O Semanário - Semanário de Jacareí

2 Edição 978 - Jacareí (SP), 4 de maio de 2012
Opinião
Maio
1º – 1916 – O “Club Democrata
1º de Maio” comemora
esta data, por iniciativa do Clube,
tendo proferido uma conferência
o Prof. João Feliciano Ferreira da
Silva. Uma passeata é realizada
passando pelas ruas da cidade,
precedida pela banda musical
“Lyra do Norte”.
2 – 1881 – A Câmara oficia
ao Presidente da Província o Senador
Floriano Carlos de Abreu
e Silva, cumprimentando-o pela
posse no cargo.
Um escritor de 13 anos
Sempre me comovem as
criaturas humanas e seus exercícios
de viver; estou escrevendo
isso porque fazer esta crônica
semanal aqui , neste jornal,
tem me colocado frente a frente
com pessoas que me procuram,
telefonam, mandam e-mails e
me enviam palavras, abraços,
incentivos.
Mas neste último domingo,
recebi em minha casa para
um chá, uma conversa na biblioteca,
um rapazinho de 13
anos, sua avó e sua mãe. Veio
me trazer 3 livros publicados ,
noticiou-me que está acabando
já o quarto e está no nono ano.
Gosta de ler e também gosta de
desenhar.
Viu na parede da biblioteca
os quadros do Elton Brasil e
se pôs a olhar cada um deles;
parece ter descoberto, antes
que eu lhe falasse, que cada um
deles é uma narrativa diferente;
então, eu que sempre tenho um
ou dois para oferecer aos que
vêm aqui e se encantam, deilhe
um. Ficou olhando aqueles
acontecimentos ali retratados,
cores, sei que gostou.
O garoto se chama Leonardo
Loteamentos
O loteamento é uma forma
de parcelamento do solo urbano,
mediante subdivisão da
gleba em lotes destinados à
edificação, com abertura de
novas vias de circulação, de
logradouros públicos ou prolongamento,
modificação ou
ampliação das ruas e avenidas
já existentes.
Para ser considerado um
lote, o terreno deverá ser servido
de infraestrutura básica e
ter dimensões que atendam as
medidas urbanísticas mínimas
definidas no plano diretor municipal.
A infraestrutura básica do
loteamento é constituída pelos
equipamentos urbanos de escoamento
das águas pluviais, iluminação
pública, esgotamento
sanitário, abastecimento de
água potável, fornecimento de
energia elétrica pública e domiciliar
e vias de circulação.
3 – 1881 – O coronel Licínio
Lopes Chaves (Barão de Jacareí),
presidente da Câmara Municipal,
atesta que o Dr. Lúcio Malta esteve
no exercício do cargo de
Juiz Municipal e Órfãos deste
termo, durante o mês de abril.
Atesta também que o Cônego
José Bento de Andrade, Vigário
Calado desta Paróquia tem residido
e cumprido seus deveres paroquiais,
desde o dia 10 de fevereiro
até o dia 31 de março deste
ano, e tem celebrado as Missas
Paroquiais na própria Matriz.
8 – 1919 – Em sessão extraordinária
presidida por Roberto
Martins, é lida a indicação do
vereador Antônio Jordão Mercadante
que “autoriza o prefeito
municipal a entender-se com o
presidente do Diretório desta
cidade para, em conjunto, combinarem
com a atual direção política
da cidade de Santa Branca,
os meios de se unir esta, àquela
cidade, por meio de uma boa estrada
de rodagem, que se preste
para automóveis, aproveitandose
para isso, a atual estrada que
desta cidade vai à Colônia, ou
outro qualquer traçado que se
reputar conveniente para o fim
desejado.” A indicação entra na
Ordem do Dia é é aprovada.
O regime legal dos loteamentos
está definido na Lei Federal
nº 6.766/79, também conhecida
como Lei de Loteamentos.
A par de suas exigências mínimas,
a legislação municipal
pode definir outras, mas não
pode dispensar ou ficar aquém
daquelas.
A legislação federal peca no
que tange à questão sanitária e
deveria ser atualizada às exigências
ambientais do novo
milênio. Em vez de prever o
simples esgotamento (evitar
que o esgoto corra a céu aberto),
deveria determinar a coleta
e o tratamento do esgoto.
