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TemTatu naToca?Liana John e Arnaud Desbiez


Aqui no Brasil, tem <strong>tatu</strong> de todo tamanho. Tem o <strong>tatu</strong>-bolinha, um tiquinho detão pequeno, um quilo só, sempre pronto a se enrolar, fechando a armadurazinhapara se proteger. E tem o taludão do <strong>tatu</strong>-canastra, pesado como um saco decimento, com seus 50 quilos e um metro e meio do focinho até a ponta do rabo.Entre o menorzinho e o maiorzão, tem <strong>tatu</strong> mais gordinho, <strong>tatu</strong> mais baixinho, <strong>tatu</strong>magrelinho, <strong>tatu</strong> parrudinho: são 10 espécies diferentes, cada uma do seu jeito,mas todas com cara e carapaça de <strong>tatu</strong> e casa de <strong>tatu</strong>.E quer saber como é uma casa de <strong>tatu</strong>? É um buraco na terra, do tamanhojusto para o <strong>tatu</strong> entrar e seguir andando por um túnel até bem no fundo, ondetem um espacinho para descansar e escapar do calorão lá de fora, nos diasquentes. Ou da friagem, nos dias de frio. Ou da chuva, nos dias de tempestade. Edo fogo, nos dias de queimadas.Não importa muito como está o tempolá fora, dentro da toca do <strong>tatu</strong> é sempregostoso de ficar, nem calor demais,nem frio demais. Ah! E também nãotem luz demais, é meio escurinho,bom para dormir e esperar operigo passar.Por isso, cada <strong>tatu</strong> cavasua toca com capricho.Usa as garras fortes paratirar a terra e deixar o túnelno tamanho certo. Paraos <strong>tatu</strong>s pequenos, a passa-


Ajude os animais a encontrarem abrigo na toca do <strong>tatu</strong>-canastra!Ajude a mamãe <strong>tatu</strong>-galinha a encontrar a toca com seus filhotesquadrigêmeos! Algumas pedras estão bloqueando a passagem.


Você sabe identificar os <strong>tatu</strong>s?Ligue o nome ao desenho da espécie de <strong>tatu</strong>!Um dos predadores era o tigrede-dentes-de-sabreda América doSul. Uma fera de meia tonelada e 3metros de comprido! E que caçavaem bandos, ainda por cima!Os gliptodontes só não conseguiramse defender dos humanos e dasmudanças do clima de 10 mil anosatrás. Eles eram lentos, não conseguiamfugir dos caçadores com lanças.E não se deram muito bem comas plantas que começaram a crescernaquela época, mais adaptadas a umclima quente. Ah, é melhor explicar:diferentes dos <strong>tatu</strong>s de hoje, os gliptodonteseram vegetarianos e nãocomedores de formigas e cupins...Resultado: apesar de tão grandes,tão fortes, tão pesados e cheiosde armas e armaduras, eles acabaramextintos, assim como a maioriados gigantes pré-históricos. Tomaraque nossos <strong>tatu</strong>s de hoje não sigamo mesmo caminho, com tantasmudanças no ambiente provocadaspelo homem.


<strong>tatu</strong>zadado futuroSó é bom tomar cuidado se você encontrar uma toca de<strong>tatu</strong> no mato: olhe bem e não cutuque para todo lado! A tocapode ter um <strong>tatu</strong> assustado, mas também pode ter um bichobravo hospedado!Para nossos <strong>tatu</strong>s brasileiros, de todosos tamanhos, não sumirem comoos gliptodontes, eles precisam ficarmais conhecidos. Eles dependemde amigos de todas as idades paraensinar aos mais novos a proteger suastocas e pedir aos mais velhos para deixar decaçar escondido e de comer sua carne.Já é proibido por lei caçar <strong>tatu</strong>, mas aindatem muita gente que cerca o <strong>tatu</strong> na toca, prende,mata e leva para a panela.Se todo mundo fizer isso, vai faltar casa epousada para tantos bichos ajudados pelo <strong>tatu</strong> comsua mania de construir túneis e deixar para os outros. Evai faltar <strong>tatu</strong> para controlar as formigas e os cupins sem


precisar usar veneno.Os inseticidas colocados nos formigueiros e nos cupinzeiros poluem aságuas, contaminam os solos e matam uma porção de insetos úteis, alémde envenenar todos os animais comedores de formigas e cupins, como ospróprios <strong>tatu</strong>s, os tamanduás e várias aves.Os <strong>tatu</strong>s também precisam de amigos que evitem os atropelamentos nasestradas. Eles não sabem ver se vem vindo algum carro, caminhonete oucaminhão. Não sabem olhar para os dois lados antes de atravessar. Entãoprecisam de motoristas mais atentos, que diminuam a velocidade e esperem


