mulheres e educação no brasil-colônia - histedbr - Unicamp
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1696, a 20 de fevereiro, houve uma proibição de luxo <strong>no</strong> vestuário das escravas <strong>no</strong><br />
Brasil, o que reforçava a distinção entre as camadas na colônia. A ordem régia<br />
declarava que:<br />
(...) sendo presente o demasiado luxo das escravas <strong>no</strong> Brasil e<br />
devendo evitar-se esse excesso e o mau exemplo que delle podia<br />
seguir-se, el rei era servido resolver que as escravas de todo o<br />
Brasil em nenhuma capitania pudessem usar vestidos de seda, de<br />
cambraia ou hollandas, com rendas ou sem ellas, nem também de<br />
guarnição de ouro ou prata <strong>no</strong>s vestidos” 4 .<br />
Vê-se que as leis aplicadas na colônia, pelo gover<strong>no</strong> da metrópole, em favor<br />
da classe dominante impediam qualquer equiparação entre papéis de escravas e<br />
<strong>mulheres</strong> brancas. Por outro lado, demostram essas mesmas leis a tentativa por parte<br />
das escravas de se igualarem aparentemente às <strong>mulheres</strong> brancas, o que significava<br />
resistência ao padrão vigente.<br />
Dessa forma, tanto as <strong>mulheres</strong> brancas como as outras <strong>mulheres</strong>,<br />
aprendiam, através de suas experiências de vida, os conhecimentos necessários a<br />
suas representações dentro da sociedade e maneiras de rompê-las.<br />
A mulher branca de elite ao assumir postos de comando, lugares<br />
pertencentes aos homens, adquiriam informalmente os mesmos conhecimentos para<br />
se tornar administradora dos latifúndios, quando necessário. Além disso, ía <strong>no</strong> dia-adia<br />
aprendendo as funções consideradas próprias à vida feminina na Colônia.<br />
Da mesma forma, as <strong>mulheres</strong> de condições sociais inferiores aprendiam os<br />
ensinamentos necessários, através das próprias circunstâncias a que eram expostas.<br />
O trabalho manual deu-lhes subsídios para superarem o estereótipo de<br />
fragilidade que a sociedade vigente passava.<br />
A Lua de Mel Colonial<br />
Os casamentos <strong>no</strong> período colonial <strong>brasil</strong>eiro eram arranjados por laços<br />
econômicos. O pai escolhia um futuro genro possuidor de terras para juntá-las ao seu<br />
patrimônio e consequentemente aumentá-las. Se uma mulher, por exemplo, tivesse<br />
parido vinte filhos, sendo dez meni<strong>no</strong>s e dez meninas, o desti<strong>no</strong> deles estava<br />
4 Vale a pena ler as a<strong>no</strong>tações do Desembargador José Vieira FERREIRA, “Legislação Portugueza<br />
Relativa ao Brasil”, In: Revista do Instituto Histórico Brasileiro, vol. 105, 1929, p. 215. Ne