Em 1999, a Lei de Loteamentos
foi modificada para
abrandar as exigências de infraestrutura
nos empreendimentos
destinados à população
de baixa renda. A medida legislativa
objetivou a legalização
de loteamentos clandestinos ou
irregulares, empreendidos em
desobediência às normas aqui
13 – 1869 – A Câmara indo ao
lugar – Travessa do Cassununga
– marcou o novo arruamento da
dita travessa do Cassununga do
último esteio da Casa de Francisco
Luiz de Siqueira, em linha
reta até o canto de taipa de Manoel
José Rodrigues, tirando-se
a largura da rua do dito esteio,
para trazer no canto do mesmo
Rodrigues.
15 – 1928 – As Comissões 4ª
e 5ª, formadas pelos vereadores
Joaquim Alves de Moraes Salles,
João Abílio da Costa e Germano
de Vasconcellos apresentam um
projeto de lei alterando os limites
urbanos da cidade no seguinte
trecho: “O perímetro urbano da
cidade na Estrada de Rodagem
São Paulo-Rio no Bairro de Santa
Cecília terá os seguintes limites:
- Parte do Pontilhão onde termina
a Rua General Carneiro, circunscrevendo
todos os terrenos
de lado a lado da Estrada de Rodagem
até o Caminho do Gado e,
por este à direita até sair na Rua
Barão de Jacareí e à esquerda até
encontrar o perímetro urbano no
Avareí, na antiga estrada de S.
José dos Campos, abrangendo
por este modo todas as Vilas em
formação.”
Grecco, veio com a avó Eliane
e a mãe Eloísa.
Tímido, fez dedicatórias nos
livros que já comecei a ler.
Fosse este um país sério, certamente
essas quase-crianças
poderosas já teriam sido descobertas,
publicadas e republicadas.
Depois que foram embora,
eu me sentei e li o primeiro até
a metade, num só fôlego: quem
não se encantaria com a história
de um menino que entra na casinha
do cachorro e caem ambos,
feito Alice no país das maravilhas,
no fundo falso que se abre
sobre um buraco?
Se aos treze anos eu escrevesse
tão bem quanto ele, certamente
hoje seria o segundo
prêmio Nobel em Literatura de
Língua Portuguesa... enquanto
conversávamos com a mãe e a
avó, a boca não disse palavra a
não ser quando perguntado, mas
os olhos lambiam as estantes ,
livros e quadros, fotografando
tudo. Depois que se foram,
fiquei chateada por não ter me
lembrado de tirar uma foto junto
com o autor, eu, a que sempre
se esquece de alguma coisa.
Lendo o livro que escreveu,
fiquei imaginando Leonardo e
seu ofício de escrever: imaginações;
mas quando comecei a ler
o segundo livro, a surpresa me
deixou absolutamente boquiaberta:
Era um romance sobre
a condição humana, a loucura.
Como um quase-menino pode
escrever aquilo que é pura observação
do mundo e das pessoas?
Aí me lembrei das tais crianças
blue, solidárias, alegres,
leves, compartilham com os outros
o que sabem e o que objetivam,
são felizes, de fácil convivência,
éticas sem que ninguém
precise explicar a elas nenhum
caminho. Leonardo deve ser
assim e sua humanidade gentil
transborda dos livros que escreveu.
Fiquei feliz com a visita. E
com os livros e suas dedicatórias.
Imaginei o futuro: tomara que
continue escrevendo, que tudo
dê certo e que ele seja um grande
escritor. Mas, sobretudo, um
grande ser humano.
• Esther Rosado é professora
de Literatura e Redação
e autora de material didático
para cursinho e Ensino Médio.
E-mail: estherosado@uol.
com.br
mencionadas.
Tais bairros foram tratados
como “zonas habitacionais
declaradas por lei como de interesse
social”. Para si, repetem-se
todos os requisitos de
infraestrutura, menos a constituição
de saneamento básico
e fornecimento de luz para as
residências, trocados por “soluções
para o esgotamento sanitário
e para a energia elétrica
domiciliar”.
Ou seja, para os pobres, fica
permitida a entrega de um produto
impróprio ou de qualidade
inferior, a famigerada “gambiarra”.
