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Agroecologia e Economia Solidária - AgriCultures Network

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cando confluências e sugerindo desafios, refletindo sobre concepções, estratégias e<br />

formas de organização que são, por natureza, mutáveis, referenciadas em experiências<br />

históricas permanentemente recriadas nos embates do presente.<br />

1. Um pouco da história<br />

1.1 Cultivando reciprocidades: a <strong>Economia</strong> Solidária e<br />

sua trajetória no Brasil<br />

No Brasil a <strong>Economia</strong> Solidária surge (ou ressurge) historicamente, sobretudo<br />

a partir dos anos 80, com base em um grande leque de experiências associativas<br />

que passam a se organizar, no campo e na cidade, em distintos contextos econômicos<br />

e sociais. Empresas falidas ou em crise, recuperadas pelos trabalhadores;<br />

grupos e associações comunitários de caráter formal ou informal; associações e<br />

cooperativas constituídas por agricultores(as) familiares e assentados da reforma<br />

agrária; cooperativas urbanas (de trabalho, consumo e serviços); grupos de finanças<br />

solidárias, entre outras iniciativas, integram as práticas organizativas, bastante<br />

diversificadas, presentes nessa construção. É somente nos anos 1990, no entanto,<br />

que o termo <strong>Economia</strong> Solidária passa a ser mais amplamente utilizado, articulando<br />

conceitualmente essas distintas experiências, seja em seu questionamento ao sistema<br />

econômico capitalista, seja como uma estratégia coletiva de geração de trabalho<br />

e renda.<br />

Segundo Motta, (...) a expressão <strong>Economia</strong> Solidária possibilitou a junção de diversos<br />

tipos de experiências num mesmo campo de ideias e o agrupamento de diversas<br />

entidades, instituições e pessoas em torno de objetivos comuns. O que a <strong>Economia</strong> Solidária<br />

trouxe de original foi uma nova forma de organizar uma série de práticas já<br />

existentes, as quais, por sua vez, em sua articulação, passaram a se constituir como<br />

pólo animador de outras tantas iniciativas, em um contexto marcado pela crise do<br />

desemprego, pela liberalização dos mercados e pela intensificação dos processos<br />

de exclusão social.<br />

Importante destacar que o tecido social que alimenta a construção das práticas<br />

de <strong>Economia</strong> Solidária no Brasil não se restringe aos empreendimentos econômicos<br />

solidários propriamente ditos. Enquanto campo de articulação social e<br />

política, a mobilização social em torno da construção desta nova economia reúne<br />

os mais diversos agentes: organizações sindicais, ONGs, acadêmicos de diversas<br />

áreas, religiosos, gestores públicos, entre outros. Envolve, além disso, um grupo<br />

abrangente de organizações de apoio e de articulação, como as Incubadoras<br />

Universitárias Tecnológicas de Cooperativas Populares; a Associação Nacional<br />

de Trabalhadores em Empresas de Autogestão e de Participação Acionária (AN-<br />

TEAG); a Confederação Nacional das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil<br />

(CONCRAB); a Agência de Desenvolvimento Solidário da Central Única dos<br />

Trabalhadores (ADS-CUT); a União das Cooperativas da Agricultura Familiar e<br />

<strong>Economia</strong> Solidária (UNICAFES); a Central das Cooperativas e Empreendimentos<br />

Solidários (UNISOL); organizações ligadas à Igreja Católica como a Cáritas Brasileira<br />

e o Instituto Marista de Solidariedade (IMS); além de ONGs como o Instituto<br />

Brasileiro de Análises Socioeconômicas (IBASE), a Federação de Órgãos para Assistência<br />

Social e Educacional (FASE) e o Instituto de Políticas Alternativas para o<br />

Cone Sul (PACS), entre tantas outras.<br />

Agricultura familiar camponesa na construção do futuro<br />

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