Manuel Rodrigues Coelho - Caravelas - Núcleo de Estudos da ...
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COELHO, <strong>Manuel</strong> <strong>Rodrigues</strong> [Roiz / Rois] Edite Rocha<br />
Dezembro <strong>de</strong> 2012<br />
tenha conhecido esse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> órgão, sem contudo ter alterado a composição <strong>da</strong>s suas<br />
obras que, segundo a sua própria indicação, se encontravam previamente prontas antes<br />
<strong>da</strong> respectiva edição. Esta possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> confirma-se se consi<strong>de</strong>rarmos o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento e integração <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong>s primeiras déca<strong>da</strong>s do século XVII, on<strong>de</strong><br />
alguns factos contribuíram para a acelera<strong>da</strong> evolução <strong>da</strong> música e ensino em Portugal,<br />
como é o caso, por exemplo, <strong>da</strong> criação do Colégio dos Santos Reis, em 1609, pelo<br />
Duque <strong>de</strong> Vila Viçosa, como centro musical para treinar rapazes para a profissão <strong>de</strong><br />
músicos.<br />
Data <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1617 um comentário <strong>de</strong> Fr. <strong>Manuel</strong> Cardoso, como<br />
<strong>de</strong>scrito pelo próprio autor nas Flores <strong>de</strong> Música, em que este reconheceu e examinou<br />
to<strong>da</strong> a obra que então estava concluí<strong>da</strong> para a concessão <strong>da</strong>s licenças que permitiria a<br />
<strong>Rodrigues</strong> <strong>Coelho</strong> pedir autorização para a respectiva publicação.<br />
O facto <strong>de</strong> <strong>Rodrigues</strong> <strong>Coelho</strong> ter solicitado o parecer <strong>de</strong> Fr. <strong>Manuel</strong> Cardoso<br />
sobre a sua obra tem sido frequentemente interpretado na vertente pessoal em que o<br />
compositor <strong>de</strong> Flores <strong>de</strong> Música reconhece o valor <strong>de</strong>ste músico e confia na sua<br />
apreciação. Não obstante reconhecer essa admiração, convém relembrar que era prática<br />
comum eclesiástica que a aprovação ou avaliação do mestre <strong>de</strong> capela real, cargo<br />
assumido por Fr. <strong>Manuel</strong> Cardoso, <strong>de</strong>terminaria em muito a aceitação e reconhecimento<br />
externo.<br />
Também he cousa mui sabi<strong>da</strong>, que na duui<strong>da</strong>s, que ocorrem nas<br />
Cathedraes, Conuentos, e mais Igrejas <strong>de</strong>ste Reyno, e fora <strong>de</strong>lle, são <strong>de</strong><br />
ordinario consultados os Mestres <strong>da</strong>s cerimonias <strong>da</strong> nossa Capella Real, a<br />
cujos pareceres se tem tanto respeito, e dá tanto credito, que em to<strong>da</strong> a parte o<br />
que por elles he <strong>de</strong>terminado, costuma ser <strong>de</strong> todos bem recebido 72 .<br />
Dado que o custo financeiro <strong>da</strong> publicação <strong>da</strong>s Flores <strong>de</strong> Música era <strong>da</strong><br />
responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do próprio compositor, Kastner lança a hipótese que <strong>Coelho</strong> tenha<br />
72 “Declaraçam que agora fez o nosso Santissimo Papa Urbano VIII sobre auer <strong>de</strong> anticipar o presente<br />
anno <strong>de</strong> 1639 o jejum <strong>da</strong> vigilia <strong>de</strong> S. João Baptista, como consta do Breve incluso...” <strong>Manuel</strong> <strong>da</strong> Silva,<br />
1639 apud D. R. Curto, 1993, p. 153.<br />
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