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Avaliação <strong>de</strong> um coeficiente para estimativa <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> potencial da cultura da soja na<br />

região <strong>de</strong> Formosa, GO.<br />

1 2 3<br />

Gustavo Luiz Batista D’Angiolella , Vânia Lúcia Dias Vasconcellos e E<strong>de</strong>mar Joaquim Corazza .<br />

RESUMO - Os mo<strong>de</strong>los agrometeorológicos permitem com antecipação, o conhecimento quantitativo da<br />

influência das condições climáticas sobre o <strong>de</strong>senvolvimento e a produção <strong>de</strong> culturas agrícolas. A<br />

estimativa da produtivida<strong>de</strong> por meio <strong>de</strong>stes mo<strong>de</strong>los leva a um grau <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> maior se é testado em<br />

escala regional. Este estudo mostra a avaliação <strong>de</strong> um coeficiente do sistema PrevYo para estimativa <strong>de</strong><br />

produtivida<strong>de</strong> da cultura da soja na região <strong>de</strong> Formosa, GO. Os resultados obtidos pelo sistema foram<br />

confrontados com os valores médios disponibilizados por órgãos oficiais e comparados com os valores <strong>de</strong><br />

produtivida<strong>de</strong> real obtidos em campo. O coeficiente testado foi o Uso Eficiente da Radiação Solar (RUE),<br />

com valor <strong>de</strong> 1,63. Os resultados mostram que esse valor foi o que possibilitou o resultado mais próximo <strong>de</strong><br />

produtivida<strong>de</strong> comparando-se à média dos valores divulgada pelos órgãos oficiais. Entretanto, para o valor<br />

<strong>de</strong> RUE <strong>de</strong> 1,63 não foi o que permitiu semelhança <strong>de</strong> resultados com o experimento em campo. Por esta<br />

razão, necessita ser melhor avaliado em safras futuras.<br />

ABSTRACT – The agrometheorologicals mo<strong>de</strong>ls allow with antece<strong>de</strong>nce the quantitative knowledge of the<br />

climatic conditions about the growth and the crop's productions. The estimate of the productivity through<br />

this mo<strong>de</strong>ls bring to a larger gra<strong>de</strong> of accuracy if is tested at regional scale. Available by National<br />

Meteorology Institute, the PrevYo system value the culture's potential productivity utilizing climactic<br />

parameters of temperature, solar radiation and evapotranspiration. This work shows the evaluation of a<br />

coefficient of the PrevYo system for estimate of productivity soybean's crop in the Formosa, GO region. The<br />

results found by the system were confronted with the average values available by officials institutions and<br />

compared with the values of the real productivity obtained at the field. The coefficient tested was the solar<br />

Radiation Use Efficient (RUE), with the value of 1,63. the results show that this value was what allowed the<br />

result nearest of productivity when compared with the average values divulged by officials institutions.<br />

However, for the value RUE's 1,63 wasn't what allowed similarity of results whit the experiment in field. For<br />

this reason, it require be better measurement in next crops.<br />

Palavras-Chave:Uso Eficiente da Radiação, produtivida<strong>de</strong>, soja.<br />

Introdução<br />

A economia brasileira, nos últimos anos tem se tornado cada vez mais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da ativida<strong>de</strong><br />

agrícola. Segundo LAZINSKI (1993), os mo<strong>de</strong>los agrometeorológicos e a interpretação <strong>de</strong> dados climáticos<br />

relacionados com o crescimento, <strong>de</strong>senvolvimento e produtivida<strong>de</strong> das culturas fornecem informações que<br />

permitem ao setor agrícola tomar importantes <strong>de</strong>cisões, tais como: racionalida<strong>de</strong> na utilização do solo,<br />

adaptação <strong>de</strong> culturas, monitoramento e previsão <strong>de</strong> safras, controle <strong>de</strong> pragas e doenças, estratégia <strong>de</strong><br />

pesquisa e planejamento. Contudo, a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão no sistema agrícola brasileiro vem sendo feita <strong>de</strong><br />

forma empírica. Na busca por ferramentas e métodos efetivos que ofereçam aos envolvidos no sistema <strong>de</strong><br />

produção agrícola um auxílio à tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, tem-se observado um crescente aumento na utilização <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> simulação.<br />

