No. 8/1976
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papel dos dois países na civilização ocidental<br />
<strong>No</strong> plano global, estamos identificados por coincidências<br />
profundas quanto às responsabilidades<br />
que nos incumbem na preservação e na promoção<br />
dos valores fundamentais da civilização ocidental.<br />
Cada um na sua medida, segundo a ótica própria<br />
ditada por suas peculiaridades históricas e por<br />
seus interesses nacionais', procura realizar o máximo,<br />
individualmente e em cooperação com as<br />
demais nações com as quais repartimos a mesma<br />
concepção de vida, orientada para a criação de<br />
uma sociedade internacional mais digna, mais pacífica,<br />
mais próspera e mais equânime. Sobretudo,<br />
releva em nossas concepções a clara noção de<br />
que o universo ocidental é amplo, diversificado<br />
e dinâmico, da mesma forma como a consciência<br />
de que a interdependência que importa estruturar,<br />
para a realização da paz e da justiça social, é<br />
global e não particular.<br />
<strong>No</strong> plano bilateral, anima-nos um respeito mútuo<br />
sincero e uma simpatia natural que torna fácil o<br />
diálogo e promissora a cooperação. Em nossas<br />
conversações não foi nem nunca será preciso<br />
haver reservas nem circunlóquios. Encontramos,<br />
sem dificuldade, fértil o campo para a progra-<br />
Discurso do<br />
Ministro dos Negócios Estrangeiros<br />
da França, Jean Sauvagnargues,<br />
no banquete que lhe foi oferecido pelo<br />
mação de atividades conjuntas em um grande<br />
número de setores de interesse mútuo.<br />
Senhor Ministro,<br />
Quando, há poucos meses, durante a visita oficial<br />
que fiz à França, atendendo ao amável convite<br />
de Vossa Excelência, tive o privilégio de ser recebido<br />
pelo Presidente Giscard d'Estaing, dele<br />
ouvi que as relações entre os nossos países entravam<br />
em nova fase, caracterizada pela consciência<br />
de profunda identidade de sentimentos e<br />
de objetivos, e pela convicção que animava os<br />
dois Governos sobre a importância crescente de<br />
cada um na condução de assuntos básicos no plano<br />
mundial.<br />
As conversações que mantive com Vossa Excelência<br />
vieram realçar o sentido daquelas palavras<br />
que o Governo brasileiro e, em particular, o Presidente<br />
Ernesto Geisel, repartem em toda sua<br />
extensão.<br />
O Brasil, como a França, tem vocação universalista<br />
e vê o próprio engrandecimento no quadro<br />
da prosperidade geral. Por isso é espontânea a<br />
confiança mútua e natural a cooperação entre os<br />
dois países.<br />
sauvagnargues:<br />
a geografia nos separa,<br />
o destino nos aproxima<br />
Chanceler Azeredo da Silveira, no Palácio Itamaraty de Brasília, em 29 de janeiro de <strong>1976</strong><br />
Senhor Ministro das Relações Exteriores,<br />
Senhores Ministros,<br />
Senhoras, Senhores,<br />
Minhas primeiras palavras são para vos agradecer.<br />
Senhor Chanceler e Senhores Ministros, em<br />
meu nome pessoal, e também em nome de meu<br />
colega, o Ministro Raymond Barre, pela acolhida<br />
tão amiga e calorosa que Vossa Excelência nos<br />
tem proporcionado e que nos toca profundamente.<br />
Disto guardarei uma grande recordação, como<br />
guardarei a lembrança de vossa prestigiosa Capital,<br />
Brasília, exemplo vivo e testemunha cotidiana<br />
do ardor, da vontade e do génio de um<br />
grande povo. André Malraux, quando Brasília<br />
ainda não havia surgido, escreveu, em 1959, sobre<br />
a futura cidade, cuja área ele visitava e cujas primeiras<br />
construções começavam a surgir: "Chegou<br />
Documento digitalizado pela equipe de Mundorama - Divulgação Científica em Relações Internacionais (http://www.mundorama.net).<br />
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