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SOMOS COMO UMA ROCHA, SOMOS FORTES! PERMANECEMOS NA LUTA E SEMPRE RESISTIREMOS!

seu Incio vigulino e dona luzia contaram nesta edio do candeeiro a sua trajetria de vida,marcada por lutas e resistncia por melhores condies de vida na regio do semirido. inacio nasceu na comunidade cajueiro no municpio de imaculada pb

seu Incio vigulino e dona luzia contaram nesta edio do candeeiro a sua trajetria de vida,marcada por lutas e resistncia por melhores condies de vida na regio do semirido. inacio nasceu na comunidade cajueiro no municpio de imaculada pb

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas<br />

Articulação Semiárido Brasileiro – Paraíba<br />

Em 23 de fevereiro de 1998, nasceu Ana Paula, minha segunda filha mulher, e a luta para a eletrificação rural<br />

continuava. Foi muito difícil, era abaixo-assinado, reuniões e ainda as intervenções políticas, mais isso não<br />

fazia com que perdêssemos a esperança.<br />

“Hoje as coisas estão muito boa, tem as cisternas. Tempo ruim e sofrido era com as secas, a falta d'água, as<br />

humilhações nas frentes de emergências”, disse dona Luzia.<br />

De tantas lutas algumas ficaram marcadas na nossa vida. A fundação da associação, a luta pela energia da<br />

comunidade, relembra seu Inácio.<br />

Ele lembra também de muito trabalho na propriedade para poder lucrar e ainda ter que dividir tudo com o<br />

proprietário da terra, de um contrato de trabalho na prefeitura de vigia em uma escola. Na época tinha dois<br />

roçados um perto de casa e outro mais distante, Luzia ficava trabalhando no roçado perto de casa por conta<br />

das crianças, pois não tinha com quem deixa e ainda tinha que fazer o almoço, quando eu chegava ia para o<br />

roçado mais distante, e Luzia ficava em casa. Sem falar que ainda tinha que buscar água longe, sai de<br />

madrugada e ficava esperando que a chegasse água na cacimba, ainda não dava para trazer as vazias cheias,<br />

pois a água não dava para atender a necessidade das famílias da comunidade.<br />

De 1997 pra cá, as coisas foram melhorando e comecei a participar das reuniões fora. Daí por diante vieram<br />

muitas coisas boas, a exemplo do nascimento da minha segunda filha mulher, Ana Paula, em23 de<br />

fevereiro1998. Diante de tantas coisas boas veio também alguns desafios como a seca de 1999. O trabalho<br />

nas frentes de emergências se repetiu, mais depois veio muita abundancia como, por exemplo, a<br />

eletrificação rural chegou à comunidade, e a chegada das cisternas de primeira água. Lutei muito para<br />

conseguir minha cisterna, pois era morador e na época não podia fazer, mais com muito esforço consegui<br />

(isto no ano de 2003, diz seu Inácio). Com a chegada das cisternas e a organização do povo, conseguimos<br />

fundar o fundo rotativo solidário na comunidade e através dele conseguimos ajudar várias pessoas na<br />

comunidade, como a exemplo da construção de duas cisternas, banheiros, compras de fôrmas, construção<br />

da sede da associação, pistola de vacinação para animais, etc. Diante dessa conquista só nos fortalecemos<br />

mais. Para sempre estamos buscando nossos direitos, fala Seu<br />

Inácio muito orgulhoso.<br />

Em 02 de julho 2005, nasceu minha terceira filha mulher,<br />

minha caçulinha Sheilla Michely. Neste ano também participei<br />

na cidade de Cajazeira da festa da semente da paixão<br />

promovida pela Asa Paraíba. Daí veio chegando mais cisternas<br />

de primeira água pela ASA. Comecei a plantar fruteira na<br />

propriedade que morava e isso despertou um pouco de raiva<br />

dos filhos do dono. Por esse motivo, com a ajuda do meu filho<br />

Luzia apresentando sua horta<br />

Eudes que estava no Rio de Janeiro trabalhando, conseguimos<br />

juntar as nossas economias e compramos a propriedade. Ou<br />

seja, deixei de ser morador para ser proprietário. Essa foi uma<br />

das maiores conquistas da minha vida, pois foi mais que isso.<br />

Foi um sonho realizado, diz seu Inácio com muita emoção.<br />

Diante desse sonho realizado comecei a organizar minha<br />

propriedade como sonhava. A primeira coisa que fiz foi cavar<br />

um poço amazonas e coloquei 14 anéis. Este tinha como<br />

objetivo á água para regar minhas fruteiras (caju, coco, manga,<br />

acerola). Logo após consegui fazer um pequeno barreiro na<br />

minha propriedade, com meus próprios recursos. Diante de<br />

todas essas coisas boas na minha vida também passei por<br />

Inácio em sua horta<br />

grandes aperreios com o acidente de moto de meu filho Eudes<br />

que quase morreu, mas deus é muito bom e devolveu sua saúde de volta. Para minha alegria e de Luzia.<br />

Em 2015, nasceu meu primeiro neto João Vitor. Fui<br />

beneficiado também com uma cisterna-calçadão de<br />

52 mil litros do Programa Água para Todos, da<br />

Secretaria de Desenvolvimento Humano do Estado<br />

da Paraíba- SEDH.<br />

Foi com essa cisterna que comecei a colocar em<br />

prática meu sonho de um dia produzir meu próprio<br />

alimento de maneira saudável, sem uso de<br />

agrotóxicos. Daí foi a partir das capacitações para a<br />

conquista das cisternas que eu comecei a me<br />

interessar pela produção orgânica. Cada curso e<br />

Cisterna Calçadão de 52 mil litros<br />

intercâmbio que eu ia tinha mais vontade de saber<br />

mais, aí comecei a produzir em casa. Plantei meu primeiro canteiro de coentro, e tomei gosto. Hoje produzo<br />

muitos tipos de hortaliças, como: coentro, cebola, alface, pimentão, quiabo, alho, berinjela. Além das<br />

hortaliças ainda produz morango, maracujá, pepino, mamão, graviola, abobrinha, boldo do Chile,<br />

hortelã, capim santo, erva cidreira, feijão guandu. Ainda tenho uma criação de galinha e uma pequena<br />

criação de cabras.<br />

Criação de caprinos de Inácio<br />

Essa produção traz para minha família muitos benefícios, ou seja, tenho uma renda extra, garanto a feira da<br />

semana, tenho produto sadio na mesa da minha família, da comunidade, da região. Estou vendendo saúde,<br />

diz Inácio. O meu trabalho exige não só mão de obra, mais carinho, dedicação e amor pelo o que faço.<br />

Toda minha produção é totalmente orgânica. Eu e Luzia cuidamos com muito amor do cultivo, sem fazer uso<br />

de defensivos químicos para combater as pragas. Usamos como adubagem o esterco de cabra, depois de um<br />

preparo feito por mim mesmo.

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