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Miopericitoma em Fossa Nasal

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Medeiros AILINTRODUÇÃOOs neoplasmas benignos perivasculares compreend<strong>em</strong>a família dos tumores glômicos e h<strong>em</strong>angiopericitomas(1). O tumor glômico é uma neoplasia incomum origináriade células neuromioarteriais (células glômicas).Os h<strong>em</strong>angiopericitomas compreend<strong>em</strong> cerca de1% dos tumores vasculares, ocorrendo <strong>em</strong> cerca de 25%dos casos na região de cabeça e pescoço, particularmenteno couro cabeludo, face e pescoço. A ocorrência nascavidades nasais e paranasais é rara (2).Histologicamente, os h<strong>em</strong>angiopericitomas apresentamvasos sanguineos ramificados com paredes finas efibras pericelulares de reticulina. No entanto, t<strong>em</strong> sidod<strong>em</strong>onstrado que neoplasias mesenquimais de várias linhasde diferenciação têm se encaixado nesta definição,sendo o termo “h<strong>em</strong>angiopericitoma” característico de umpadrão morfológico de crescimento ao invés de umaentidade clinicopatológica distinta (1).Um grupo de lesões chamadas antigamente deh<strong>em</strong>angiopericitomas na verdade representam casos d<strong>em</strong>iopericitomas, os quais mostram um arranjo radial eperivascular de células neoplásicas ovoides, fusiformesvolumosas a redondas, as quais são chamadas miopericitos(miócitos) (1, 3, 4).RELATO DO CASOMAP., f<strong>em</strong>inina, 66 anos, natural e procedente deCuritiba / PR, compareceu ao ambulatório deotorrinolaringologia do Hospital Angelina Caron <strong>em</strong> 15 deagosto de 2006. Nesta data, apresentava-se com queixasde obstrução nasal, dor <strong>em</strong> região de fossas nasais eepistaxe eventual <strong>em</strong> fossa nasal direita, de longa data,com piora há cerca de 8 meses.Ao exame rinoscópico anterior, observou-se massaangiomatosa friável e facilmente sangrante, não pulsátil,ocupando toda fossa nasal direita. Ao exame tomográficoverificou-se velamento por material de densidade detecido mole <strong>em</strong> toda fossa nasal direita.Optou-se pela realização de biópsia incisinal dalesão via fossa nasal direita com saca-bocado, após anestesiatópica com solução de neotutocaína e vasoconstritor,seguindo-se por tamponamento anterior com algodão<strong>em</strong>bebido <strong>em</strong> vasoconstritor.Cerca de dez dias após a coleta de material, oresultado da biópsia d<strong>em</strong>onstrou miopericitoma.Realizou-se <strong>em</strong> 20 de set<strong>em</strong>bro de 2006, estudoarteriográfico que evidenciou massa b<strong>em</strong> vascularizada,delimitada, ocupando toda fossa nasal direita.De posse destas informações, optou-se pela realizaçãode <strong>em</strong>bolização dez dias antes do procedimentocirúrgico endoscópico. Em primeiro de nov<strong>em</strong>bro de 2006,realizou-se intervenção cirúrgica nasosinusal endoscópicasob anestesia geral, r<strong>em</strong>ovendo-se a lesão de fossa nasaldireita que estava pediculada <strong>em</strong> mucosa septal pósterosuperior.A paciente evoluiu b<strong>em</strong>, s<strong>em</strong> nenhum sangramentopós-operatório, apresentando até a data de hoje excelenteevolução s<strong>em</strong> sintomas.DISCUSSÃOA designação “miopericitoma” foi primeiro sugeridapor REQUERA e cols. (3) <strong>em</strong> 1996 para descrever umconjunto de miofibromas cutâneos no adulto.Embora raros, os miopericitomas dev<strong>em</strong> ser l<strong>em</strong>bradosno diagnóstico diferencial das massas b<strong>em</strong> delimitadasa tomografia. As angiografias d<strong>em</strong>onstram que esses tumoressão ricamente vascularizados (5).Afetam com maior frequência adultos de meiaidade, podendo se localizar no tecido dérmico ou subcutâneocom preferência pela parte distal das extr<strong>em</strong>idades(6).O quadro clínico depende da localização e dotamanho, podendo quando nas fossas nasais causar<strong>em</strong>obstrução nasal e epistaxe (2).A maioria dos miopericitomas se comporta de formabenigna (indolor e com crescimento lento), no entanto,raros casos de miopericitoma maligno têm sido relatadosrecent<strong>em</strong>ente, sendo neste caso mais agressivo (1, 6).GRANTER e cols. (7) descreveram sete casos localizados<strong>em</strong> região subcutânea. COX e GILTMAN (4) relatam umcaso <strong>em</strong> vértebra torácica causando lise óssea.Seu tratamento é cirúrgico (6), podendo assimcomo o nasoangiofibroma ser feito via endoscópica ou viaaberta (8). Atualmente convém realizar <strong>em</strong>bolização tumoralseletiva previamente a todas as técnicas, para facilitar oacesso cirúrgico. A via endoscópica é uma ótima alternativa,pois além de menos agressiva, observa-se menormorbidade, sangramento mínimo, menor t<strong>em</strong>po de cirurgiae maior eficácia, além de menos complicações trans epós-operatórias (8).212 Arq. Int. Otorrinolaringol. / Intl. Arch. Otorhinolaryngol.,São Paulo, v.13, n.2, p. 211-213, 2009.

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