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UM BREVE HISTÓRICO SOBRE OS ESTUDOS DA LINGUAGEM ...

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importante livro para a Linguística, uma vez que é dessa obra que<br />

partem/rebatem os grandes linguistas e/ou estudiosos da linguagem para<br />

fundamentarem suas teses.<br />

Assim como para os linguistas e/ou os estudiosos da linguagem, os<br />

organizadores do CLG também não puderam ter “acesso direto” ao que<br />

Saussure lecionava, pois o mestre nada deixou de escrito sobre seus maiores<br />

ensinamentos. No prefácio à primeira edição do CLG, Bally e Sechehaye<br />

declaram uma grande decepção ao não encontrarem nenhuma anotação<br />

consistente sobre as aulas de Saussure na Universidade de Genebra, além<br />

ainda de não poderem acompanhar integralmente o curso. Conforme os<br />

organizadores, “essa verificação [a de não terem encontrado nenhum material]<br />

nos decepcionou tanto mais quanto obrigações profissionais que nos haviam<br />

impedido quase completamente de nos aproveitarmos de seus ensinamentos”<br />

(BALLY; SECHEHAYE, 2006, p.2).<br />

Por não haver nada ou quase nada de registro deixado por Saussure, Bally e<br />

Sechehaye recorreram às anotações de aula de uns poucos alunos do mestre,<br />

tendo, então, a difícil tarefa de registrarem o que Saussure havia ensinado em<br />

suas aulas. Sendo Bally e Sechehaye leitores de Saussure, foi sobre essa<br />

primeira leitura do/sobre o mestre que se fundamenta a história das ideias<br />

linguísticas e posteriormente os Estudos da Linguagem. Dessa forma, arrisco<br />

dizer, juntamente com Flores (2004, p.6), que há o “Saussure do Curso”, e é<br />

sobre este Saussure que pretendo fazer uma breve discussão.<br />

Logo nas páginas iniciais do CLG, Saussure afirma que “é o ponto de vista que<br />

cria o objeto (CLG, p.15)”. Ao fazer tal afirmação, saberia o mestre linguista<br />

que suas próprias aulas seriam objeto para ser analisado do ponto de vista não<br />

só de seus alunos, e que foi a partir deste objeto criado que se alicerçou a<br />

crítica sobre seus ensinamentos? Seria muita pretensão arriscar qualquer<br />

resposta. Talvez nem os organizadores soubessem que o CLG seria estudado<br />

ao longo de quase um século. Entretanto, uma dúvida eles tinham: “saberá a<br />

crítica distinguir entre o mestre e seus intérpretes?” (BALLY; SECHEHAYE,

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