Ao invés de aprimorar
a situação atual, nivela-se por
baixo e institucionaliza-se o insatisfatório.
Lembra um pouco
a criação do sistema de cotas
raciais nas universidades públicas.
• José Luiz Bednarski é Promotor
de Justiça da Cidadania
e Consumidor
Saúde
Ainda estamos no Outono, mas o frio já começa
a atacar os mais frágeis. Entre eles estão
as crianças, que frequentemente apresentam
algum tipo de sintoma de uma “doença do
frio”.
Mal começaram a atacar e estes males já
causaram uma sobrecarga na Unidade de
Pronto Atendimento Infantil da cidade (veja
notícia na Página 6). O Sistema de Saúde na
cidade já começa a dar sinais de que a corda
vai estourar, ainda mais forte, no lado do mais
fraco novamente.
Repetição
Isto porque o frio repentino em Abril de
2011 já foi motivo de reclamação por parte
dos usuários da UPA, mas a fila e o número de
horas esperadas foi ainda menor. Além disso,
o problema da falta de atendimento se extendeu
nesta semana por diversos bairros, como o
Nova Esperança e o Parque Meia Lua
Calejado
Já é o 12º ano de um mesmo estilo de governar
que não teve peito para apresentar
uma solução criativa e fatal para o problema
Semanário
Ano 19 - Edição 978 - Jacareí (SP), 4 de maio de 2012
de Jacareí e Região
O jornal mais lido da cidade
Empresa Jornalística Jacareí Noticias Ltda.
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Jornalista: Tiago Valezi Veloso
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FILIADO À
E S P A Ç O A B E R T O
Os Caminhos da Política
O espaço “Carta do Leitor”
da próxima edição
será destinado a leitores
que queiram relatar experiências
e fatos que tenham
relação com sua mãe, ou
mesmo homenageá-las. O
Semanário escolherá uma
• ABRARJ
da Saúde, ou valorizar o profissional. O atual
prefeito, esperamos que incomodado com
a situação ou com a repercussão dos protestos
contra a administração da Saúde no município,
registrou seu pedido de socorro a Região
Metropolitana do Vale do Paraíba.
Gastos
Enquanto isto, em casa (é importante lembrar),
a prefeitura já gastou quase R$ 2 milhões
em publicidade e a obra de despoluição
do Turi já vai para mais de R$100 milhões.
Seja lá quem deu início a gastança, e explicações
técnicas a parte, o povo esperava mais.
Eleitoral
Não podemos esquecer, também, que é ano
eleitoral. O povo parece levantar a bandeira
do “troco” nas urnas pelas insatisfações e injustiças
do Poder Público, mas, nada é certo.
Embora o “mito PT” esteja perdendo forças
na cidade e no país, e a observação tende a
apontar para a saída de Hamilton do poder no
ano que vem, a campanha ainda não começou.
As eleições deste ano, em Jacareí, prometem
ser um “vale-tudo” como nunca se viu antes
por aqui.
O grande problema político do Brasil é o da
qualidade de seus homens; sem distinção de
gênero. Utilizo aqui a palavra homem, como
indicam os melhores gramáticos.
Vivemos hoje um período de estultice sem
precedentes. Discussões histéricas e que a nada
conduzem. O politicamente correto é inócuo,
porque o deficiente visual continua cego do
mesmo jeito. E, por falar em deficiente visual,
aqui em Jacareí acabaram com o SETA, que
era uma escola para orientá-los. Ninguém falou
nada. Os famosos defensores da verdade e
da sociedade sumiram.
Quando acabou o regime militar entramos
numa sociedade do vale tudo. Liberdade é sinônimo
de licenciosidade. Logo no começo
pretendiam começar a doutrinar as crianças já
no ensino fundamental, por meio das aulas de
História do Brasil. Como professor, participei
de uma reunião para esse fim em São José dos
Campos. O programa que desejavam implantar,
mas não conseguiram, era da corrente marxista.
Interessante como essa gente, na qual se
incluem políticos, escritores e jornalistas da
esquerda falam em democracia, como se fosse
esse o seu desejo e para o que lutaram.
