e contradição, construindo memória e<br />
idealizando tradições:<br />
Os museus, lugares privilegiados de construção de memórias, são também<br />
palco apropriado para a invenção e a teatralização de tradições. Esta é uma<br />
das razões pelas quais eles freqüentemente são associados ao tradicionalismo<br />
conservador, em termos artísticos, culturais e sociais. Deriva-se desta<br />
constatação um certo incomodo que favorece a emersão de questões do tipo:<br />
um museu pode ser ruptura? Há nos museus espaço para o novo?<br />
(CAVALCANTI, 2005, p. 119).<br />
O museu é então arena, espaço de conflito, campo de tradição e contradição,<br />
aberto para novos diálogos, interlocuções e contextualizações. A trajetória do Museu<br />
Universitário Professor Oswaldo Rodrigues Cabral 4 deve ser vista como a trajetória de<br />
4 Historiador catarinense, sua bibliografia se concentra em assuntos da história, antropologia e medicina. Criou o<br />
Instituto de Antropologia, atualmente Museu Universitário Professor Oswaldo Rodrigues Cabral.