A produtivida<strong>de</strong> potencial ou o rendimento máximo <strong>de</strong> uma cultura (Yp) é <strong>de</strong>terminado principalmente<br />

pelas características genéticas, sendo obtido por uma varieda<strong>de</strong> altamente produtiva e bem adaptada ao<br />

respectivo ambiente <strong>de</strong> crescimento em condições que não haja limitação dos fatores água, nutrientes, pragas<br />

e doenças, durante todo o ciclo até a maturação. Ainda segundo o autor, o rendimento máximo <strong>de</strong> uma<br />

cultura em uma região <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> diretamente das condições climáticas. Apesar disso, a Yp po<strong>de</strong> ser calculada<br />

1<br />

Eng o Agr o , M.Sc, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Agronomia e Medicina Veterinária – UnB. Brasília, DF.<br />

gdangiolella@yahoo.com.br<br />

2<br />

Geógrafa, Dra., Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Agronomia e Medicina Veterinária - UnB, Brasília, DF. vdias@unb.br.<br />

3<br />

Eng o Agr o , Dr., IBAMA. Brasília, DF.:e<strong>de</strong>mar.corazza@brturbo.com<br />

1


com boa confiabilida<strong>de</strong> para diferentes condições climáticas através <strong>de</strong> relações que expressam a eficiência<br />

da cultura em converter energia solar em produção <strong>de</strong> matéria seca e, finalmente em produção<br />

comercializável.<br />

A produção <strong>de</strong> matéria seca <strong>de</strong> uma cultura po<strong>de</strong> ser expressa como o produto <strong>de</strong> três termos: o recurso<br />

disponível no solo, eficiência <strong>de</strong> captura e a eficiência <strong>de</strong> utilização do recurso. A partir disto é possível<br />

<strong>de</strong>terminar a relação entre a produção <strong>de</strong> biomassa e radiação interceptada. Este simples mo<strong>de</strong>lo, <strong>de</strong> Uso<br />

Eficiente da Radiação (RUE), <strong>de</strong>terminado por MONTEITH em 1977 e citado por (WHEELER et al., 1993;<br />

CONFALONE, 1999), tem sido amplamente utilizado para prever a produtivida<strong>de</strong> dos cultivos,<br />

consi<strong>de</strong>rando a matéria seca total ou consi<strong>de</strong>rando o crescimento em condições hídricas limitantes.<br />

Este trabalho objetiva avaliar um coeficiente para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estimativa <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong><br />

disponibilizado pelo Instituto Nacional <strong>de</strong> <strong>Meteorologia</strong> – INMET, para a cultura da soja (Glycine max L.),<br />

na região <strong>de</strong> Formosa, GO a partir do confronto das informações empíricas com os resultados obtidos em<br />

campo.<br />

Materiais e Métodos<br />

Este trabalho foi <strong>de</strong>senvolvido na região <strong>de</strong> Formosa, GO. A etapa inicial consistiu na utilização do<br />

mo<strong>de</strong>lo agrometeorológico <strong>de</strong> estimativa da produtivida<strong>de</strong> potencial dos cultivos – PrevYo, utilizado pelo<br />

INMET, buscando a<strong>de</strong>quar os resultados estimados a valores <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> divulgados pelos órgãos<br />

oficiais. O sistema contempla coeficientes agronômicos médios para a cultura da soja, <strong>de</strong> forma a tornar-se<br />

aplicável para todo o Território Nacional, o que implica na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliação e ajuste <strong>de</strong>vido às<br />

particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada região produtora.<br />

A produtivida<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> referência ou máxima produtivida<strong>de</strong> da cultura da soja adotada para o<br />

município <strong>de</strong> Formosa foi estabelecida a partir do valor máximo <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> divulgado pelo IBGE e<br />

pela CONAB para o período <strong>de</strong> 1999 a 2002, conforme apresentado na Tabela 1.<br />