A política foi dominada à princípio pelos
moderados, competentes e bem intencionados:
Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, Montoro,
Mario Covas, Fernando Henrique Cardoso.
A segunda leva, porém, não se mantém no
poder com a dignidade que o cargo merece. A
sucessão dos escândalos e as demissões comprovam.
Mas, volto ao ponto principal deste artigo –
a qualidade dos homens públicos de todas as
esferas políticas e poderes. Vejamos essa pequena
coleção de pérolas linguísticas.
Em Belo Horizonte o Ministério Público Federal
entrou com uma ação civil pública para
recolher o Dicionário “Houaiss” por que este
contém “expressões pejorativas e preconceituosas”
contra os ciganos. O que é um dicionário?
O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, já
decidiu a não obrigatoriedade do curso de jornalismo,
fundamentando que ninguém precisa
ser formado em jornalismo para escrever no
jornal. Realmente não precisa. Eu escrevo desde
jovem e não sou jornalista. Por isso mesmo
pergunto, o que isto tem a ver com liberdade
de opinião defendida. Agora, o Tribunal ignora
o “todos são iguais perante a lei”, e diz que
o regime de cotas é Constitucional. O Tribunal
discriminou, usando argumentos que exalam
racismo. E o que dizer do “casamento” entre
pessoas do mesmo sexo? Ninguém tem nada a
ver com preferências e união de pessoas que
se gostam. Mas casamento? Quando não decide
contra a Constituição e até quanto a própria
natureza, subvertendo o sentido das palavras
e as condições da natureza, o Tribunal legisla,
cobrindo a ausência do Senado e da Câmara
Federal. Juristas, advogados e professores de
Direito Constitucional como Ives Gandra, clamam
ao vento.
No dia 3 de abril último a Dilma, (desculpem-me
a intimidade), baixou um decreto já
publicado no Diário Oficial da União, cujo artigo
1º diz: “As instituições de ensino públicas
e privadas expedirão diplomas e certificados
com a flexão do gênero correspondente ao
sexo da pessoa diplomada, ao designar a profissão
e o grau obtido.”
Ruy Castro, articulista da “Folha”
(27/4/2012) comentou o decreto: “Pela novilíngua
da presidenta, o sindicalista Lula teria
sido um sindicalisto. Luiz Carlos Prestes, um
comunisto. Millor Fernandes, um humoristo...
Guimarães Rosa, um romancisto.”
Paro por aqui.
Benedicto Sergio Lencioni
Deficientes podem transferir título
de eleitor para sessões especiais
Tendo em vista o término
do prazo para alistamento
eleitoral, que vai até o dia 9
(quarta-feira), a Justiça Eleitoral
de Jacareí alerta aos
portadores de deficiência ou
mobilidade reduzida que, se
desejarem, podem transferir
seus títulos de eleitor para
as sessões especiais. As sessões
especiais ficam em uma
área adaptada em quase todas
as escolas onde ocorrem
votação, havendo apenas 4
unidades escolares sem o recurso.
Para a transferência do
título, é necessário que o
interessado comunique por
escrito ao Juiz Eleitoral suas
restrições e necessidades,
para que a Justiça Eleitoral
providencie meios e recursos
destinados a facilitar o exercício
do voto, como rampas,
fones de ouvido, assistência
especial e outras maneiras
de auxiliar o eleitor.
Uma carta para sua mãe
carta para publicar na próxima
edição. Quem quiser
concorrer à publicação de
sua carta deve enviá-la por
email no endereço eletrônico
contato@semanario.
com.br ou pelo correio para
o endereço: Rua Armando
A solicitação por escrito
deve ser entregue em um
dos cartórios eleitorais da
cidade. O Cartório da zona
396 fica na Rua Olímpio Catão,
499, centro. O Cartório
da zona 62 fica na Rua Waldemar
Berardinelli, 86, também
no centro. Lembrando
que tal procedimento deve
ser realizado somenteaté o
dia 9. Para mais informações
o telefone é (12) 3951-
7115.
Salles de Oliveira, 39, Jardim
Leonídea - Jacareí – SP.
CEP: 12327-080. A carta
deve ter, em média, o tamanho
referente a uma folha
A4 (no caso de ser digitada,
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