REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA - Biblioteca do IBGE
REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA - Biblioteca do IBGE
REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA - Biblioteca do IBGE
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
1.a EXPEDIÇÃO CIENTíFICA A SERRA <strong>DE</strong> PARANAPIACABA E AO ALTO RIBEIRA 147<br />
"O talco no município de Ponta Grossa, é conheci<strong>do</strong> há muitos anos, mas<br />
só ultimamente é que recebeu o interêsse mereci<strong>do</strong>.<br />
Geologicamente o talco ocorre na série Açungui, em região topogràficamente<br />
muito típica, com a presença de picos abruptos e grotas fundas e<br />
inacessíveis.<br />
Os filitos, se bem que muito freqüentes, quan<strong>do</strong> encontra<strong>do</strong>s, se acham<br />
bastante altera<strong>do</strong>s.<br />
Os diques de diabásio, a nosso ver responsáveis, em parte, pela formação<br />
<strong>do</strong> talco, entrecortam profundamente a região sen<strong>do</strong> em geral causa<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s<br />
pontos mais eleva<strong>do</strong>s. Quase sempre microcristalinos, acham-se principalmente<br />
próximo <strong>do</strong> talco, muito altera<strong>do</strong>s. Além de diques, encontram-se enormes blocos<br />
de diabásio, na forma típica rolada.<br />
O calcário também de certo mo<strong>do</strong> comum é o <strong>do</strong>lomítico, sen<strong>do</strong> que a côr<br />
mais encontradiça é a branca-acinzentada.<br />
:E; pelo contacto <strong>do</strong> diabásio com o referi<strong>do</strong> calcário, que se dá a origem<br />
<strong>do</strong> talco.<br />
Ambos, em direções diferentes, entrecortam-se em certos pontos, ocorren<strong>do</strong><br />
então, a possibilidade da formação <strong>do</strong> talco.<br />
No tocante à natureza <strong>do</strong> talco, podemos dizer que, em geral, os veios<br />
se apresentam em grande esta<strong>do</strong> de pureza.<br />
Em média, cêrca de 50% <strong>do</strong> talco encontra<strong>do</strong> é branco e extremamente puro,<br />
enquanto o restante se apresenta de material ferroso.<br />
O talco branco atinge em média 95% de pureza, sen<strong>do</strong> muito procura<strong>do</strong><br />
pelas indústrias de perfumaria.<br />
O talco amarela<strong>do</strong>, comumente chama<strong>do</strong> "creme", é usa<strong>do</strong> nas indústrias,<br />
onde a côr é secundária.<br />
No tocante à ocorrência, podemos dizer que as bôlsas de talco alcançam<br />
200 a 300 metros de comprimento, por uns 20 de largura e igual profundidade.<br />
Às vêzes, no decorrer <strong>do</strong>s trabalhos de extração, aparecem veios de sílica de<br />
granulação muito fina e côr muito branca. Em geral, são veios de pequena<br />
possança, mas já houve casos de substituírem totalmente os veios de talco. destituin<strong>do</strong><br />
a jazida de to<strong>do</strong> o valor. A composição química <strong>do</strong> talco, em média, é a seguinte.<br />
Perda ao rubro ........................ .<br />
Sílica ................................. .<br />
óxi<strong>do</strong> férrico .......................... .<br />
óxi<strong>do</strong> de alumínio ..................... .<br />
óxi<strong>do</strong> de cálcio ....................... .<br />
óxi<strong>do</strong> de magnésio .................... .<br />
Talco branco<br />
4,28%<br />
60,87%<br />
0,93%<br />
2,01%<br />
1,12%<br />
30,96%<br />
Talco creme<br />
4,19%<br />
65,23%<br />
2,18%<br />
1,64%<br />
1,56%<br />
25,32%<br />
Existem duas organizações que mineram talco na região:<br />
- Companhia Paranaense de Mineração, de FRANCisco <strong>DE</strong> SousA NETO:<br />
extrai cêrca de 150 toneladas de talco bruto por mês, benefician<strong>do</strong> neste prazo,<br />
de 50 a 100 toneladas, para fornecimento às indústrias de Johnson Johnson,<br />
Good Year, etc.<br />
Pág. 27 Abril-Junho de 1957