Tabela 1. Produtivida<strong>de</strong> média da soja em Formosa, segundo o IBGE e a CONAB.<br />

Fontes/Produtivida<strong>de</strong><br />

Ano <strong>de</strong> plantio<br />

1999 2000 2001 2002 Média<br />

IBGE (T/ha) 2,561 2,745 2,633 2,841 2,695<br />

CONAB (T/ha) 2,580 2,800 2,700 2,850 2,733<br />

Média IBGE x CONAB 2,571 2,773 2,667 2,845 2,714<br />

A partir <strong>de</strong>ssa informação, foram efetuadas simulações com coeficientes do Uso Eficiente da Radiação<br />

– RUE, com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar um coeficiente com resultados próximos à média dos valores<br />

apresentados na tabela 1, uma vez que o sistema apresentou resultados discrepantes.<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estimativa da produtivida<strong>de</strong> potencial é dividido nos módulos <strong>de</strong> fotossíntese, área foliar,<br />

respiração <strong>de</strong> manutenção e <strong>de</strong> crescimento e partição <strong>de</strong> matéria seca, consi<strong>de</strong>rando como variável principal<br />

a biomassa (mt):<br />

dmt<br />

= E<br />

g<br />

( Pg<br />

− Rm)<br />

Eq. 1<br />

dt<br />

−1<br />

Em que: E g = Eficiência <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> carboidrato em biomassa ( g . g ) ; P g = Taxa <strong>de</strong><br />

2


2 −1<br />

fotossíntese bruta ( . m − 2 −1<br />

g . d ) ; Rm = taxa <strong>de</strong> respiração <strong>de</strong> manutenção ( g . m − . d ) ;<br />

O ciclo médio das culturas, para a região foi obtido utilizando-se o somatório <strong>de</strong> Graus-Dia (∑GD).<br />

Para tal foram consi<strong>de</strong>radas a Temperatura Basal da cultura (Tbase), temperatura média da região e o número<br />

<strong>de</strong> Graus-dia necessário para a cultura atingir a floração e a maturação.<br />

Uma vez estabelecido o valor do coeficiente do uso eficiente da radiação – RUE, tendo como<br />

referência as informações do IBGE e CONAB, foi efetuado o cálculo da produtivida<strong>de</strong> potencial da soja para<br />

a região <strong>de</strong> Formosa a partir dos dados médios históricos e para a safra corrente (2004/2005), <strong>de</strong> forma a<br />

simular o resultado <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> a ser comparado com as informações <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> obtida em<br />

campo em uma área com cerca <strong>de</strong> 375 ha, predominando o solo classificado como Latossolo Vermelho-<br />

Amarelo e relevo suavemente ondulado, sendo conduzida <strong>de</strong>ntro do sistema <strong>de</strong> produção para produção <strong>de</strong><br />

semente, sendo realizadas ativida<strong>de</strong>s padrão <strong>de</strong> manejo iniciando com a <strong>de</strong>ssecação da área antes do plantio.<br />

Foram adotadas datas <strong>de</strong> plantio, conforme o que foi estabelecido pelo zoneamento agroclimático do<br />

Ministério da Agricultura e Pecuária – MAPA, para os três <strong>de</strong>cêndios dos meses <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2004.<br />

Os dados climáticos obtidos através da estação meteorológica <strong>de</strong> Formosa possibilitaram calcular a<br />

disponibilida<strong>de</strong> hídrica da cultura durante todo o ciclo, <strong>de</strong>terminando os períodos em que houve penalização<br />

e conseqüentemente, redução da produtivida<strong>de</strong>.<br />

A semeadura foi realizada no período <strong>de</strong> 19 a 24/11/2004 sob o sistema <strong>de</strong> plantio direto na proporção<br />

<strong>de</strong> 350.000 sementes por hectare da cultivar 98C21 da Pioneer®. Os dados <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> do talhão foram<br />

obtidos no momento da colheita realizada <strong>de</strong> 02 a 10/04/2005, por meio <strong>de</strong> colhedora equipada com sistema<br />

