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04<br />
www.<br />
<strong>Destak</strong><br />
.pt<br />
3ª Feira · 20 de Outubro de 2009<br />
PUB<br />
Actualidade<br />
CASO BANIF Realizaram-se ontem duas reuniões em Lisboa por causa<br />
do caso Banif. Nos encontros estiveram presentes os representantes<br />
máximos dos Ministérios Públicos de Portugal e de Angola e a directora<br />
do DCIAP, revelou fonte oficial à Lusa. Na origem destas reuniões está a<br />
alegação do Estado angolano da titularidade de 49% do capital do Banif.<br />
IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII<br />
SOCIEDADE Estudo revela que, em Portugal, 80% dos viciados no jogo já tentaram parar, mas não conseguiram<br />
Adolescentessãogrupo<br />
derisconegligenciado<br />
Totobola e Lotaria<br />
são viciantes, mas<br />
não batem cartadas<br />
adinheiro, que são<br />
oquemaisvicia.<br />
IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII<br />
CARLA MARINA MENDES<br />
cmendes@destak.pt<br />
É definido, em muitos<br />
dicionários, como divertimento<br />
ou brincadeira.<br />
Mas a fronteira que separa o<br />
jogodeumadoençapodeser<br />
bemténue.Queodigamos<br />
milhares de portugueses que<br />
acabaram viciados no jogo o<br />
que, segundo um estudo ontem<br />
divulgado, lhes pode custar<br />
a família e o emprego.<br />
Ajulgar pelos dados do trabalho<br />
realizado por Henrique<br />
Lopes, da Universidade Católica,<br />
a pedido da Santa Casa<br />
da Misericórdia de Lisboa,<br />
24% dos 571 dependentes do<br />
jogo, identificados a partir de<br />
um grupo de 3850 entrevistados<br />
que jogaram pelo menos<br />
uma vez, sentiu problemas<br />
profissionais e familiares. E,<br />
destes, 22% admitiu ter-se divorciado<br />
pela mesma razão.<br />
Masosdramasnãoseficam<br />
por aqui. Às questões sociais<br />
juntam-seasdesaúde:38%<br />
A liderar a lista dos jogos mais viciantes estão os de cartas a dinheiro, seguidos do jogo através da internet<br />
dos viciados dizem ter problemas.<br />
Cartas viciam mais<br />
São os jogos clandestinos de<br />
cartas, o ciberjogo, ou seja, o<br />
jogo através da internet e as<br />
slot machines, que existem<br />
noscasinos,osquemaiordependência<br />
causam. O que,<br />
para Rui Cunha, provedor da<br />
Santa Casa, «é particularmentesintomáticoepreocupante».<br />
Quanto aos jogos da<br />
Santa Casa, o Euromilhões é<br />
«o menos problemático», en-<br />
quanto o Totoloto e a Lotaria<br />
fazem parte do grupo dos<br />
mais viciantes.<br />
A estes dados juntam-se outros,quedevemser,deacordo<br />
com o autor do estudo,<br />
motivo de preocupação, ainda<br />
que não pareçam ser do<br />
conhecimento geral: o facto<br />
de cada vez mais jovens, entre<br />
os 12 e os 18 anos, estarem<br />
a ficar ‘agarrados’ ao jogo, a<br />
quesejuntamdoentesque<br />
estão em casa e ainda<br />
pessoas com mobilidade reduzida.<br />
<br />
123RF<br />
IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII<br />
HOMENSADMITEM SER<br />
MAISDEPENDENTES<br />
São os homens os mais dependentes<br />
(79% contra 21%<br />
de mulheres), apesar de, quando<br />
questionados sobre se são<br />
«jogadores de risco», o número<br />
de senhoras aproximar-se muito<br />
do de cavalheiros – 52% para<br />
eles; 48% para elas. Fica ainda,<br />
através do estudo, a saber-se<br />
que 80% dos viciados a dinheiro<br />
já tentaram parar, mas não<br />
conseguiram deixar o jogo.<br />
IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIJORGE NOGUEIRA<br />
EDITORIAL<br />
editorial@destak.pt<br />
Não é a gripe que<br />
mais os atormenta<br />
As queixas de dores de barriga, os<br />
vómitos e a sensação geral de mal-<br />
-estar são, por esta altura do ano,<br />
muito mais comuns no consultório<br />
de um pediatra do que a gripe A. Foi<br />
mais ou menos por estas palavras<br />
que Luís Januário, presidente da Sociedade<br />
Portuguesa de Pediatria,<br />
respondeu aos jornalistas que, à<br />
porta do X Congresso Nacional desta<br />
especialidade, queriam saber «notícias»<br />
do efeito do vírus H1N1 nas<br />
crianças portuguesas.<br />
A causa destes males, explicou, não<br />
está em nenhuma virose nem pandemia,<br />
mas no facto de «muitas das<br />
