livro completo
livro completo
livro completo
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
114<br />
intensas e freqüentes) geram este aumento de chuva. Esta intensificação poderia ser explicada<br />
considerando o aquecimento da região subtropical da América dos cenários futuros de clima e<br />
as anomalias de chuva observadas, em analogia com o clima do presente que mostra tendências<br />
de redução/aumento de chuva na região da Amazônia norte/sul do Brasil e jatos mais<br />
intensos e freqüentes (Marengo et. al. 2004a).<br />
No entanto, como a Amazônia está mais seca, o transporte de umidade é menor, e a<br />
pouca umidade que o Atlântico Tropical não condensa sobre a Amazônia vai diretamente para<br />
a região Sul, transportada por um jato de baixos níveis mais intenso e talvez mais freqüente,<br />
porém mais “seco” que no clima atual. O clima mais quente pode intensificar a baixa do Noroeste<br />
Argentino, motivando também uma aceleração do jato de baixos níveis. A convergência na<br />
saída do jato e a massa de ar transportada pelas frentes frias do Sul (que possivelmente são<br />
mais intensas e freqüentes) geram este aumento de chuva. Esta intensificação poderia ser<br />
explicada, considerando o aquecimento da região subtropical da América nos cenários futuros<br />
de clima e as anomalias de chuva observadas, em analogia com o clima do presente que<br />
mostra tendências de redução/aumento de chuva na região da Amazônia norte/sul do Brasil e<br />
jatos mais intensos e freqüentes (Marengo et al. 2004a).<br />
Na primavera SON, estação que acontece no início do período chuvoso na maior parte<br />
do Brasil, o modelo HadCM3 tende a apresentar anomalias positivas de chuva na região do sul<br />
da Amazônia, Sudeste do Brasil e de monção na América do Sul, sugerindo também um possível<br />
adiantamento da estação chuvosa. No inverno, o modelo HadCM3 e, em menor grau o<br />
CCSR/NIES, apresentam anomalias positivas de chuva mais fraca no Sudeste que nos modelos<br />
HadCM3 e GFDL. No inverno, os modelos apresentam uma intensificação da ZCIT no<br />
Atlântico Tropical do Norte e Pacífico Tropical do Leste. Todos os modelos apresentam em<br />
maior ou menor grau anomalias de chuva na Amazônia do norte e na costa da Venezuela, e no<br />
leste da Colômbia, e com reduções mais intensas no cenário A2. O aquecimento é maior no<br />
inverno e na primavera que no verão. O aquecimento é maior no inverno e primavera que no<br />
verão, e mais intenso no cenários A2 comparado com B2.<br />
2.3 Extremos de chuva e de temperaturas do ar<br />
As análises de extremos de chuva e temperatura apresentados no ítem 2.2 e nos trabalhos<br />
de Vincent et al. (2005), Haylock et al (2006) e Alexander et al. (2006) para América do Sul<br />
apresentam uma visão de aquecimento e de intensificação de eventos extremos de chuva,<br />
ainda que as mudanças de extremos de chuva sejam menos coerentes que as mudanças na<br />
temperatura do ar. Estas mudanças observadas são consistentes com estudos observacionais<br />
realizados em nível local e em vários países da região (Marengo e Camargo 2006, Rusticucci et<br />
al., 2002, 2003, 2004).<br />
Um estudo recente (Tebaldi et al. 2006) analisa projeções de extremos climáticos usando<br />
oito modelos globais do IPCC que atualmente estão sendo considerados para a implementação<br />
do Quarto Relatório Científico (IPCC-AR4). Considerando os mesmos índices de extremos