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Engajamento militante, recrutamento de lideranças e ... - Ipea

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mesma na formação do capital <strong>militante</strong> e político dos membros <strong>de</strong>ste movimento, tendo emvista que a socialização é necessária para que o movimento se consoli<strong>de</strong> e tenha continuida<strong>de</strong>,uma vez que tal movimento necessita <strong>de</strong> <strong>militante</strong>s motivados e preparados para <strong>de</strong>sempenharvários papéis.Segundo Souza (2009), que analisa o processo <strong>de</strong> engajamento e miltância,analisando o itinerário e história <strong>de</strong> vida dos dirigentes <strong>de</strong> uma associação que atuam na causado câncer, também nos <strong>de</strong>monstra como a origem <strong>de</strong>stes indivíduos, assim como qual oespaço <strong>de</strong> socialização <strong>de</strong>stes, <strong>de</strong>termina o seu engajamento e permanência na militância.Coradini (2007), que investiga os políticos <strong>de</strong> atuação em âmbito nacional que estão vinculadosem algum tipo <strong>de</strong> associação ou sindicato, analisando as relações <strong>de</strong>sse fato com os <strong>de</strong>vidostrajetos sociais e com as posições no espaço político, nos mostra que os usos do capitalassociativo sofrem uma reconversão em recursos políticos, <strong>de</strong>stacando um crescimentoconstante <strong>de</strong>ste fato.Souza (2009), Moreno & Almeida (2009) e Seidl (2009), trazem como dimensãoanalítica a ênfase no processo, seja <strong>de</strong> engajamento e militância, como importante ferramentapara apreen<strong>de</strong>r a formação e institucionalização dos grupos associativos e as socializações<strong>de</strong>terminantes dos indivíduos que formam estes grupos. Os três autores analisam também asorigens sociais dos indivíduos e qual a influência <strong>de</strong>stas no interesse pelo engajamento emilitância. Seidl (2009) cita a importância do universo familiar e escolar, dos entrevistados queanalisou, <strong>de</strong>ntro do contexto <strong>de</strong> socialização <strong>de</strong>stes indivíduos, <strong>de</strong>mostrando que o gosto edisposição para a militância possuem estreita relação com estes universos, estabelecendo umamultiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> militâncias e extensas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relação. Sendo que os indivíduos <strong>de</strong> origemsocial elevada <strong>de</strong>têm maiores recursos escolares, que esta associada à probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sucesso em carreiras políticas e <strong>militante</strong>s.Esta mesma observação foi feita por Moreno & Almeida (2009), quando apósinstitucionalização do Movimento Hip Hop, apesar da tentativa <strong>de</strong> não hierarquizar as posiçõesinternas, percebe-se uma homologia entre posição social e posição interna no grupo. Damesma forma po<strong>de</strong>mos perceber em Souza (2009), que a posição social e os títulos escolaresdos <strong>militante</strong>s observados se tornaram recursos para fins <strong>militante</strong>s, estabelecendo umarelação entre a posse <strong>de</strong> título e o uso <strong>de</strong>ste tanto para a militância quanto para a ocupação <strong>de</strong>cargos <strong>de</strong>ntro do grupo, ou fora <strong>de</strong>le em nome da militância.A militância associativa-partidária tornou-se comum nos dias atuais, sendoobservado por Seidl (2009), Moreno & Almeida (2009), Souza (2009) e Coradini (2007), nassuas investigações, on<strong>de</strong> o capital <strong>militante</strong> sofre uma reconversão em capital político, namaioria das vezes a ocupação <strong>de</strong> cargos dirigentes, disputa <strong>de</strong> cargo eletivo, partido emovimento, nas suas mais diversas formas, são indissociáveis.Tal reconversão tem como ponto chave o acionamento <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais para o<strong>recrutamento</strong> <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> Movimentos Sociais, assim como também, <strong>de</strong> candidatos acargos políticos ou eletivos. Tendo em vista que alguns <strong>militante</strong>s <strong>de</strong> Movimentos Sociaisexercem também militância em partidos políticos, buscou-se apreen<strong>de</strong>r se existe talreconversão <strong>militante</strong> no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, sendo que um dosobjetivos do referido movimento é a formação política <strong>de</strong> seus membros, com aulas sobresocialismo, marxismo, etc. Segundo Pereira (2009), o engajamento <strong>militante</strong> precisa seranalisado a partir do capital <strong>militante</strong> acumulado em outras associações e a reconversão <strong>de</strong>stamilitância na profissionalização em cargos políticos.

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