REVISTA-APARECIDA-EM-PAUTA-2016
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saúde<br />
perManÊncia de MÉdicos<br />
cubanos ainda É uMa incerteZa<br />
Apesar de boa<br />
avaliação, Ministério<br />
da Saúde ainda<br />
não confirmou se<br />
o programa será<br />
prorrogado<br />
thais vaZ<br />
Em 2013, quando foi<br />
implantado o Programa<br />
Mais Médicos, Aparecida<br />
de Goiânia recebeu<br />
11profissionais cubanos e atualmente<br />
eles já totalizam 14, que atuam nos<br />
Postos de Saúde do município.<br />
Entretanto a maioria dos contratos<br />
com estes médicos vencem em<br />
outubro. A gestão é feita pelo<br />
Ministério da Saúde, por isso a<br />
Secretaria Municipal de Saúde só<br />
recebe e lota os profissionais. O<br />
MS pretende elaborar uma medida<br />
provisória para renovar os contratos,<br />
mas não há nada certo até o<br />
momento.<br />
Enquanto isso, a cada dia que passa<br />
eles vão se adaptando e vencendo<br />
obstáculos. O médico cubano Bismar<br />
Lícia Yero, que atende na Unidade<br />
Básica de Saúde (UBS) do Veiga<br />
Jardim como clínico geral desde<br />
outubro de 2013, afirma que no início<br />
houve uma pequena dificuldade na<br />
comunicação, mas que foi superada<br />
com a própria convivência com os<br />
pacientes.<br />
“A língua por ser diferente de início<br />
Médico cubano Bismar Lícia Yero venceu os obstáculos do idioma<br />
teve um pouco mais de obstáculos.<br />
No princípio nos deram três semanas<br />
de treinamento na língua portuguesa,<br />
pois falamos o espanhol, mas acredito<br />
que quando um médico tem uma<br />
boa relação com o paciente ele faz<br />
um bom trabalho, então nem isso foi<br />
uma barreira para que eu atendesse à<br />
necessidade de quem veio consultar”<br />
explicou Dr. Bismar, que já é formado<br />
há 17 anos em medicina.<br />
boa avaliaçÃo<br />
Pesquisa mostra que usuários do<br />
Mais Médicos dão nota nove, de dez,<br />
como nota média para o programa.<br />
O levantamento, feito pelo Grupo<br />
de Opinião Pública da Universidade<br />
Federal de Minas Gerais (UFMG),<br />
mostra que 54% dos usuários<br />
entrevistados dão nota dez ao<br />
programa, criado em 2013 para levar<br />
médicos a regiões carentes, informa a<br />
Agência Brasil.<br />
Encomendado pelo Ministério<br />
da Saúde, o estudo aponta que,<br />
diferentemente do que os que são<br />
contra o programa pensavam, a<br />
maioria dos pacientes atendidos<br />
pelos médicos estrangeiros não<br />
sentiu dificuldades na comunicação.<br />
Os dados apontam que 84% não<br />
tiveram dificuldades de entendimento<br />
e que apenas 2% sentiram muita<br />
dificuldade.<br />
Para Helcimara Telles,<br />
coordenadora da pesquisa, o que<br />
faz com que o programa seja bem<br />
avaliado é o atendimento médico.<br />
“Mesmo que a infraestrutura da<br />
Unidade Básica de Saúde não seja<br />
muito boa, mesmo que faltem coisas,<br />
quando o atendimento médico é bom,<br />
isso repercute bem na avaliação do<br />
programa”, diz. Para a coordenadora,<br />
essa satisfação pode estar ligada à<br />
experiência dos médicos, já que 63%<br />
dos profissionais têm mais de dez<br />
anos de experiência, a maioria na<br />
atenção básica.<br />
4 | ApArecidA em pAutA