<strong>de</strong> posicionamento global (GPS) e monitor <strong>de</strong> rendimento <strong>de</strong> grãos.<br />

Resultados e Discussão<br />

A partir dos resultados provenientes do software PrevYo, que utiliza os coeficientes apresentados na<br />

Tabela 2, a produtivida<strong>de</strong> potencial estimada da soja foi <strong>de</strong> 3.337kg/ha, para a condição climática média <strong>de</strong><br />

30 anos na região estudada.<br />

Tabela 2. Coeficientes relativos à produtivida<strong>de</strong> potencial da soja.<br />

Parâmetro Default do sistema Coeficiente utilizado<br />

Temperatura basal (Tb) 10 10<br />

Coef. De extinção (Kext) 0,7 0,7<br />

Índice <strong>de</strong> área foliar inicial (IAFo) 0,01 0,01<br />

Taxa <strong>de</strong> crescimento relativo (Rm) 0,12 0,12<br />

Índice <strong>de</strong> colheita (Ky) 0,35 0,35<br />

Uso eficiente da radiação (RUE) 2,00 1,63<br />

Graus-Dias 1760 1760<br />

Tal informação apresentou um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>svio do valor máximo da produtivida<strong>de</strong> dos órgãos oficiais, o<br />

que obrigou a realização <strong>de</strong> simulações utilizando diferentes coeficientes. Como a Yp expressa o potencial<br />

produtivo da cultura a partir das condições climáticas favoráveis, sem limitação por nutriente e<br />

disponibilida<strong>de</strong> hídrica, estes chegam a representar cerca <strong>de</strong> 60% da Yr obtida (Tabelas 3 e 4).<br />

Os resultados do ano <strong>de</strong> 2001 não foram levados em consi<strong>de</strong>ração na presente análise por<br />

apresentarem muitas lacunas nos dados meteorológicos resultando em valores extremamente elevados na<br />

3


estimativa da produtivida<strong>de</strong> em função do sistema levar em consi<strong>de</strong>ração dados médios para os dados<br />

ausentes <strong>de</strong> forma a não viabilizar a simulação para o ano.<br />

Tabela 3. Valores da Yp e Yr estimada a partir <strong>de</strong> diferentes coeficientes <strong>de</strong> RUE.<br />

Ano <strong>de</strong> plantio<br />

Coeficientes RUE 1999 2000 2001 2002 Média<br />

Yp Yr Yp Yr Yp Yr Yp Yr Yp Yr<br />

IBGE (T/ha) - - 2,561 - 2,745 - 2,633 - 2,841 - 2,695<br />

CONAB (T/ha) - - 2,580 - 2,800 - 2,700 - 2,850 - 2,733<br />

IBGExCONAB - - 2,571 - 2,773 - 2,667 - 2,845 - 2,714<br />

Sistema (T/ha) 2,00 5,786 3,471 5,868 3,521 10,537 6,322 5,032 3,019 6,806 3,337<br />

Confalone 97 (T/ha) 1,73 5,005 3,003 5,076 3,045 9,141 5,484 4,353 2,612 5,893 2,887<br />

Confalone 99 (T/ha) 1,78 5,149 3,089 5,222 3,133 9,705 5,823 4,479 2,687 6,139 2,970<br />

Oliveira 04 (T/ha) 1,63 4,768 2,861 4,793 2,876 8,398 5,039 4,086 2,451 5,511 2,729<br />

Apesar da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados meteorológicos para estimar a produtivida<strong>de</strong> potencial para o ano<br />

<strong>de</strong> 2003, o IBGE não divulgou os números oficiais, impossibilitando a avaliação dos <strong>de</strong>svios. Por esse<br />

motivo o ano <strong>de</strong> 2003 também não foi utilizado nessa análise.<br />

O coeficiente que apresentou o melhor ajuste em relação aos valores médios divulgados pelo IBGE e<br />

