cialmente; posteriormente, com oavanço das tecnologias, passaram ater motor. Temos os lemes e outrosequipamentos associados aos rebocadoresque eram os barcos utilizadosno reboque da carcaça do animalpara terra. A carcaça era levadaaté junto à rampa da fábrica deprocessamento que ficava na ZonaFranca do Caniçal. Temos a simulaçãodo interior desta fábrica, comimagens e som. As salas de exposiçãopermanente estão enriquecidascom as versões de filmes 3D que,desde a inauguração do MBM, temvindo a sofrer alterações resultantesde um processo crítico e contínuode melhoria do serviço disponibilizadoao público. A sala deexposição dos grandes cetáceos éuma das zonas mais apreciadas,com réplicas exatas de baleias egolfinhos (esqueletos de golfinhose baleias). Podemos observar oesqueleto de um cachalote jovemque mede oito metros. O esqueletodos animais resulta do arrojamento– limpeza do osso da carne.O Museu da Baleia tem a coordenaçãoda rede de arrojamentodos museus da Madeira. Podemosobservar uma réplica de um submarino,que é um dos espaços preferidosdas crianças, temos a projeçãode imagens e filmes em 3D como ovídeo das técnicas ou das metodologiasque são utilizadas nos projetoscientíficos. Temos a Loja do Museuque vende produtos com a marcado Museu da Baleia e que é umaforma de rentabilizar e melhorareste espaço. Temos a sala de exposiçõestemporárias e um auditórioque é utilizado para conferências eoutras iniciativas. Temos em exposiçãoa mostra alusiva aos 25 anosdo Museu que apresenta trabalhosplásticos executados por alunos.Qual é a proveniência das peçasaqui presentes?- Doações de particulares e outrasinstituições, e outras adquiridaspelo Museu. As peças doadas sãofotos, por exemplo Temos um conjuntode fotos de madeirenses queestiveram nesta atividade da caçaà baleia. Alguns já morreram masoutros estão ainda vivos, como osenhor José que tem atualmente104 anos e que festejou conosco osseus 100 anos. Temos artefatos dosenhor João de Sousa que tem umaloja no Caniçal onde vende peçasartísticas e recordações da caça àbaleia. Temos um espólio que estáainda em armazém mas que poderáintegrar futuramente as exposições.Sobressai uma ideia que é essencial:conhecer para proteger.Como é que este Museu desenvolvee põe em prática esta trabalhoo qual tem o reconhecimentointernacional?- Temos, na Madeira, 28 espéciesde baleias das 80 existentesno mundo. Para proteger as espécies,temos que as conhecer; nesteâmbito, desenvolvemos campanhasde mar centradas nas espéciesde cetáceos mais frequentes nomar da Madeira. É de salientar otrabalho desenvolvido pelo departamentode Ciência do Museu noâmbito do estudo dos cetáceos. Otrabalho desenvolvido na Unidadede Ciência do MBM tem permitidoa recolha dos animais arrojados,posterior necropsia e recuperaçãode ossos que são depois integradosem esqueletos que se apresentamao público. Destacam-se doisesqueletos completos das espécies:golfinho-pintado (Stenella frontalis)e golfinho-comum (Delphinusdelphis). Além destes, a secção deanatomia é rica em exemplares decrânios, barbas e bulas timpânicasde outras espécies de cetáceos.Pode observar-se dois exemplaresde lobos-marinhos embalsamados:a Maria e a Birisca que se juntama Desertinha. Tivemos ao longodestes anos, vários projetos deinvestigação co-financiados peloFundo Social Europeu e tudo istoé muito importante porque estamosa falar de espécies que entraramem extinção. Os movimentosde sensibilização para a conservaçãodos recursos naturais são muitoimportantes para a biodiversidadee sustentabilidade dos recursosnaturais. O Museu da Baleia temligação com museus e outras organizaçõesnacionais e internacionaisdesta área. Há uma boa ligaçãocom espaços situados nos Açores enas Canárias, no âmbito de projetosde conservação e preservaçãodos cetáceos. A ideia é proteger,pelo que, é um trabalho permanentepara que se consiga preservaros cetáceos, o que não é fácil dadoo nível de poluição que os maresapresentam. Já tivemos arrojamentosem que encontrámos grandesquantidades de plástico no estomagodos animais. O plástico é um dosmaiores e mais graves problemasda degradação dos meios marinhos.O plástico é um material de difícildegradação e que no mar, os animaisconfundem com alimentação.Eles engolem o plástico que ficapreso na garganta ou chega ao estômagoonde permanece e pode provocara morte do animal. Neste sentido,todos nós temos um bocadinhoa fazer em matéria de proteção dosecossistemas marinhos que, hoje emdia, estão a sofrer muito. A ideia éaproximar o Museu da comunidadeem geral, não apenas a escolar,com conferências e palestras científicasem que participam investigadorese cientistas da Região, comotambém de Portugal e estrangeiros.Tivemos recentemente uma palestrano âmbito do programa “Life”,programa co-financiado pelo programaLife e o Projeto CetáceosMadeira 2 que visa a proteçãodos cetáceos ao nível mundial e queenvolveu cientistas e investigadoresde renome mundial.>saber | JUNHO | 2015 7