O desertor. - Poema heroi-comico (1774).preview.pdf

Naõ obfta a aQthorfdade de Pktaõ referí-
a por muitos ; porque quando efte Filoíofo
o Dialogo ^. dã íua Republica parece dizer
ne íaó incompatíveis duasdiverfas imitaçoens,
illa expreíTamente dos Authorcs Trágicos , e
íomicos 5 que jà~~mais íeraó perfeitos em ambas.
Efta Poeíia naó foi defconhecida dos Anti-
cs. Homero daria mais de bum íiiodeljo di-
no da fua maó ;, fe o tempo que refpeicou , a
atrachomyomacliia , deixíiíTe chegar a nós o
:u Margites 3 de que fíilla Ariftoteles no cap. 4,
a Poet. dizendo que eíle poema tinha coma
lomedia a mefma relação que a Iliada com a
'ragedia. O Culex y ou feja de Virgílio ^ ovl
e outro qualquer , naó contribue pouco para
onfirmar a Tua antiguidade.
Muitos faô os poemas heroi-comicos mdernos.
A Secchia rapita deTaíToni he para os
talianos o mefmo que o Lutrin de Boileau
ara os Francezes , e o Huàíhrã%^ deButler,
o Rape of thc. hck^ de Pope para os Inglezes.
Huns fugeifáraó o poema heroi-comko a
^dos os preceitos da Epopea , e quizeraó quef)
diferifie pelo cómico da acçaó , e mifturáao
o ridículo 3 e o fublime de tal forte que
,
ípvindo hum de realce a outfo , fizeraó appaecer
novas beilezas em ambos os géneros.
)uiros omittindo , ou talvez defprefando algumas
regras 5 abríraõ novos caminhos á íua
ngenhofa fantafia , e mcftráraô disfarçada
om innocences graciofidades á critica mais in-
inuante , como ^í, GreíTec no feu Vcrverr.
Naô
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