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ECONOMIA COLABORATIVA

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ENTREVISTA CAMILA HADDAD<br />

Mudar o mundo<br />

sem tomar o poder<br />

POR AMÁLIA SAFATLE<br />

FOTO BRUNO BERNARDI<br />

Com a cena estonteante da cidade contornada pela linha do horizonte, raramente vista<br />

na cidade de São Paulo, Camila Haddad visiona um futuro que pode até não se concretizar<br />

em grande escala. Mas que já coleciona sementes aqui e ali, espalhando-se no chão<br />

nem sempre a céu aberto. E geram pequenas trincas no cimento do status quo, pelas<br />

mãos de pessoas que simplesmente se juntam para fazer coisas e resolver problemas<br />

de forma independente das instituições. Nesta última frase ela resumidamente define<br />

o que é a economia colaborativa.<br />

Leitora de Mudar o Mundo sem Tomar o Poder e de Fissurar o Capitalismo, de John Holloway,<br />

a jovem que estudou economia e trabalhou com sustentabilidade não vê outra<br />

mudança para este mundo — sob vários aspectos em crise — que não seja pela trilha da<br />

colaboração. “Esse movimento não tem a pretensão e não é organizado politicamente<br />

para revolucionar. Mas justamente por isso tem muito mais capacidade de mudança”,<br />

diz, em entrevista concedida no apê que divide com os amigos.<br />

É fundadora, junto com a irmã, do Cinese, uma plataforma de aprendizagem colaborativa.<br />

O Cinese, conta ela, nasceu muito para responder a angústias pessoais da irmã,<br />

que havia ticado todas as caixinhas definidas pelo mainstream como sucesso, mas<br />

não a de encontrar sentido para o que faz. Então as duas criaram uma iniciativa com<br />

o espírito de que a educação deve fazer a pessoa se conhecer, conhecer o que gosta e<br />

descobrir como pode atuar a partir disso no mundo. Da mesma forma, a economia colaborativa<br />

provoca um repensar sobre a forma como as pessoas se organizam social<br />

e economicamente, e o que esperam dessas relações.<br />

A entrevista foi montada também de forma colaborativa, inspirada em perguntas que<br />

o Conselho Editorial da Página22 fez ao debater a pauta desta edição.<br />

Formada em Administração de Empresas na FGV, trabalhou na ONG Artemisia e no Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV-Eaesp (GVces). Fez mestrado<br />

em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável na University College London, onde tomou conhecimento sobre consumo e economia colaborativa<br />

14 PÁGINA22 JUNHO 2015<br />

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