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xix congresso de pós-graduação da ufla - Sociedade Brasileira para ...

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XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA<br />

27 <strong>de</strong> setembro a 01 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2010<br />

potencial produtivo e que muitas vezes se encontravam marginaliza<strong>da</strong>s e sem perspectiva alguma.<br />

Nesse sentido, o artesanato que é fortemente ligado ao setor <strong>de</strong> turismo, po<strong>de</strong>rá ser utilizado como<br />

impulsionador do <strong>de</strong>senvolvimento local.<br />

O artesanato afirma-se ca<strong>da</strong> vez mais como uma componente essencial do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>da</strong>s regiões, dos territórios GULLAR (1994). O setor é, hoje, reconhecido, pelas suas potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<br />

como impulsionador do <strong>de</strong>senvolvimento a várias escalas, sendo múltiplos e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> os<br />

seus impactos, diretos e indiretos. Para além do valor cultural, histórico e patrimonial que lhe é<br />

inerente, o artesanato interfere nos tecidos econômicos e sociais, como fonte <strong>de</strong> rendimento e <strong>de</strong><br />

emprego e é um fator <strong>de</strong> ligação <strong>da</strong>s populações com o seu território.<br />

Um fator <strong>de</strong> extrema importância <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento local, <strong>para</strong> Kashimoto et al.<br />

(2002), é a cultura popular local na medi<strong>da</strong> em que por ser oriun<strong>da</strong> <strong>da</strong>s relações entre a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

lugar e o seu meio (natural e social) permite a configuração <strong>da</strong> I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> do Lugar e <strong>de</strong> sua<br />

população. Afirma assim que a valorização <strong>da</strong> cultura popular contribui <strong>para</strong> que a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> fortaleça<br />

a individualização e a auto-estima diante do “outro”, numa busca <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento originário <strong>de</strong><br />

sua própria criativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e conforme os seus valores.<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

É interessante constatar que quanto mais se consoli<strong>da</strong> o processo <strong>de</strong> globalização, mais as<br />

pessoas estão resgatando o espaço local e buscando melhorar as condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> no seu entorno<br />

imediato. Desta forma, promover o <strong>de</strong>senvolvimento local não significa ignorar os processos mais<br />

amplos, e sim, significa utilizar as diversas dimensões territoriais segundo os interesses <strong>da</strong><br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Assim, temas como a valorização <strong>da</strong>s potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>da</strong>s i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s sócio-culturais e<br />

ambientais locais, forças sinérgicas, iniciativas <strong>de</strong> economia solidária, construção e formação <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, são retomados e reconstruídos em novos contextos. Tais elementos constituem a base do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento local que, aliado à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> configuração <strong>de</strong> novos atores sociais e novas<br />

territoriali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>linear outro tipo <strong>de</strong> estratégia política e econômica, mais humanitária e<br />

eqüitativa.<br />

Portanto, o renascimento dos meios locais e regionais como lugares <strong>da</strong> organização<br />

econômica, cultural e política oferece novas e inespera<strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>para</strong> a renovação <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> em<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. É assim a nova visão <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> política local, no novo contexto global, na qual a<br />

<strong>de</strong>mocracia e a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia adquirem um novo sentido no contato <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> local. A criação <strong>de</strong> novas<br />

enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais e <strong>de</strong> novas ações <strong>de</strong>mocráticas está em perspectiva. Uma nova visão <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento surge basea<strong>da</strong> na sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e na soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> como recursos específicos, uma<br />

ferramenta possível <strong>de</strong> edificar comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais <strong>de</strong>mocráticas mais equilibra<strong>da</strong>s e<br />

menos <strong>de</strong>siguais. Nesse sentido, o artesanato po<strong>de</strong> ser consoli<strong>da</strong>do e reconhecido como expressão <strong>da</strong><br />

i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> histórico-cultural <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> região, e contribuir como elemento impulsionador <strong>para</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento local.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

ALCADE, E. A.; LE BOURLEGAT, C. A.; CASTILHO, M. A. O papel dos agentes na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> artesãos em Três Lagoas-MS, como instrumentos impulsionadores do <strong>de</strong>senvolvimento local.<br />

Interações - Revista Internacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Local. vol. 8, n. 2. set. 2007.<br />

AMARAL FILHO, Jair do. Desenvolvimento regional endógeno em um ambiente fe<strong>de</strong>ralista.<br />

Planejamento e Políticas Públicas. IPEA, Brasília, n.14. 1996.<br />

CANCLINI, N.G. As culturas populares no capitalismo. Brasiliense, São Paulo, 1982.<br />

CÂNDIDO, A . Os parceiros do Rio Bonito. Livraria Duas Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, São Paulo, 1987.

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