07.07.2015 Views

ESPÉCIES INVASORAS.pdf - UNIPAC Bom Despacho

ESPÉCIES INVASORAS.pdf - UNIPAC Bom Despacho

ESPÉCIES INVASORAS.pdf - UNIPAC Bom Despacho

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

de peixes demersais (Amaral & Migotto,<br />

1980; Amaral et al., 1994; Costa et al.<br />

2005). Além disso, o zoobentos tem papel<br />

fundamental na aeração e remobilização dos<br />

fundos marinhos, acelerando os processos<br />

de remineralização de nutrientes e<br />

conseqüentemente interferindo na produção<br />

primária e secundária (Lana et al., 1996).<br />

As comunidades bentônicas também têm<br />

sido utilizadas no monitoramento ambiental<br />

devido à natureza séssil e sedentária da<br />

maioria de seus membros que refletem<br />

as condições ambientais a que estão<br />

submetidas (Lana et al., 1996).<br />

Uma das principais características<br />

dos ecossistemas tropicais, entre os quais<br />

se inclui grande parte da costa brasileira,<br />

é a elevada diversidade de espécies<br />

associada a uma baixa biomassa de cada<br />

uma (Lana et al., 1996). No Brasil, a maioria<br />

dos grupos marinhos é pouco conhecida<br />

especialmente em profundidades superiores<br />

a 20 metros (Migotto & Tiago, 1999). O<br />

Programa REVIZEE (Avaliação do Potencial<br />

Sustentável de Recursos Vivos na Zona<br />

Econômica Exclusiva) desenvolvido entre<br />

1995 e 2006, teve como objetivo principal<br />

o estabelecimento de diretrizes para o uso<br />

destes recursos a partir do conhecimento<br />

biológico da nossa ZEE. O programa<br />

promoveu um dos maiores levantamentos<br />

da biodiversidade marinha no país, com<br />

registro de diversas novas ocorrências<br />

principalmente em regiões mais profundas<br />

da plataforma e do talude (Amaral et al.,<br />

2004; Lavrado, 2006).<br />

O conhecimento sobre o zoobentos<br />

da costa brasileira apresenta uma grande<br />

variação tanto em relação aos grupos<br />

zoológicos quanto às regiões estudadas<br />

sendo o maior número de espécies<br />

registrado nas regiões sul e sudeste do<br />

país ( Belúcio, 1999). A meiofauna foi o<br />

grupo mais estudado nas regiões nortenordeste<br />

e sudeste (Lana et al., 1996). O<br />

filo Mollusca é um dos mais inventariados<br />

na costa brasileira com uma extensa<br />

literatura disponível. Entre os crustáceos,<br />

destacam-se os decápodes, como o grupo<br />

melhor estudado na costa brasileira, sendo<br />

as regiões NE e SE as mais conhecidas em<br />

relação ao grupo. A maioria dos estudos<br />

de Polychaeta se concentra nos estados de<br />

São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, onde foi<br />

realizado um maior esforço de coleta e há<br />

um maior número de especialistas. Muitos<br />

filos bentônicos, embora abundantes,<br />

dispõem de poucos especialistas no Brasil<br />

com destaque para Porifera, Cnidaria,<br />

Bryozoa, Echinodermata e Urochordata.<br />

Reconhecidamente necessárias para<br />

a detecção e reconhecimento de espécies<br />

introduzidas, as análises biogeográficas<br />

da fauna atlântica brasileira como um<br />

todo praticamente inexistem ou são muito<br />

antigas (Lana et al., 1996). A construção<br />

de uma hipótese de introdução está<br />

diretamente relacionada à capacidade de<br />

se diferenciar um processo de expansão<br />

natural de um processo de introdução<br />

mediada pela atividade humana. Isto requer<br />

o conhecimento da biodiversidade da região<br />

doadora e da região receptora, assim como<br />

da biogeografia de espécies alvo e dos<br />

possíveis vetores de transporte. No Brasil, o<br />

escasso conhecimento das biotas regionais<br />

torna difícil o rastreamento das bioinvasões.<br />

Nesse sentido, a identificação correta das<br />

espécies é fundamental para uma avaliação<br />

objetiva do processo de introdução de<br />

espécies. Em muitos inventários, algumas<br />

espécies não são identificadas por inúmeras<br />

razões e, certamente, muitas espécies<br />

introduzidas podem estar entre elas.<br />

Uma das tarefas mais difíceis é a<br />

definição da origem das espécies, o que<br />

requer conhecimento de biogeografia. Muitas<br />

espécies introduzidas são re-descritas como<br />

nativas na sua área de introdução. Devido<br />

ao pequeno número de especialistas em<br />

146<br />

Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!