CONAB foi 1,63 (Tabela 2), obtido mediante simulações dos resultados, sendo estabelecido como o valor a<br />

ser empregado para a estimativa da produtivida<strong>de</strong> potencial para a região <strong>de</strong> Formosa, Goiás.<br />

Figura 1. Estimativa <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> da soja a para cada <strong>de</strong>cêndio <strong>de</strong> plantio do mês <strong>de</strong> novembro.<br />

Uma vez estabelecido o valor do coeficiente do uso eficiente da radiação – RUE foram efetuadas<br />

simulações para a <strong>de</strong>terminação do melhor <strong>de</strong>cêndio para realização do plantio <strong>de</strong>ntro do mês <strong>de</strong> novembro<br />

para os anos <strong>de</strong> 1999 a 2003, conforme <strong>de</strong>monstrado na Figura 1.<br />

O coeficiente utilizado e, que está <strong>de</strong> acordo com a literatura resultou em uma média <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> 2.729 kg/ha. Confrontando com a média histórica para a localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Formosa, po<strong>de</strong>mos perceber que o<br />

valor foi bem próximo ao obtido através da média IBGE vs. CONAB que foi <strong>de</strong> 2.714kg/ha, o que<br />

correspon<strong>de</strong> a um percentual <strong>de</strong> 0,22% acima da média. O coeficiente RUE <strong>de</strong> 1,63 apresentou um resultado<br />

subestimado ao encontrado no experimento em campo que foi <strong>de</strong> 3.240 kg/ha, sendo 19,11% superior ao<br />

simulado.<br />

A precipitação pluviométrica po<strong>de</strong> ter sido um fator limitante para a produção da soja neste ciclo<br />

vegetativo, pois, a fase em que houve déficit hídrico coincidiu com a época em que a soja estava no período<br />

<strong>de</strong> enchimento das vagens, estágio R 5.3, conforme apresentado nas Figura 2 e 3. Nesse período, toda e<br />

qualquer limitação hídrica afeta o peso final dos frutos, refletindo diretamente na produtivida<strong>de</strong> final da<br />

lavoura. Percebe-se também que na fase vegetativa houve um curto período sem chuva, no entanto, a fase <strong>de</strong><br />

floração não teve ausência <strong>de</strong> água no período consi<strong>de</strong>rado, garantindo bom índice <strong>de</strong> fecundação.<br />

4


120,0<br />

Precipitação pluviométrica<br />

100,0<br />

80,0<br />

mm<br />

60,0<br />

40,0<br />

R 5.3<br />

20,0<br />

0,0<br />

2/11/2004<br />

9/11/2004<br />

16/11/2004<br />

23/11/2004<br />

30/11/2004<br />

7/12/2004<br />

14/12/2004<br />

21/12/2004<br />

28/12/2004<br />

4/1/2005<br />

11/1/2005<br />

18/1/2005<br />

25/1/2005<br />

1/2/2005<br />

8/2/2005<br />

15/2/2005<br />

22/2/2005<br />

1/3/2005<br />

8/3/2005<br />

15/3/2005<br />

22/3/2005<br />

29/3/2005<br />

5/4/2005<br />

12/4/2005<br />

19/4/2005<br />

26/4/2005<br />

3/5/2005<br />

Figura 2 Precipitação pluviométrica no período da safra 2004/2005 para a região <strong>de</strong> Formosa.<br />

A Figura 3 permite observar que o período crítico <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água no solo foi entre os dias<br />

12 e 21 <strong>de</strong> fevereiro. Entretanto, esse não foi o período <strong>de</strong> menor precipitação como mostra a Figura 2,<br />

porém esta fase também necessitou <strong>de</strong> muita água para enchimento dos grãos, resultando assim, nessa maior<br />

necessida<strong>de</strong> hídrica.<br />

R 5.3<br />

Figura 3. Variação da disponibilida<strong>de</strong> hídrica do solo.<br />

A Figura 3 <strong>de</strong>monstra que nesse período existe umida<strong>de</strong> no solo suficiente para a cultura se<br />

