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O SAGRADO FEMININO NO 'CÓDIGO DA VINCI' - Psicanálise ...

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O sagrado feminino no ´Código da Vinci´<br />

tradicional. Para Dan Brown, Jesus foi uma figura histórica de forte influência, um grande e<br />

poderoso homem, mas que não passava de um homem. Um profeta mortal. Além disso, ele<br />

teria vivido com Maria Madalena como um casal, tendo inclusive filhos com ela. Maria<br />

Madalena, segundo o livro, é quem deveria ser a responsável pela fundação da Igreja Cristã<br />

após a crucificação de Cristo. Parece, portanto, que Jesus era um feminista original que<br />

pretendia que o futuro de Sua Igreja ficasse nas mãos de Maria Madalena. Como Jesus e sua<br />

companheira tinham descendência real – Jesus descendia do rei Salomão e rei Davi e Maria<br />

Madalena da Casa de Benjamim – a união entre eles fundiu duas linhagens reais, criando<br />

assim um verdadeiro sangue real, que está na origem do nome do Santo Graal, Sangreal, que<br />

significa literalmente sangue real.(BROWN, 2004, p. 237)<br />

A partir daí, Dan Brown introduz a idéia de que o Santo Graal não é o famoso<br />

Cálice de Cristo, usado por Jesus em sua última ceia. Ele seria, na verdade, uma forma<br />

simbólica de representar uma mulher, Maria Madalena, geradora da linhagem real, do sangue<br />

real, a própria deusa. O Santo Graal representa o sagrado feminino e a deusa, conceitos que<br />

se perderam nos dias de hoje, por terem sido eliminados pela Igreja Católica. Esta roubou da<br />

imagem da mulher a atribuição sagrada de ser exaltada por gerar a vida, tendo em vista que<br />

passou a venerar a figura de um homem com o verdadeiro Criador. Passou, então, a<br />

demonizar o sagrado feminino e considerá-lo impuro.<br />

Desta forma, segundo a obra, o Graal simboliza a deusa perdida, e as lendas de<br />

buscas de cavaleiros pelo Graal perdido são, na verdade, histórias sobre buscas proibidas do<br />

sagrado feminino. Cavaleiros que alegavam estar procurando o cálice estavam usando um<br />

código para se protegerem da Igreja, que, com a fundação do cristianismo, havia subjugado as<br />

mulheres, banido a deusa, queimado os hereges e proibido a adoração do sagrado feminino<br />

pelos pagãos (BROWN, 2004, pp. 112-113, 139, 152-155).<br />

No tópico a seguir vamos fazer um paralelo entre o enfoque dado ao feminino<br />

<strong>Psicanálise</strong> & Barroco em revista. v.4, n.2:, 7-23 dez. 2006. 10

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