até eles chegarem ao outro lado.Outra coisa importante é o cuidadono uso do fogo. Muita gente usa queimadaspara limpar os pastos e as roças.Alguns <strong>tatu</strong>s conseguem escapar dasqueimaduras quando estão bem dentrodas tocas e o fogo passa lá fora. Mas afumaça entra pelo buraco e pode deixaro <strong>tatu</strong> sem ar. Então os amigos dos <strong>tatu</strong>spodem evitar as queimadas nos lugaresonde estão as tocas ou deixar de usar ofogo a torto e a direito.Com a ajuda de todos os amigos dispostosa passar informações e conhecimentouns para os outros, os <strong>tatu</strong>s têmuma chance melhor de futuro. Se vocêquer ser um desses amigos, entre parao time dos <strong>tatu</strong>s e comece aprendendomais sobre eles na sua escola, no zoológicoe na internet.Aliás, a Sociedade de Zoológicos eAquários do Brasil (SZB) fez uma parceriacom o Projeto Tatu-Canastra para criar acampanha Tem Tatu Aqui. Assim, todosos zoos e os aquários do país podem recebermateriais e informações sobre asespécies nativas de <strong>tatu</strong>s, começandocom esta <strong>cartilha</strong>.Existe uma porção de aquários, empresase zoos trabalhando com os <strong>tatu</strong>sem seus programas de educação ambiental,com muitas opções de atividadesdiferentes. Assim, elas fazem esta ligaçãotão importante entre os estudos emcampo e em cativeiro e contribuem paraa proteção da biodiversidade. Afinal, aSZB é uma “sala de aula” com cerca de20 milhões de visitantes por ano e podeajudar a espalhar a mensagem de conhecimentoe conservação.


<strong>tatu</strong> em estudoNão é fácil conhecer a rotina dos <strong>tatu</strong>s,saber onde procuram comida, quando estãoacordados e quando descansam, por ondeandam, como os casais se encontram, quemcuida dos filhotes e quanto tempo vivem.Não dá para observar com binóculoscomo se faz com as aves, pois durante boaparte do tempo, eles ficam debaixo da terra,em suas tocas! Também não dá para colocarrádio-colar, como se faz com antas,macacos e onças, pois falta pescoço paraencaixar!Então os pesquisadores precisaram inventarum jeito de grudar um pequeno rádiona carapaça, de um jeito de não seja arrancadoquando o <strong>tatu</strong> faz suas escavações.Primeiro o <strong>tatu</strong> é capturado numa armadilhae recebe um remédio para dormir. Aí ospesquisadores tiram medidas, coletam sanguepara saber se ele está bem de saúde efixam um radinho na carapaça. Aí, quandoacorda, o <strong>tatu</strong> vai embora, mas os pesquisadoresseguem o sinal do radinho comuma antena e marcam num mapa todos oslugares por onde ele passa. Dá para saberaté se ele está parado ou andando dentroda toca.Para ajudar, também são colocadas câmerasde foto e vídeo na frente do buraco:cada vez que ele entra ou sai – ou recebealgum visitante – as câmeras registramtudo. E de pouquinho em pouquinho, todosos segredos do <strong>tatu</strong> são revelados! Foi assimque os cientistas descobriram como atoca era usada por um monte de animais,quando o <strong>tatu</strong> muda de casa.


saiba maisOs pesquisadores que estudam o <strong>tatu</strong>-canastra e outros<strong>tatu</strong>s no Pantanal sempre publicam novidades na internet.Leia no site giantarmadillo.org.br/pt-br.Conheça também os jogos interativos no site:www.viva<strong>tatu</strong>.com.brQuem preferir o Facebook é só adicionar o Projeto Tatu-Canastra (Priodontes maximus) ou Baía das Pedras – Pantanal.O grupo é aberto e dá acesso a fotos, historinhas dos animaisestudados e outras coisas interessantes.E se surgir alguma dúvida é só escrever para o pesquisadorArnaud Desbiez no email: adesbiez@hotmail.comAgradecemos a contribuição dos ilustradores GeraldoFrança Jr, Luccas Longo e Ronald Rosa e do biólogo GabrielMassocato, autores dos jogos e materiais lúdicos.REALIZAÇÃOAPOIO

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