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definição claramente nominativa mas, quando quer erigir-se como
mundo ordenado, como cena de uma leitura que alude a uma determinada
narrativa e assim escapa a toda fixação.
Quanto à gestualidade, podemos falar de uma apelação ao
gesto controlado, a uma dinâmica linear que se faz mais radical e
extrema em suas expansões e alcances, mas cujo módulo, sua norma,
seu “número de ouro”, é sempre a equação menor, o signo minucioso,
às vezes alusivo como uma letra inventada. Dali, às tramas
mais expandidas e à confluência dos rizomas e rabiscos, há um único
movimento manual que vai do maior ao menor, de dentro para fora,
do micro ao macro e vice-versa.
Certas ferramentas técnicas da linguagem visual são correlatas
muito próximas da mão, e até dos dedos. Desenhar com uma
barra de grafite ou de carvão é quase sentir que se desenha com os
dedos. Isso contém efetivamente uma qualidade táctil, epidérmica,
muito afim à sensação de contato íntimo, como se a pele da mão e
dos dedos se unissem com a pele seca ou áspera do material e ambas
deslizem sobre a pele lisa e tensa do papel. No caso do lápis, por
exemplo, é muito útil não só estar atento aos traços propriamente,
como também ao rumor silencioso que sobe pelo corpo do lápis na
mão vindo do contato do lápis correndo ou movendo-se pelo papel,
como uma corrente que vai e vem, do papel ao lápis, do lápis à mão e
de volta. Eu sempre percebi meu desenho como uma escritura ilegível
como tal, construído com base na combinação de um alfabeto de
signos que são como letras de uma língua impossível; e o fio fino que
faz com que a mera visualidade prove as roupagens da legibilidade
e que esta, por sua vez, se dissolva na mera articulação óptica sem
perder de todo sua identidade representativa. Nesse sentido, podemos
dizer que textualidade pode ser entendida de duas maneiras:
s/t - 2009
técnica mista
sobre tela
160 x 120 cm
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