esPeCIaL Igreja e batismo em jacarezinho 16
Fotos: Jean Assis A história dos primeiros convertidos de Jacarezinho é uma afirmação clara de que Deus é Aquele que dirige a história. Pouco antes de chegarmos ali, em 2009, a Edite, uma moradora da comunidade, teve um sonho. Deus falou com ela que algumas pessoas lhe trariam uma mensagem e que ela deveria recebê-la. Assim, quando chegamos à comunidade, algumas pessoas já estavam preparadas para receber o Evangelho. Fizemos um culto à noite, depois de um dia intenso de visitas nas casas, de diálogos com as pessoas e de atendimentos médicos e odontológicos. Naquela reunião, depois do apelo, algumas pessoas levantaram as mãos. No dia seguinte, um casal, a Edite e o Mica, chamaram-me para visitá-los na casa deles. Confesso que imaginei que eles estavam vivendo algum conflito no casamento. Muitas vezes, as visitas pastorais têm o propósito de mediar e ajudar a resolver alguns conflitos entre cônjuges ou entre pais e filhos. Contudo, naquela ocasião, o teor e o assunto na visita pastoral foram diferentes. O Mica e a Edite não tinham outra intenção senão o de entregar a vida a Jesus. Oramos, ajoelhados no chão de madeira da cozinha, depois de termos desfrutado da comunhão, comendo uma deliciosa carne de jacaré. O batismo deles aconteceu algumas horas depois de terem entregado a vida a Jesus. Depois de lhes darmos algumas palavras de orientação quanto à nova vida em Cristo, convidamos toda a comunidade para assistirem ao batismo que aconteceria nas águas do lago Manacapuru. Aquele ato público era a visível e audível proclamação de que, a partir daquele momento, eles eram novas pessoas. Assim, diante do olhar atento de quase toda a comunidade, o Mica, a Edite e a Dona Maria receberam o batismo nas águas e se tornaram os primeiros convertidos de Jacarezinho. O testemunho do Mica, da Edite e da Dona Maria ressoou por todo o Jacarezinho. Logo, algumas pessoas decidiram abandonar a comunidade, dizendo que os crentes haviam chegado ali. Por outro lado, pouco a pouco, o Evangelho, como fermento que leveda a massa, penetrou nas tramas sociais de Jacarezinho. Em pouco mais de um ano, depois do primeiro batismo, 70% da esPeCIaL comunidade se converteu a Jesus. Desde o maior até o menor, a maioria dos moradores reconheceu Jesus como Salvador e Senhor de suas vidas. O rápido crescimento do número de crentes trouxe um ótimo desafio para a liderança do Mica e da Edite. Eles perceberam que precisavam construir o prédio da igreja. Assim, com a ajuda dos novos crentes, eles compraram uma casa velha e a reformaram completamente, cortando madeira na floresta. Quando indagados sobre o nome da igreja, eles disseram: ”Igreja Batista Tua Visão: Ministério Diante do Trono”. Sem dúvida, uma referência à época e ao momento em que a igreja nasceu, quando os primeiros convertidos desceram às águas. A influência da igreja em Jacarezinho cresceu com o passar dos meses. O líder da comunidade que, durante um tempo, permaneceu sendo um simpatizante do evangelho, decidiu se render aos pés de Jesus. Com ele, toda a sua casa se converteu. As suas duas filhas e também o marido da Dona Maria se batizaram nesse último final de semana. Atualmente, 95% da comunidade de Jacarezinho é convertida. Os cultos são realizados semanalmente. Também fazem viagens evangelísticas e missionárias com o propósito de atingir outras comunidades ribeirinhas ainda não alcançadas. A partir do trabalho da igreja, foram iniciadas duas células em comunidades diferentes. A Igreja Batista Tua visão nasceu saudável, olhando não somente para as suas próprias necessidades, mas também para o clamor dos outros povos. Saímos de Jacarezinho rumo à Manaus no início da noite. Voltávamos para a cidade e para o conforto da nossa casa. Ali, no meio da Floresta Amazônica, ficavam não somente os nossos irmãos de Bararuá e Jacarezinho, mas também os nossos missionários, que decidiram, por amor ao Senhor e aos perdidos, permanecer longe dos muitos confortos do nosso tempo. Lembro-me deles e os vejo como parte daquele grupo de homens e mulheres dos quais o mundo não é digno. A dignidade deles não é dada simplesmente pelo fato de permanecerem entre os ribeirinhos, mas sim por decidirem perseverar na obediência ao chamado de Deus. Por Pr. Gustavo Bessa Informações: (31) 8793-0033. 17