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A percepção de controle como fonte de bem-estar - Estudos e ...

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2ª) Externos Defensivos (subdimensão outros po<strong>de</strong>rosos): pessoas que acreditam no<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> outras pessoas, mas não acreditam no azar, seriam os externos<br />

<strong>de</strong>fensivos;<br />

3ª) Externos Autênticos (subdimensão acaso): pessoas que acreditam apenas no<br />

po<strong>de</strong>r do acaso, no <strong>de</strong>stino ou na sorte e não acreditam no seu próprio po<strong>de</strong>r ou no<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> outras pessoas seriam os externos autênticos.<br />

Para Levenson, o construto locus <strong>de</strong> <strong>controle</strong> não é unidimensional <strong>como</strong> propôs<br />

Rotter. Para ela, esse constructo possui três dimensões: pessoal, social e impessoal<br />

(PASQUALI; ALVES; PEREIRA, 1998). Desta forma, po<strong>de</strong>-se dizer que a dimensão<br />

pessoal está relacionada ao locus <strong>de</strong> <strong>controle</strong> interno; a dimensão social está ligada à<br />

dimensão outros po<strong>de</strong>rosos; e a dimensão impessoal relacionada à dimensão acaso.<br />

La Rosa (1991) também alerta para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evitar-se a rotulação negativa<br />

do indivíduo com altos escores em externalida<strong>de</strong>, uma vez que alguns fatores do<br />

ambiente micro (<strong>como</strong> a estabilida<strong>de</strong> no emprego, promoção, ascensão e melhoria<br />

<strong>de</strong> condições <strong>de</strong> vida) e macrossocial (<strong>como</strong> poluição, mercado <strong>de</strong> trabalho, oferta <strong>de</strong><br />

emprego), não controláveis pelo indivíduo, afetam seus níveis <strong>de</strong> externalida<strong>de</strong>.<br />

4. A interação do locus <strong>de</strong> <strong>controle</strong> com o <strong>bem</strong>-<strong>estar</strong> subjetivo<br />

Dentre as várias dimensões psicossociais que influenciam o <strong>bem</strong>-<strong>estar</strong> subjetivo,<br />

vamos nos <strong>de</strong>ter ao locus <strong>de</strong> <strong>controle</strong>, que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado um fator que indica<br />

a maneira pela qual perce<strong>bem</strong>os o <strong>controle</strong> sobre os eventos <strong>de</strong> nossa esfera<br />

pessoal.<br />

O locus <strong>de</strong> <strong>controle</strong> diz respeito ao <strong>controle</strong> percebido pelo sujeito e caracteriza-se,<br />

<strong>de</strong> uma maneira geral, pelas inferências causais atribuídas pelos indivíduos e as suas<br />

conseqüências. Em relação aos efeitos que essa <strong>percepção</strong> produz nos indivíduos,<br />

observa-se que o domínio, o <strong>controle</strong> e a compreensão que os sujeitos têm das<br />

causas que <strong>de</strong>terminam os eventos <strong>de</strong> suas vidas relacionam-se à motivação, ao<br />

<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> competências, aos níveis <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> emocional (<strong>bem</strong>-<strong>estar</strong>, autoestima,<br />

<strong>de</strong>pressão etc.) e às estratégias <strong>de</strong> ação utilizadas. Ou seja, as pessoas que<br />

atribuem seus sucessos aos seus esforços ou atributos pessoais ten<strong>de</strong>m a<br />

<strong>de</strong>senvolver mais afetos positivos do que aquelas que atribuem a outras dimensões.<br />

Por outro lado, aqueles que atribuem seus fracassos a uma falta <strong>de</strong> esforço ou <strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong>, ten<strong>de</strong>m a sentirem mais afetos negativos, <strong>como</strong> ansieda<strong>de</strong>, culpa e<br />

tristeza.<br />

Consi<strong>de</strong>rando que o locus <strong>de</strong> <strong>controle</strong> é formado a partir da relação do indivíduo<br />

consigo mesmo e da relação que estabelece com o seu meio social (LA ROSA, 1991),<br />

no presente estudo, o locus <strong>de</strong> <strong>controle</strong> foi entendido <strong>como</strong> a <strong>percepção</strong> <strong>de</strong> <strong>controle</strong>,<br />

pelo sujeito, dos eventos ocorridos em sua vida; po<strong>de</strong>ndo haver uma <strong>percepção</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>controle</strong> interno, on<strong>de</strong> o indivíduo se percebe <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> suas próprias<br />

capacida<strong>de</strong>s, ou externo, on<strong>de</strong> o indivíduo se percebe <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> fatores<br />

externos a si, po<strong>de</strong>ndo perceber o <strong>controle</strong> nas forças do acaso e/ou em po<strong>de</strong>res<br />

sobrenaturais ou então em outras pessoas, entendidas <strong>como</strong> po<strong>de</strong>rosas (DELA<br />

COLETA, 1980).<br />

ESTUDOS E PESQUISAS EM PSICOLOGIA, UERJ, RJ, v. 7, n. 3, p. 541-556, <strong>de</strong>z. 2007 549

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