crianças não se coadunarem com as<br />
exigências da escola e, quando confrontadas<br />
com elas, desenvolvem<br />
vários tipos de patologia». O desespero<br />
e a impotência, à falta de palavras<br />
para se exprimir, traduzem-se<br />
em sintomas (muito reais) a que os<br />
pais prestam atenção e os pediatras<br />
podem ajudar a interpretar. Se os<br />
sinais passam ao fim de semana,<br />
por exemplo, já é meio caminho<br />
andado para o diagnóstico.<br />
ISABEL<br />
STILWELL<br />
A verdade é que nem a escola nem,<br />
por falar nisso, a infância, são aquele<br />
mar de rosas que os adultos com<br />
pouca memória gostam tanto de<br />
romantizar. Nunca o foram, e hoje<br />
o ritmo acelerado a que vivemos<br />
e em que por arrasto envolvemos<br />
os nossos filhos (um estudo recente<br />
revelou que há bebés que passam<br />
12 horas por dia em creches) não<br />
tornam esta adaptação mais fácil.<br />
A culpabilidade, só por si, não serve<br />
de nada, mas cumpre uma função<br />
quando nos obriga a rever as nossas<br />
prioridades. E, se calhar, seríamos<br />
Dores de barriga são<br />
sintomas mais comuns<br />
nestaépoca,<br />
em reacção à escola.<br />
todos mais felizes, se conseguíssemos<br />
um bocadinho mais de tempo<br />
para estes «caloiros» pequeninos.<br />
Pelo menos, diz Luís Januário, «até<br />
que percebam o seu lugar, se conformem<br />
com ele ou arranjem estratégias<br />
para ultrapassar esses problemas».<br />
Altura em que as dores de<br />
cabeça e de estômago passam, o<br />
entusiasmo volta e o nó que nos<br />
apertava a garganta (quem aguenta<br />
vê-los assim?) começa a desfazer-se.<br />
IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII<br />
IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII<br />
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA<br />
Queixasó surgeapós35 agressões<br />
Apenas metade das mulheres<br />
que sofrem maus tratos<br />
denunciam a situação às autoridadese,emmédia,aqueixa<br />
surge após 35 episódios de<br />
agressão, revela Susie Johnson,<br />
responsável pela Secção<br />
para as Mulheres do Washington<br />
Office of Public Policy,<br />
citada pelo ‘i’ online.<br />
«Se, por um lado, têm medo<br />
de que possa voltar a<br />
acontecer, também têm a esperança<br />
de que as coisas vão<br />
mudar. Há todo um relacionamento<br />
e carga afectivos<br />
Vítimas não confiam na Justiça<br />
123RF<br />
envolvidos» que as levam a<br />
demorar na apresentação de<br />
queixa, explica João Lázaro,<br />
secretário-geral da APAV.<br />
Ainda assim, segundo o Relatório<br />
Anual de Segurança Interna<br />
de 2008, as forças de<br />
segurança registaram uma<br />
média de 2312 queixas mensais<br />
em 2008. No entanto, só<br />
uma em cada dez mulheres<br />
avançou com um processo judicial,<br />
fenómeno que se explica,emparte,pelafaltade<br />
confiança das vítimas no sistema<br />
de justiça e segurança.<br />
PRESIDÊNCIA<br />
Cavacoaprovou<br />
pertode600<br />
diplomasporano<br />
Dos1817diplomasapreciados<br />
pelo Presidente da República<br />
desde que iniciou o mandato,<br />
a 9 de Março de 2006, Cavaco<br />
Silva promulgou 1799<br />
(quase 600 por ano), tendo<br />
exercido o poder de veto político<br />
12 vezes, sempre em relação<br />
a diplomas do Parlamento.<br />
Destes, apenas 324 foram<br />
aprovados pela Assembleia<br />
da República e os restantes<br />
1475 pelo Governo, ou<br />
MANUEL ALMEIDA/LUSA<br />
seja, o número de diplomas<br />
do executivo liderado por José<br />
Sócrates enviados para<br />
Belém foi mais de quatro<br />
vezes superior aos diplomas<br />
enviados pelo Parlamento.<br />
IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII<br />
ANOTANEGATIVA<br />
DOS PORTUGUESES<br />
A actuação recente do Presidente<br />
da República reflectiu-se<br />
na avaliação feita pelos portugueses.<br />
Segundo uma sondagem<br />
da Aximage publicada<br />
pelo Correio da Manhã, se em<br />
Julho deste ano a actuação de<br />
Cavaco Silva foi avaliada com<br />
15,6, em Outubro caiu para 9,6.<br />
Ainda de acordo com a mesma<br />
fonte, 42,4% dos eleitores consideram<br />
que, nos últimos 30<br />
dias, a actuação do Presidente<br />
correu «mal», contra 35,5%<br />
que responderam «bem».