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Novos desenvolvimentos e aplicações em embalagens de alimentos

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INTRODUÇÃO<br />

<strong>Novos</strong> <strong><strong>de</strong>senvolvimentos</strong> e <strong>aplicações</strong> <strong>em</strong> <strong>em</strong>balagens <strong>de</strong> <strong>alimentos</strong><br />

As <strong>em</strong>balagens <strong>de</strong> <strong>alimentos</strong> são estratégias importantes<br />

que pod<strong>em</strong> ser <strong>de</strong>cisivas como vantag<strong>em</strong> competitiva<br />

na indústria <strong>de</strong> <strong>alimentos</strong>. Portanto, há constante <strong>de</strong>safio<br />

visando aten<strong>de</strong>r às exigências dos consumidores, fornecendo<br />

<strong>em</strong>balagens mo<strong>de</strong>rnas, práticas, que preserv<strong>em</strong> os<br />

<strong>alimentos</strong> e sejam viáveis ambiental e economicamente.<br />

Embora as <strong>em</strong>balagens tradicionais tenham contribuído<br />

grand<strong>em</strong>ente com os primeiros <strong><strong>de</strong>senvolvimentos</strong> do<br />

sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> <strong>alimentos</strong>, elas não são suficientes<br />

para aten<strong>de</strong>r às novas exigências dos consumidores<br />

por produtos mais próximos ao natural, contendo menos<br />

conservantes e que sejam seguros. Além disso, há a<br />

preocupação recente com a utilização <strong>de</strong> <strong>alimentos</strong> como<br />

veículo para o bioterrorismo (Yam et al., 2005). Nesse sentido,<br />

atualmente novas tecnologias <strong>de</strong> <strong>em</strong>balagens vêm<br />

sendo <strong>de</strong>senvolvidas <strong>em</strong> resposta a essa d<strong>em</strong>anda<br />

(Dainelli et al., 2008).<br />

Várias <strong>de</strong>nominações para as inovações <strong>em</strong> <strong>em</strong>balagens<br />

pod<strong>em</strong> ser encontradas na literatura. Entretanto,<br />

merec<strong>em</strong> <strong>de</strong>staque as <strong>em</strong>balagens ativas e inteligentes.<br />

De acordo com Soares (1998), <strong>em</strong>balagens ativas são<br />

aquelas que interag<strong>em</strong> <strong>de</strong> maneira intencional com o alimento,<br />

visando melhorar algumas <strong>de</strong> suas características.<br />

Enquanto as <strong>em</strong>balagens inteligentes pod<strong>em</strong> ser<br />

<strong>de</strong>finidas como aquelas que monitoram as condições do<br />

alimento acondicionado ou do ambiente externo à <strong>em</strong>balag<strong>em</strong>,<br />

comunicando-se com o consumidor (Han et al.,<br />

2005; Yam et al., 2005).<br />

O objetivo da presente revisão é discutir sobre os <strong><strong>de</strong>senvolvimentos</strong><br />

recentes na área <strong>de</strong> <strong>em</strong>balagens <strong>de</strong> <strong>alimentos</strong>.<br />

O artigo enfatizará os diferentes tipos <strong>de</strong> <strong>em</strong>balagens<br />

ativas e inteligentes.<br />

EMBALAGENS ATIVAS<br />

As <strong>em</strong>balagens ativas têm várias funções adicionais<br />

<strong>em</strong> relação às <strong>em</strong>balagens passivas, que são limitadas a<br />

proteger os <strong>alimentos</strong> <strong>de</strong> condições externas. As <strong>em</strong>balagens<br />

ativas alteram as condições do produto, aumentando<br />

sua vida <strong>de</strong> prateleira, segurança e qualida<strong>de</strong> e, ou melhorando<br />

suas características sensoriais (Vermeiren et al., 2002).<br />

Nos EUA, no Japão e na Austrália, o conceito <strong>de</strong> <strong>em</strong>balagens<br />

ativas está sendo aplicado com sucesso. Na<br />

Europa, o <strong>de</strong>senvolvimento e a aplicação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong><br />

<strong>em</strong>balag<strong>em</strong> são ainda limitados, <strong>de</strong>vido às restrições <strong>de</strong><br />

legislação, resistência do consumidor, necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

conhecimento sobre a efetivida<strong>de</strong> aos impactos econômico<br />

e ambiental (Vermeiren et al., 1999). No Brasil, o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

envolvendo <strong>em</strong>balagens ativas ainda está <strong>em</strong><br />

nível laboratorial. O laboratório <strong>de</strong> <strong>em</strong>balagens da UFV<br />

v<strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvendo vários projetos <strong>de</strong> pesquisa nas referidas<br />