<strong>de</strong>senvolver. Porém, à medida que a cultura se <strong>de</strong>senvolve, maior índice <strong>de</strong> área foliar - IAF ela tem e com<br />

isso cresce a sua necessida<strong>de</strong> por água, tanto para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda atmosférica, quanto para se suprir e<br />

realizar seu metabolismo (absorção <strong>de</strong> nutrientes, realização <strong>de</strong> fotossíntese, etc.).<br />

O maior valor obtido foi o da produtivida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> campo da região <strong>de</strong> Formosa com 3.240,0kg/ha<br />

conforme Figura 4, apresentando um <strong>de</strong>svio positivo <strong>de</strong> 11,5% em relação à fonte CONAB 2004/2005, ou 54<br />

sacas <strong>de</strong> soja por hectare. O que po<strong>de</strong> ser atribuído à varieda<strong>de</strong> cultivada.<br />

A Figura 5 apresenta os valores da produtivida<strong>de</strong> total obtidas por cada uma das fontes relacionadas no<br />

estudo, indicando que as estimativas obtidas pelo sistema PrevYo do INMET para o período atual (PrevYo<br />

atual e RUE ajustado), subestimaram os valores <strong>de</strong> referência da CONAB, em 10,9% e 6,1%<br />

respectivamente. Tais <strong>de</strong>svios negativos resultariam em uma produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 43 e 45 sacas <strong>de</strong> soja por<br />

hectare, enquanto que a produtivida<strong>de</strong> média para o estado <strong>de</strong> Goiás divulgado pela CONAB é <strong>de</strong> 48<br />

sacas/ha.<br />

5


3500,0<br />

3240,0<br />

15,0<br />

3000,0<br />

2906,0<br />

2958,3<br />

2729,0<br />

10,0<br />

11,5<br />

2587,8<br />

2500,0<br />

5,0<br />

2000,0<br />

1,8<br />

1500,0<br />

Desvio %<br />

0,0<br />

1000,0<br />

-5,0<br />

-6,1<br />

500,0<br />

-10,0<br />

-10,9<br />

0,0<br />

CONAB Pr evYo Atual Pr evYo<br />

Hi stór i co<br />

Yr Campo<br />

RUE Aj ustado<br />

Figura 4. Valores da produtivida<strong>de</strong> da soja para a safra<br />

2004/2005.<br />

-15,0<br />

PrevYo Atual PrevYo Histórico Yr Campo RUE Ajustado<br />

Figura 5. Desvios da produtivida<strong>de</strong> estimada para a safra<br />

2004/2005.<br />

A estimativa obtida pelo PrevYo para o período histórico apresentou um ligeira superestimativa do<br />

resultado <strong>de</strong> referência em 1,8%, <strong>de</strong>vido às oscilações climáticas encontradas nos dados médios históricos.<br />

Conclusão<br />

• O coeficiente do RUE atualmente utilizado pelo INMET apresenta <strong>de</strong>svios negativos da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10%<br />

em relação à média <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiás;<br />

• O ajuste efetuado no RUE para 1,63 necessita ser avaliado em safras futuras, <strong>de</strong>vido às variações<br />

climáticas anuais;<br />

Referência Bibliográfica<br />

CONFALONE, A.; NAVARRO D.;M; CAÑIBANO, A.; SASTRE, P. Influência do déficit hídrico sobre a eficiência<br />

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Setembro. 2004. Disponível em < http://www.ibge.gov.br/ ><br />

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http://reia.inmet.gov.br/agrometeorologia/ > Acesso em 24.09.2004.<br />

LAZINSKI, L. R. Variabilida<strong>de</strong> da utilização do mo<strong>de</strong>lo Soygro para a Região <strong>de</strong> Londrina, PR. Piracicaba, SP.<br />

1993. 86. Dissertação (mestrado) – Escola Superior <strong>de</strong> Agricultura “Luiz <strong>de</strong> Queiroz”, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

WHEELER, T. R.; HADLEY, P.; ELLIS, R. H.; MORISON, J. Changes in growth and radiation use by lettuce<br />

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