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Consumos e comportamentos sexuais de risco na noite de ... - Irefrea

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38 <strong>Consumos</strong> e <strong>comportamentos</strong> <strong>sexuais</strong> <strong>de</strong> <strong>risco</strong> <strong>na</strong> <strong>noite</strong> <strong>de</strong> Coimbra3.8 – Utilização <strong>de</strong> substâncias psicoactivas parafins específicosDeehan and Saville (2003) referem que as drogas recreativas(can<strong>na</strong>bis, ecstasy e cocaí<strong>na</strong>) frequentementecombi<strong>na</strong>das com álcool fazem parte da roti<strong>na</strong> das saídasnoctur<strong>na</strong>s e Calafat et al. (2003) admite que essesconsumos possam ter fins <strong>sexuais</strong>. Verificou-se quealguns dos jovens inquiridos têm expectativas <strong>de</strong> queo uso <strong>de</strong>stas substâncias lhes possa trazer benefíciosa nível sexual pois recorreram ao seu consumo comesse intuito (ex. prolongar o acto sexual, facilitar o iníciodas relações e ajudar a ter práticas <strong>sexuais</strong> invulgares)(Quadro 6). As substâncias mais usadas para esse fimforam o álcool e a can<strong>na</strong>bis, o que é compreensível pelasua maior acessibilida<strong>de</strong>.Constatou-se que o consumo <strong>de</strong> substâncias psicoactivasé elevado neste grupo <strong>de</strong> jovens sendo o álcool, otabaco e a can<strong>na</strong>bis as substâncias mais consumidas,seguidas da cocaí<strong>na</strong>, ecstasy e cogumelos. A cocaí<strong>na</strong>é pois a segunda droga ilegal mais consumida, posiçãotradicio<strong>na</strong>lmente ocupada pelo ecstasy. Os resultadosevi<strong>de</strong>nciam persistências elevadas nos consumos, ouseja: nos jovens que consumiram pelo menos umavez álcool, tabaco, can<strong>na</strong>bis, cocaí<strong>na</strong> ou anfetami<strong>na</strong>s,97,79%, 68,42%, 63,83%, 41,66% e 42,86% <strong>de</strong>sses jovensmantêm-se consumidores <strong>de</strong>ssas substâncias,respectivamente.Relativamente à sexualida<strong>de</strong> verificou-se que a maioria(89,44%) dos jovens já teve relações <strong>sexuais</strong>, com umamédia <strong>de</strong> 2,66 parceiros, nos últimos 12 meses. EsteQuadro 6 – Utilização <strong>de</strong> substâncias psicoactivas para fins específicosÁlcool Can<strong>na</strong>bis Cocaí<strong>na</strong> Ecstasy Outrasnº nº nº nº nºProlongar o acto sexual 12 4 1 - 2Potenciar o prazer sexual (ter mais excitação) 9 9 2 - 3Para facilitar o início das relações (<strong>de</strong>sinibir) 25 7 4 1 3Ajudar a ter práticas <strong>sexuais</strong> invulgares ou mais excitantes 13 7 2 2 54 – CONCLUSÃOA crescente participação dos jovens em activida<strong>de</strong>srecreativas noctur<strong>na</strong>s tem influenciado mudanças <strong>de</strong>atitu<strong>de</strong>s perante o consumo <strong>de</strong> drogas e promovido aadopção <strong>de</strong> <strong>comportamentos</strong> <strong>sexuais</strong> <strong>de</strong> <strong>risco</strong>.A amostra <strong>de</strong>ste estudo é constituída por jovens comuma ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 21,76 anos, com uma distribuiçãohomogénea quanto ao género; com hábitos regulares <strong>de</strong>saídas <strong>na</strong>s <strong>noite</strong>s <strong>de</strong> fim-<strong>de</strong>-sema<strong>na</strong> (média <strong>de</strong> 7 <strong>noite</strong>s/mês; 7 horas/<strong>noite</strong>) e com motivações hedonísticasligadas à música, ao estabelecer <strong>de</strong> relações sociaismas também às facilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> álcool (para60,14% dos jovens) ou <strong>de</strong> drogas (para 15,39%). A diversãoconverteu-se para estes jovens numa experiênciaque <strong>de</strong>termi<strong>na</strong> o consumo utilitário <strong>de</strong> álcool e drogas elegitima <strong>comportamentos</strong> e expectativas <strong>de</strong> caris sexualpara pelo menos 15,39% dos jovens, que referiram aten<strong>de</strong>ra esta variável <strong>na</strong> escolha do local <strong>de</strong> diversão.dado po<strong>de</strong>ria não ser muito preocupante se eventualmenteassociado a medidas <strong>de</strong> protecção. Não obstante,os resultados <strong>de</strong>monstraram que o uso <strong>de</strong> preservativonão constituiu uma preocupação evi<strong>de</strong>nte para estesjovens, pois mais <strong>de</strong> 60% tiveram relações <strong>sexuais</strong><strong>de</strong>sprotegidas e 30,33% nunca ou quase nunca usoupreservativo. Consi<strong>de</strong>rando que se trata <strong>de</strong> uma populaçãocom formação predomi<strong>na</strong>ntemente universitária(81,12%), seria esperada uma atitu<strong>de</strong> informada e por talmais cautelosa face ao sexo <strong>de</strong>sprotegido. No entanto,os resultados obtidos reforçam a teoria <strong>de</strong> que estarinformado, só por si, não é suficiente para a adopção<strong>de</strong> <strong>comportamentos</strong> saudáveis, há que aten<strong>de</strong>r a outrosfactores <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ntes dos <strong>comportamentos</strong> <strong>de</strong> <strong>risco</strong>como, por exemplo:– a primazia do principio do prazer, fomentado pelacultura da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo actual;– a posição central que o <strong>risco</strong> ocupa <strong>na</strong> vida recreativa

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