22.01.2014 Views

CADERNO ESP FEMININO V.20 N.2 2008.pmd - Instituto de ...

CADERNO ESP FEMININO V.20 N.2 2008.pmd - Instituto de ...

CADERNO ESP FEMININO V.20 N.2 2008.pmd - Instituto de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Moda na Saia Justa<br />

44<br />

Id., p. 40.<br />

45<br />

Id., ibid.<br />

46<br />

INVERNO a quente. Veja.<br />

São Paulo: Abril. n. 1015, p.<br />

38, 17 fev. 1988.<br />

47<br />

Id., p. 39.<br />

uma tendência internacional, e que iria buscar, não<br />

apenas cortes inspirados nas décadas <strong>de</strong> 1940 e 1950, 44<br />

mas reforçar a corporalida<strong>de</strong> feminina em curvas e<br />

fendas, luvas e meias, com a inclusão explícita da<br />

sensualida<strong>de</strong>. Isso po<strong>de</strong> ser observado nas três “regras<br />

<strong>de</strong> ouro” da nova estação: “roupas curtas, justas e<br />

sensuais.” 45<br />

A Veja retomaria o tema do fim da androginia<br />

numa longa reportagem <strong>de</strong> três páginas (em<br />

contraposição ao costume editorial <strong>de</strong> dispensar<br />

apenas uma página para os temas relativos à moda).<br />

A revista apropriou-se da fala da estilista Márcia<br />

Gimenez, que temia uma reação contrária das mulheres,<br />

que, a princípio, rejeitaram as novas tendências:<br />

para quem estava acostumada a usar roupas largas e<br />

confortáveis, é difícil engolir esse ar radicalmente feminino<br />

[...]. Usamos tantas roupas amplas que nos tornamos<br />

indisciplinadas no andar, no sentar, per<strong>de</strong>mos até alguns<br />

hábitos, como cruzar as pernas – e também nosso corpo<br />

per<strong>de</strong>u um pouco a forma. 46<br />

A revista arrematava o tema <strong>de</strong> forma enfática:<br />

“neste inverno, <strong>de</strong>finitivamente, as roupas femininas<br />

voltaram a ser feitas só para as mulheres. Foi <strong>de</strong>cretado<br />

o fim das coleções amplas e largonas que tanto serviam<br />

a homens quanto a mulheres.” 47 Interessante observar,<br />

portanto, que essa ênfase não era gratuita e parecia<br />

concordar com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retomar a<br />

feminilida<strong>de</strong> das “formas femininas”, o que <strong>de</strong>monstra<br />

um reforço na distinção <strong>de</strong> gênero, ao <strong>de</strong>marcar bem<br />

os limites nos corpos <strong>de</strong> homens e <strong>de</strong> mulheres. A<br />

repetição do tema do fim da androginia parece, <strong>de</strong>ssa<br />

forma, ter sido tomada como positiva pela revista.<br />

Nesse sentido, não é <strong>de</strong> se admirar que, em 10 <strong>de</strong><br />

agosto <strong>de</strong> 1988, a temática retornasse às páginas <strong>de</strong><br />

Veja. Em De peito aberto, a sensualida<strong>de</strong> transbordante<br />

colocava-se em contraponto ao estilo japonês e<br />

andrógino. Assim, a nova estação mantinha o estilo<br />

198 Ca<strong>de</strong>rno Espaço Feminino, v.20, n.02, Ago./Dez. 2008

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!