<strong>os</strong> motoristas a dirigir com precauçãoem determinad<strong>os</strong> pont<strong>os</strong> da <strong>estrada</strong>.Outr<strong>os</strong> se apegam à tecnologia e enviaminformativ<strong>os</strong> sobre a situação em que seencontra o asfalto e as sinalizações <strong>por</strong>e-mail a<strong>os</strong> fregueses. O segredo é não seesquivar do problema quando questionadoa respeito. É interessante tambémo proprietário lutar <strong>por</strong> melhorias e m<strong>os</strong>traras suas iniciativas junto a<strong>os</strong> govern<strong>os</strong>municipais, estaduais e federal a<strong>os</strong>clientes. Se enviou alguma carta à autoridadecompetente, se publicou algumartigo em jornal ou revista, a melhortática é m<strong>os</strong>trar ao cliente o seu esforço<strong>por</strong> melhorias. A franqueza e a transparênciacontam muito nesse item.Outra questão que acaba prejudicandoa fidelidade e a lucratividade de umrestaurante desse tipo é a proibição davenda e do consumo de bebidas alcoólicas.“Por volta de 1986, o governo doEstado de São Paulo, promulgou a LeiSeca nas <strong>estrada</strong>s, visando ao controlesobre a ingestão de álcool <strong>por</strong> motoristas.Ocorre que sua eficácia é controversa,já que restaurantes não podemservir, mas motéis e supermercad<strong>os</strong>, àsmargens das rodovias, serviam e servema<strong>os</strong> seus clientes. A solução mais lógicaseria penalizar, com maior gravidade, omotorista alcoolizado. Sem contar queexistem inúmeras rodovias municipaisou federais, operando fora da Lei, que éestadual”, argumenta Trivelatto.Em relação a essa proibição, Frizonadianta: “Não estam<strong>os</strong> legalmente na <strong>estrada</strong>.Mas em datas especiais (dia de eleição,<strong>por</strong> exemplo), alguns consumidoresreclamam e não permanecem na casa”.Essa declaração dá uma idéia de com<strong>os</strong>ão atingid<strong>os</strong> <strong>os</strong> estabeleciment<strong>os</strong> afetad<strong>os</strong>pela Lei Seca. Será que há mei<strong>os</strong> de omarketing contornar essas situações? Nessescas<strong>os</strong>, <strong>os</strong> estabeleciment<strong>os</strong> precisam seapoiar em vantagens que enfraqueçam aproibição, enaltecendo <strong>os</strong> diferenciaisapresentad<strong>os</strong> pela casa: é p<strong>os</strong>sível ganharadept<strong>os</strong> com as imagens apetit<strong>os</strong>as d<strong>os</strong>prat<strong>os</strong>, a tranqüilidade e o aconchego doambiente e, <strong>por</strong> que não, na qualidade eno preço praticado. Outro apelo im<strong>por</strong>tanteestá na propagação da im<strong>por</strong>tânciade se levar uma vida saudável, com comidasmais leves, e muit<strong>os</strong> suc<strong>os</strong> de frutas!Saídas estratégicas, quando se pensa emmarketing, há milhares...O menu das rotasgastronômicasDe que maneira se determina o cardápiode um restaurante de <strong>estrada</strong>? Mecianoe P<strong>os</strong>tel respondem: “Antes de montaro cardápio, o proprietário deve saber quaisprodut<strong>os</strong> tem à disp<strong>os</strong>ição mais facilmentena região e qual a freqüência com queeles podem ser entregues. Ele precisa conhecero público-alvo e sua necessidade.O menu deve conter itens que p<strong>os</strong>sam serconsumid<strong>os</strong> rapidamente pel<strong>os</strong> viajantesque não têm muito tempo; opções paracrianças; produt<strong>os</strong> que p<strong>os</strong>sam ser ingerid<strong>os</strong>ao longo da viagem, além daquelesprat<strong>os</strong> específic<strong>os</strong> que seguem a prop<strong>os</strong>tado estabelecimento”. No Rancho dow w w . c o z i n h a p r o fi s s i o n a l . c o m . b r <strong>Cozinha</strong> Profissional 100 29
CapaDivulgaçãoVon Strudel: espaço para crianças, lazer, lugares de descanso e muito verdeVinho, <strong>por</strong> exemplo, o carro-chefe dacasa é a C<strong>os</strong>tela Bovina assada na brasa.“Mas estam<strong>os</strong> sempre aperfeiçoandoe desenvolvendo nov<strong>os</strong> prat<strong>os</strong>, claro que,<strong>dentro</strong> do n<strong>os</strong>so universo: comida típicaregional e não habitual em outr<strong>os</strong> restaurantes”,frisa o cozinheiro e proprietário.Frizon serve a<strong>os</strong> seus clientes esse pratocom 14 acompanhament<strong>os</strong>, dentre eles,a polenta s<strong>por</strong>ca, o matambre recheado, ac<strong>os</strong>telinha de <strong>por</strong>co e <strong>os</strong> pães caseir<strong>os</strong>. Seele se preocupa com a inclusão de prat<strong>os</strong>mais leves (lights e diets) e temper<strong>os</strong> maissuaves no cardápio, tendo em vista que,na maioria das vezes, as pessoas procuramrefeições men<strong>os</strong> pesadas, pois precisamseguir viagem? “Sim. Porém, ainda não én<strong>os</strong>sa prioridade, pois o n<strong>os</strong>so cliente vemespecialmente para comer