Estudo da Sismicidade e da Estrutura da Crosta Terrestre ... - FAPERN

(Ferreira & Assumpção, 1983; Takeya et al., 1989). Esta intensa atividade sísmica não é nova,tem sido constatada na região desde 1808 e, certamente, deve continuar (Fig. 1).Além da sismicidade natural, sismos induzidos pelo enchimento de reservatórios deaçudes também foram detectados na região. O caso mais notável é o da Barragem do Açu(Fig. 2), constituindo-se num exemplo clássico de sismicidade induzida e objeto de diversosestudos (Ferreira et al., 1995; do Nascimento, 1997; do Nascimento, 2002). A magnitudemáxima observada foi de 2,8 m b , sendo sentido na cidade de São Rafael, deixando apopulação apreensiva. Em outros países, casos de sismos induzidos de magnitude superior a6,0 m b , já foram observados, causando danos nas estruturas de barragens e em edificaçõespróximas (Gupta, 1992). Recentemente, após o enchimento, constatou-se a ocorrência deatividade sísmica no Açude do Castanhão (CE), que vem sendo monitorado pela UFRN.Quanto às Barragens de Santa Cruz e Umari (RN), como não houve monitoramento prévio,não se sabe de sua situação, o que pretende ser sanado por este projeto.Desde 1986 o Laboratório Sismológico da UFRN (LabSis-UFRN) vem realizandoestudos da atividade sísmica em diversas localidades do Nordeste (Ferreira et al., 1998) e, emparticular, no Rio Grande do Norte, em João Câmara, Barragem do Açu, Augusto Severo eTabuleiro Grande. Dessa forma, foi possível determinar, com precisão, hipocentros emecanismos focais, essenciais para a discussão da correlação entre a sismicidade e a geologia.Apesar de todos os esforços esse problema ainda continua em aberto. Por outro lado, existeuma forte correlação entre a sismicidade e a borda da Bacia Potiguar. Correlações desse tipoforam observadas em outras bacias como, por exemplo, Newark e Hartford, nos EstadosUnidos (Kafka & Miller, 1996).Para se entender melhor o efeito da Bacia Potiguar pretende-se determinar a espessurada mesma e compará-la com a espessura de regiões adjacentes, utilizando métodossismológicos.No Nordeste do Brasil, do ponto de vista regional, quase não existem informaçõessobre o interior da litosfera terrestre, sendo, portanto, importante se fazer estudos de naturezacrustal nesta região, em especial determinações de espessura crustal. Informações desse tipopodem ser obtidas estudando-se o comportamento da onda S. Os primeiros resultados, emcaráter preliminar, foram apresentados por Vilar et al. (2003). Recentemente, Vilar (2004)apresentou um estudo sobre a estrutura tridimensional da velocidade da onda S na listosferado nordeste brasileiro, utilizando ondas sísmicas superficiais do tipo Rayleigh, registradas por23 estações do consórcio Norte-Americano IRIS (Incorporated Research Institutions6