áreas.<br />

56(4): 370-378, 2009 r e v i s t a Ceres<br />

371<br />

Alguns sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> <strong>em</strong>balagens ativas já foram <strong>de</strong>senvolvidos<br />

e encontram aplicação <strong>em</strong> produtos disponíveis<br />

no mercado. As principais técnicas <strong>em</strong> <strong>em</strong>balagens<br />

ativas diz<strong>em</strong> respeito a substâncias que absorv<strong>em</strong> oxigênio,<br />

etileno, umida<strong>de</strong> e odor, e aquelas que <strong>em</strong>it<strong>em</strong> dióxido<br />

<strong>de</strong> carbono, agentes antimicrobianos, antioxidantes e aromas<br />

(Vermeiren et al., 1999). Essas técnicas consist<strong>em</strong> na<br />

incorporação e, ou imobilização <strong>de</strong> certos aditivos à <strong>em</strong>balag<strong>em</strong><br />

<strong>em</strong> vez da incorporação direta no produto (Kerry<br />

et al., 2006).<br />

EMBALAGENS ANTIMICROBIANAS<br />

A crescente preocupação com a qualida<strong>de</strong> microbiológica<br />

dos <strong>alimentos</strong> t<strong>em</strong> aumentado o interesse pelos filmes<br />

antimicrobianos. A <strong>em</strong>balag<strong>em</strong> antimicrobiana é um<br />

tipo promissor <strong>de</strong> <strong>em</strong>balag<strong>em</strong> ativa que apresenta substância<br />

antimicrobiana incorporada e, ou imobilizada no<br />

material da <strong>em</strong>balag<strong>em</strong> e é capaz <strong>de</strong> eliminar ou inibir microrganismos<br />

<strong>de</strong>terioradores e, ou patogênicos. O princípio<br />

básico <strong>de</strong> atuação <strong>de</strong>ssa <strong>em</strong>balag<strong>em</strong> é a adição <strong>de</strong><br />

uma barreira extra (microbiológica) às barreiras físicas (oxigênio<br />

e umida<strong>de</strong>) (Han, 2003).<br />

Os agentes antimicrobianos pod<strong>em</strong> ser incorporados<br />

diretamente à matriz polimérica <strong>em</strong> rótulos, etiquetas ou<br />

estar contidos <strong>em</strong> sachês (Oliveira & Oliveira, 2004). Sua<br />

adição nos filmes poliméricos po<strong>de</strong> ser feita <strong>de</strong> duas maneiras:<br />

incorporação e imobilização. No primeiro caso, há<br />

liberação do agente antimicrobiano para o alimento, enquanto<br />

na imobilização o composto atua somente <strong>em</strong> nível<br />

<strong>de</strong> superfície (Han, 2005).<br />

O uso <strong>de</strong> <strong>em</strong>balagens contendo agentes antimicrobianos<br />

t<strong>em</strong> como vantag<strong>em</strong> a difusão <strong>de</strong>sses compostos da<br />

<strong>em</strong>balag<strong>em</strong> para a superfície do alimento <strong>de</strong> maneira controlada.<br />

Com isso, estão presentes <strong>em</strong> menores quantida<strong>de</strong>s,<br />

aten<strong>de</strong>ndo a uma d<strong>em</strong>anda atual do consumidor, que<br />

é a busca por <strong>alimentos</strong> livres <strong>de</strong> conservantes, e apenas<br />

on<strong>de</strong> sua presença é requerida, ou seja, especialmente na<br />

superfície do produto, on<strong>de</strong> a maior parte das <strong>de</strong>teriorações<br />

ocorre. Quando o antimicrobiano é liberado da <strong>em</strong>balag<strong>em</strong><br />

ao longo do t<strong>em</strong>po, a cinética <strong>de</strong> crescimento<br />

microbiano e a ativida<strong>de</strong> antimicrobiana na superfície do<br />

produto pod<strong>em</strong> ser equilibradas. Dessa forma, a ativida<strong>de</strong><br />

antimicrobiana da <strong>em</strong>balag<strong>em</strong> po<strong>de</strong> ser estendida, garantindo<br />

a segurança durante a distribuição dos <strong>alimentos</strong><br />

(Appendini & Hotchkiss, 1997; Quintavalla & Vicini, 2002,<br />

Oliveira & Oliveira, 2004).<br />

Outra vantag<strong>em</strong> dos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> <strong>em</strong>balagens ativas<br />

está relacionada ao fato <strong>de</strong> alguns agentes antimicrobianos<br />

adicionados ao alimento per<strong>de</strong>r parcialmente sua ativida<strong>de</strong>,<br />

<strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> da composição do produto e, portanto, <strong>de</strong><br />

seu efeito na superfície do alimento ser limitado. Dessa<br />

forma, a utilização <strong>de</strong> <strong>em</strong>balagens ativas po<strong>de</strong> assegurar

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