c<strong>os</strong>tela e iguariastípicas. Quase sempre, não tem pressa deseguir viagem ou comparece especialmentepara comer a c<strong>os</strong>tela. Estam<strong>os</strong> pesquisandoprat<strong>os</strong> mais lights, com a mesma matériaprima,a c<strong>os</strong>tela bovina”, adianta.Na Rede Frango Assado, o prato principalé sempre a ave que dá nome à empresa,podendo ser assada, frita, em molho, grelhada,contudo há no menu carnes, peixes emassas. “Todo n<strong>os</strong>so cardápio é preparadopara refeições leves. Tem<strong>os</strong> ainda cinco opçõesdiárias de prat<strong>os</strong> express e uma linha desaladas e lights. Inclusive, a opção chamadaChicken Light é uma das campeãs de vendas”,assegura Trivelatto. Para ele, um cardápiopara esse tipo de empreendimento,deve apresentar refeições produzidas comrapidez, a um preço razoável em relação aomercado, apresentando em suas característicasfacilidade para digestão. “Isso <strong>por</strong>queo consumidor terá ainda algum tempo depermanência ao volante ou a bordo de seuveículo”, completa.A figura de uma nutricionista e um chefé essencial na comp<strong>os</strong>ição do cardápio, napreparação e na produção da refeição? Naopinião de Meciano e P<strong>os</strong>tel, a presençade profissionais qualificad<strong>os</strong> garante, comcerteza, um produto final com melhor qualidade.“Outro aspecto é que o proprietáriopode conter despesas com desperdíciode matérias-primas, ter maior fiscalizaçãoem term<strong>os</strong> de higiene, armazenamento emanipulação de aliment<strong>os</strong>, considerandoainda que a casa pode utilizar a imagemdesses profissionais como um marketingmuito p<strong>os</strong>itivo.” Sobre a contratação demão-de-obra especializada, <strong>os</strong> entrevistad<strong>os</strong>disseram ser mais difícil, <strong>por</strong> estaremfora do perímetro urbano. Eles preferemadmitir colaboradores da região e investirem treinamento. “Dessa forma, <strong>os</strong> colaboradoressão treinad<strong>os</strong> com o n<strong>os</strong>so perfil eisso ajuda muito na integração do trabalho”,acredita a chef Siomara, do RestauranteFamília Von Strudel.No que diz respeito às compras e àsrespectivas entregas das mercadorias, asgrandes redes tendem a encontrar mais facilidadesdo que <strong>os</strong> restaurantes pequen<strong>os</strong>.Conforme Trivelatto, volumes maiores estimulamo fornecimento. “Todas as comprasda Rede são centralizadas, inclusive asde aliment<strong>os</strong>, bebidas, produt<strong>os</strong> para p<strong>os</strong>t<strong>os</strong>de gasolina, combustíveis, móveis pararevenda (sim, fazem<strong>os</strong> revenda de móveis edecorações), insum<strong>os</strong> etc. A centralizaçãocria grandeza de volumes e viabiliza melhoresnegociações com <strong>os</strong> fornecedores.”Já no caso d<strong>os</strong> restaurantes de pequeno emédio <strong>por</strong>tes, muit<strong>os</strong> enfrentam a cobrançade frete para entrega das mercadorias,exigência de compra mínima de determinad<strong>os</strong>produt<strong>os</strong> e também fornecedores quese recusam a entregar matérias-primas <strong>por</strong>causa da distância.Os serviç<strong>os</strong> e <strong>os</strong>investiment<strong>os</strong> adicionaisAlém da comida, um restaurante de<strong>estrada</strong> deve oferecer algum outro tipode serviço ao seu cliente? Siomara receitaespaço para crianças, lazer, lugares dedescanso e muito verde. Já para Frizon,isso vai depender do tipo de negócio.“Em n<strong>os</strong>so caso, tem<strong>os</strong> um empório paraatender às necessidades de clientes quetêm casas de fim de semana na região,ou para levar em suas viagens, <strong>por</strong>ém nãoacho imprescindível. É um serviço a maisque se oferece ao cliente.”Trivelatto relembra que as necessidadesd<strong>os</strong> clientes se prendem não só a fome,mas também ao seu veículo, sua comunicação,seu conforto etc. “A viabilidade deuma empresa que opera em rodovias só ép<strong>os</strong>sível e completa se ela tiver um mix deserviç<strong>os</strong>, em que p<strong>os</strong>sa ratear seus cust<strong>os</strong>em vári<strong>os</strong> serviç<strong>os</strong>. Assim, um mix bemestruturado e atuante viabiliza a implantação.”Quer saber se um restaurante de<strong>estrada</strong> consegue sobreviver se não estiverlocalizado junto a um p<strong>os</strong>to de serviç<strong>os</strong>?A resp<strong>os</strong>ta é de Frizon: “É p<strong>os</strong>sível, massempre compensando com atendimentoespecial e comida excelente”.Quanto a comprar, alugar ou arrendarum imóvel, Trivelatto revela que arede tem 13 lojas, algumas instaladas emterreno próprio, outras em área locadae também p<strong>os</strong>suem espaç<strong>os</strong> em regimede concessão do Estado. “A operaçãoem rodovias sempre é uma concessão do30<strong>Cozinha</strong> Profissional 100w w w . c o z i n h a p r o fi s s i o n a l . c o m . b r