04.02.2016 Views

pataro/arquivo

pyr9Vn

pyr9Vn

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

outra imprensa: INTERIOR<br />

PAUTA<br />

dezembro 2015/janeiro 2016<br />

outra imprensa<br />

PAUTA<br />

dezembro 2015/janeiro 2016<br />

Diferente e melhor<br />

JOÃO SAMPAIO<br />

JOÃO SAMPAIO é<br />

jornalista formado pela<br />

PUC Minas e especialista<br />

em Marketing Político<br />

e Organizacional pela<br />

Faculdade Santo Agostinho.<br />

Integrou a primeira equipe do<br />

jornal O Tempo, em 1996,<br />

foi assessor de imprensa<br />

da Vice-governadoria de<br />

Minas e fundador da agência<br />

Entrecolunas Comunicação<br />

Integrada. Foi diretor do<br />

Sindicato (2012-2014).<br />

REGIANE MARQUES<br />

SAMPAIO é jornalista<br />

formada pela Fafi-BH e<br />

especialista em Produção em<br />

Novas Mídias pelo Instituto<br />

de Educação Continuada<br />

(IEC-PUC Minas). Foi<br />

assessora de imprensa da<br />

Secretaria de Segurança<br />

Pública de Minas Gerais<br />

e também participou da<br />

primeira equipe do jornal O<br />

Tempo, além da implantação<br />

do Super Notícia e da webtv<br />

do jornal.<br />

Há quatro anos, a Regiane e eu decidimos juntar nossas coisas,<br />

fazer as malas e nos mudar para Capelinha, minha terra<br />

natal, com nossos dois filhos – Mariana, 8 anos à época, e João<br />

Vitor, de apenas 3. Não tínhamos muita ideia do que nos esperava;<br />

nada foi tão planejado assim. Mas chegamos decididos a fundar em<br />

Capelinha um jornal que absorvesse nossa experiência profissional<br />

acumulada em quase duas décadas, cada um, trabalhando em<br />

redações e assessorias na capital. Então, exatamente em 17 de<br />

dezembro de 2011, circulava a primeira edição do Jornal Acontece.<br />

Da nossa parte, entramos com três elementos essenciais: a intuição,<br />

a experiência e muito suor. A cidade foi sócia: recebeu o jornal com<br />

entusiasmo, rendeu-lhe homenagens e o manteve desde sempre em<br />

alta conta na galeria de “filhos ilustres”.<br />

Para que o jornal tivesse uma trajetória sólida, nossa primeira<br />

decisão é que faríamos jornalismo em Capelinha da mesma forma<br />

que fazíamos em Belo Horizonte, com as devidas adaptações, mas<br />

apostando alto na espinha dorsal do ofício: as reportagens. Todo<br />

mês, buscamos cavar algo “fora do eixo” para contar aos leitores<br />

do Acontece. Nossas pautas estão longe de se ater aos feitos do<br />

Executivo, às sessões da Câmara e à agenda de eventos sociais,<br />

festivos e culturais – o que, lamentavelmente, é muito comum nos<br />

jornais que, por serem de cidades pequenas, acham que também têm<br />

de se apequenar.<br />

Outro diferencial, já que isso não é tão comum assim, é que<br />

apresentamos à cidade e região um jornal dotado de projeto gráfico.<br />

Todos os elementos têm definições de fonte e corpo, e essas devem<br />

ser respeitados a todo custo. Nos grandes jornais e revistas não é<br />

assim? Então faríamos do mesmo jeito com nosso Acontece...<br />

Desde o início, encaramos o Acontece como um negócio, e não<br />

apenas como um “relações públicas” da cidade. Isso significava<br />

buscar canais de receita além das fronteiras de Capelinha, com<br />

cadastramento nas mídias oficiais e agências de publicidade de Belo<br />

Horizonte e outras grandes cidades de Minas e do país.<br />

Passados 4 anos, 70 edições, 2.000 páginas, a conclusão é que valeu<br />

a pena a guinada que demos. Vivemos em uma cidade pequena, com<br />

pouco mais de 40 mil habitantes, mas que polariza uma microrregião<br />

formada por 20 municípios do Jequitinhonha que, juntos, somam<br />

300 mil habitantes. Capelinha, cidade-sede do jornal, vive desde<br />

finais da década passada uma forte expansão econômica, graças<br />

João, Regiane e os filhos Mariane e Vitor: vida nova no interior<br />

foto<br />

DIVULGAÇÃO<br />

sobretudo ao agronegócio, ao “boom” da construção<br />

civil e ao crescimento de sua malha comercial e de<br />

prestação de serviços.<br />

Tudo isso gera demanda por notícia, reportagens,<br />

informação. Mas a vida no interior não está na<br />

pauta dos grandes jornais. Os cidadãos das pequenas<br />

cidades, suas lideranças políticas e econômicas, os<br />

grupos formadores de opinião, não se enxergam nos<br />

diários, nem mesmo em suas versões on line. A vida<br />

pulsa com intensidade todos os dias nas pequenas<br />

cidades do interior, mas a grande mídia só se volta<br />

para os factuais, com seus acidentes, assaltos e uma ou<br />

outra ocorrência inusitada.<br />

Preferimos não competir com o formato digital de<br />

jornalismo: “ao factual o que é do factual”. Investimos<br />

nossa energia produzindo reportagens que merecem<br />

relevância na vida do Vale. Não à toa, conhecemos<br />

inúmeros leitores que colecionam as edições do<br />

Acontece. Por isso acreditamos em vida longa ao<br />

jornal impresso que se dedica a cobrir o interior. O<br />

jornal fala da vida ali, onde ela acontece, como ela é.<br />

Então o que dizemos sempre é que fazer jornalismo<br />

no interior tem um gosto diferente de fazer na cidade<br />

grande. Nem pior, nem melhor. Apenas diferente. A<br />

vida, esta sim, é que é melhor no interior.<br />

Primeiro número do Acontece circulou no dia 17 de dezembro de 2011<br />

24 25

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!