CRB-6
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PERFIL<br />
50 ANOS DEDICADOS<br />
À BIBLIOTECONOMIA<br />
Paulo da Terra Caldeira é uma referência nacional quando se fala em biblioteca. Sua trajetória teve<br />
início em 1967, quando ingressou no curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Minas Gerais<br />
(UFMG). Em 1970 já lecionava e seguiu como professor da universidade até o ano de 2014, quando decidiu<br />
se aposentar. É mestre em Ciência da Informação, possui mais de 50 artigos publicados, além de três<br />
livros publicados. Realizou diversas exposições como curador, entre as quais, De Gutemberg a Informação<br />
Virtual, na UFMG (2000) e Coleção Rita Adelaide, na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (2006).<br />
Foi, também, editor da revista Perspectiva da Ciência da Informação da UFMG. O professor conversou<br />
conosco e contou um pouco mais sobre sua carreira e como a Biblioteconomia evoluiu nesses 65 anos de<br />
existência da atual Escola de Ciência da Informação da UFMG e 50 de regulamentação da profissão.<br />
O que o fez escolher o curso de Biblioteconomia?<br />
Eu gostava muito de literatura e imaginei que a biblioteca<br />
seria o local ideal para trabalhar. Era a falsa<br />
ideia de que, como bibliotecário, e tendo um acervo<br />
todo à minha disposição, teria tempo para ler. E não<br />
é bem assim. A profi ssão exige uma série de rotinas<br />
que vão muito além da leitura.<br />
Nestes 48 anos, o que mudou?<br />
Os materiais disponíveis sobre a Biblioteconomia,<br />
por exemplo, eram escassos. Os que existiam eram<br />
em língua estrangeira – inglês, francês ou espanhol.<br />
Ter algum material em português era algo raro, podia<br />
se contar nos dedos.<br />
Essa situação começou a mudar em 1972, com a<br />
criação da Revista da Escola de Biblioteconomia da<br />
UFMG e Ciências da Informação do então IBBD (Instituo<br />
Brasileiro de Bibliografi a e Documentação), atual<br />
IBICT (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência<br />
e Tecnologia). Porém, só saíam dois fascículos por<br />
ano. Era pouco, mas melhor do que só ter material<br />
estrangeiro, principalmente porque nem todo mundo<br />
tinha conhecimento em língua estrangeira.<br />
Dali em diante, outras revistas foram criadas e a rea-<br />
lização de eventos contribuiu bastante para o aumento<br />
da bibliografi a. As publicações de livros sobre a<br />
área de Biblioteconomia se tornaram mais frequentes<br />
nos anos 80, em todo o Brasil. Hoje temos uma<br />
quantidade razoável de publicações da área.<br />
O senhor já foi membro do Conselho Regional<br />
de Biblioteconomia 6ª Região (<strong>CRB</strong>-6) em duas<br />
oportunidades: na 3ª Gestão (1973 a 1975), como<br />
tesoureiro, e na 4ª Gestão (1976 a 1978), como<br />
presidente. Qual a importância e como vê atuação<br />
do <strong>CRB</strong>-6 hoje?<br />
A atuação do <strong>CRB</strong>-6 sempre foi muito importante,<br />
uma vez que ele tem a função de facilitar o trabalho<br />
do profi ssional. Vale destacar que na época em que<br />
fui presidente realizamos um levantamento de todas<br />
as bibliotecas do Estado de Minas Gerais, no ano<br />
de 1978, e acredito que essa é ainda a única publicação<br />
impressa que trata do assunto.<br />
Hoje o Conselho cumpre bem seu papel e deve seguir<br />
orientando as instituições a contratar pessoal. Acho que<br />
mais do que fi scalizar e cobrar, verifi car como as bibliotecas<br />
têm funcionado, mostrando-se parceiro para<br />
contribuir com eventuais melhorias, essa é a tarefa mais<br />
12 <strong>CRB</strong>-6 Informa v.10, n.2, 2015